Não fora fácil Soluço chegar a conclusão que chegara. Mas ficar preso em uma sala perturbadoramente vazia o deixava sem escolhas a não ser pensar.
Enquanto era levado de volta para seu quarto, Soluço pôde ouvir uma conversa entre os guardas – um da Terra, outro da Água – sobre o “Palácio Breu” que estaria sendo construído no topo da montanha. Havia vários montes, mas montanha havia apenas uma, que ficava no lado da Água. Foi então que as coisas começaram a fazer sentido: Breu os atraíram até a grande nuvem, ou quartel general, e o lugar mais seguro era o castelo, onde estava seu pai. Eles só precisavam passar até o arsenal e pegar algumas armas – ou melhor, suas armas. As armas dadas de presente a eles pelos deuses.
– Como vamos achar o arsenal? – perguntou Merida que se aproximara de Soluço e colocara sua mão no ombro do garoto. Ele se sentiu confortável com o toque.
– Minha ideia é conseguir algum traidor como refém e persuadi-lo a nos levar até nossas armas.
– Tá. Mas e se ele nos trair? – perguntou Jack que mancava e procurava perigo pelos lados.
– É por isso que precisamos persuadi-lo. Mostrar algo mais tentador do que ficar sendo usado como escravo para Breu, que só está usando-os, é óbvio.
– Certo, entendi. Alguma ideia de como achá-los?
– Vamos sair daqui e ir por aquele outro corredor. Provavelmente tem alguém guardando aquela porta.
– Todas as portas tem alguém guardando. Não imaginava que havia tantos traidores. – comentou Jack quando Soluço pôs um braço envolta dele para ajuda-lo a andar.
– Eu vou na frente. Jack, está doendo tanto assim? – perguntou Merida que tirava o cabelo da frente do rosto marcado de sofrimento e se preparava para o próximo passo da missão.
– Daqui a pouco eu acostumo com a dor, eu acho. Soluço, não se preocupe, se eu precisar de sua ajuda eu imito uma gazela ferida e grito.
Soluço soltou uma risada leve com a piadinha idiota de Jack e o soltou.
Merida foi na frente dando passos leves. Como Jack estava barulhento, ele esperou-a dar algum sinal de perigo. Ao chegarem até a porta, Merida sussurrou:
– Eu arrebato quem estiver ali e você tampa a boca dele para que não grite ou peça reforços. – disse Merida se referindo a Soluço.
– Certo. Jack espere aqui, tudo bem? Nós já voltamos.
Jack concordou relutante, mas não havia saída. Merida abriu a porta levemente e avistou o guarda.
– Tem um ali. – ela disse, voltando a olhar para Soluço. – Seja rápido.
Então ela saiu e deu um golpe rápido, chutando a barriga do guarda. Soluço correu ao seu lado e colocou sua mão em cima da boca do guarda para ele se calar. Juntos o levaram para onde estavam.
Soluço tirou a mão da boca dele quando o sentaram no canto da sala, prendendo-o enquanto Merida o desarmava.
– Informações ou sua vida. – disse Jack que havia se aproximado também. – Você é quem escolhe.
– O que querem? – ele tremia diante da espada que Merida segurava e apontava em seu coração. – Falo qualquer coisa.
– Como saberemos que não nos trairá? – perguntou Jack com raiva estampada no rosto.
– Como eu saberei que não me traíram? – o guarda retrucou o que fez Merida apertar mais um pouco a ponta da espada.
– Porque você é da minha Legião. – disse Soluço. – E eu estou tentando salvar nossa família.
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The Big Four - Guerra das Legiões
Fanfiction"Há um lugar. Um lugar longe, mas tão perto. Um lugar pequeno, mas tão imenso.Um lugar cheio de magia..."Uma espécie especial vive nessa terra. Essa espécie com quatro raças: a raça do fogo, água, terra e ar.Mas uma se sentia mais importante que a o...