|Merida| Pitch's Ritual

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– Elliot, está começando uma guerra.

Elliot encarou-a, assustado.

– Como você sabe?

Merida olhou para ele e arrependeu-se de suas palavras.

Então ele também sabia. Quem tanto sabia sobre isso? Por que ela não pode saber? Eram tantas perguntas que estavam aflorando que Merida queria surtar.

Ela pensou em todas as desculpas possíveis que Elliot poderia acreditar.

Mas esse é o problema. Elliot a conhece a tanto tempo que sabe quando ela está mentindo.

– Não é óbvio, Elliot? Ultimamente os cavaleiros estão cada vez mais treinando. Meu pai sempre está com pequenos arranhões e eles estão recrutando mais e mais? Não sou idiota, Elliot. Isso é uma guerra.

Elliot concordava com a cabeça enquanto ela falava. Como ele foi tonto o suficiente de acreditar que ela não saberia?

– É minha única chance, Merida. É o único modo de provar minha capacidade.

– Você não tem que provar nada a ninguém.

– Tenho. É claro que tenho. Tenho que mostrar para aquela pessoa que sou mais do que isso.

Então era isso, pensou Merida. Ele estava apaixonado. Uma garota em especial que não percebia suas qualidades. Isso irritou Merida.

– Você... Quer provar algo para... ugh... Uma garota?

As bochechas de Elliot coraram.

– Nós poderíamos mudar o assunto...

– Não! Agora diga. Tem tantas garotas que te merecem. Você não precisa provar nada para ninguém.

Merida lembrava-se do Festival do Sol de Verão ano passado, que pegara Elliot e uma garota da vila, Jesminda, flertando. No final da festa, eles de despediram com um beijo. Jesminda era bem mais baixa que ele e, ao beijar, ela teve que ficar nas pontas dos pés e ele, agachado.

Ela havia achado hilário no momento. Um tanto engraçado e talvez uma pitada de ciúmes.

Não do modo amoroso, óbvio. Elliot era como um irmão. Ela apenas não queria perder o posto de melhor amiga dele.

– Eu a conheço faz um bom tempo. Somos bem amigos mas... só.

Ele estava cada vez mais corado. Uma pontada de dor também era perceptível.

– Ok. Não quero mais ouvir. – disse Merida, apontando o dedo indicador em sua boca, com a língua de fora, simulando uma ânsia.

Elliot riu.

Merida levantou-se e ajudou Elliot a também se levantar. Por mais que ela estivesse com medo de que ele realmente quisesse entrar na cavalaria, não poderia impedir. Ela devia apoia-lo.

É pra isso que serve os amigos, ela pensou, pondo seu braço direito em volta dos ombros de Elliot. Estava desconfortável por conta da grande diferença de altura entre eles. Por fim, eles inverteram. Ele pôs seu braço nos ombros dela.

Sua mão estava suando fria. Por mais que fosse desconfortável, não tiraria. Ela despediu-se dele na frente de seu quarto e foi lavar-se. Ela ainda estava com as roupas de ontem.

Enquanto se esfregava na banheira, pensava quantas garotas Elliot tinha acesso. Como ela não frequentava a escola da vila, como Elliot, deveria ser alguém de sua classe.

Ela sentia raiva da garota. Raiva dela por não perceber o quanto ele era brilhante.

Raiva dela por se importar com a casta em que ele vivia. As pessoas deveriam se casar por amor, não pelo poder.

The Big Four - Guerra das LegiõesOnde histórias criam vida. Descubra agora