|Rapunzel| Legion of Fire

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Então era isso, pensou Rapunzel. Era isso que significava gostar de alguém.

Rapunzel tentou não deixar transparecer, mas se despedir de Jack não fora uma tarefa fácil. A sensação dela era que ela poderia morrer olhando nos olhos dele que morreria em paz.

Calma!, pensou Rapunzel. Faz tão pouco tempo que conhece esse garoto e age assim, como se sua razão de viver fosse ele?

Ele se lembrava de sua mãe contando-a quando criança que havia abandonado seu pai porque amá-lo não a ajudava em nada. Entre ficar presa em um homem e se dedicar a um trabalho bom ela optou pelo segundo. Como ela dissera: “Amar machuca, e amor é como um pavio de uma vela: se o fogo queimar muito rápido, menos tempo ele durará.” E Rapunzel tinha medo de que isso fosse verdade.

Jack parecia para ela alguém tão invencível, inquebrável e poderoso com seu sorriso sarcástico e seu tom indiferente na voz com aqueles seus olhos inexpressivos que isso tudo apenas a assustava.

Ao chegar a sua torre, Rapunzel suspirou. Todo momento que o nome do Jack passava em sua cabeça um fio nervoso subia em sua medula óssea e a fazia ficar tensa. Parecia que tentar parar em pensar nele era uma missão impossível.

Pare com isso, insistiu Rapunzel para si mesma. Isso é a coisa mais idiota do mundo. Pare apenas por um segundo em pensar nele e concentre-se no que está acontecendo com as Legiões.

Ao entrar em seu quarto, Rapunzel suspirou ao notar que tudo continuava do mesmo jeito antes dela sair, o que apenas mostrava que sua mãe não havia visitado-a.

Tirando de sua cintura seu chicote e pendurando-o em uma cadeira, Rapunzel deitou em sua cama e relaxou. Foi então que notou o retrato que pintara de Jack.

Rapunzel riu. Então era daquele jeito que ela o imaginara antes? Com esse sorriso torto, seus cabelos rebeldes e sua expressão irritada? Rapunzel se levantou e pegou suas tintas para retocar.

A textura dos cabelos estava errada e argh, principalmente aquela expressão facial de como se ele estivesse com dor.

Pintando novamente ela olhou para Pascal. Ele parecia relaxado, deitado em seu pé e olhando para os insetos que voavam pelo quarto.

E quando terminou os retoques, Rapunzel se deparou novamente com o ponto mais crucial: os olhos. Mesmo que ela sentisse que agora ela o conhecia melhor, ainda era complicado.

Era como se uma névoa pairasse em seu olhar e só se dissipasse para a pessoa certa. Isso a irritou.

Largando o pincel, Rapunzel foi comer e depois tomar um banho para finalmente se deitar.

***

E aqui vou eu, pensou Rapunzel. Eu estou montada em Angus, o cavalo de Merida, segurando a cintura da ruiva enquanto cavalga em direção a Legião do Fogo.

O cabelo cacheado da ruiva atrapalhava sua visão que tentava localizar Jack na garupa de Soluço que corriam no belo cavalo que Soluço “pegara emprestado por motivos de urgência” do rei. Era assustador imaginar que ela estava a caminho do castelo.

Ao chegarem no limite da floresta para entrar na Legião, Merida pulou do cavalo junto com Rapunzel. Os garotos fizeram o mesmo.

– Esquecemos de um detalhe. – comentou Merida.

– Ótimo. Esquecemos de um detalhe. – disse Jack com indiferença para provocar.

– Como vocês estarão no baile se suas aparências são absolutamente diferentes de um legionário do fogo? – perguntou Merida, começando a se preocupar.

The Big Four - Guerra das LegiõesOnde histórias criam vida. Descubra agora