Capítulo 17 - Viktor

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Hello pessoinhas da internet, tudo bem? Primeiro, peço perdão pela demora em postar esse capítulo. Geralmente eu respondo o comentário de vocês e em seguida posto o capítulo, mas no meio dos comentários eu comecei a passar muito mal (intoxicação alimentar). Melhorei mesmo na segunda e, por fim, resolvi deixar esse capítulo pra esse sábado. Esse capítulo é só do Viktor e preciso alertar vocês sobre possíveis gatilhos. Então, se não se sentirem bem o lendo, por favor parem e sintam-se a vontade pra me mandar uma mensagem privada.

Lembrando que se você sofre de qualquer tipo de abuso, procure ajuda.

Para denunciar, disque 180 - Central de atendimento à mulherTambém, o CVV estará disposto a te ajudar, caso precise. O número para ligar é o 188 e eles também estão online, pelo site https://www.cvv.org.br/

Agora vamos ao capítulo. <3


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 – Ae carinha, desce mais uma dose. – Gritou para o barman, do outro lado do bar, enquanto virava o copinho de vodka que acabara de tomar.

Viktor perdera a conta de quantas doses daquele líquido já havia tomado. Nem se lembrava quando saira do seu apartamento. Já fazia horas. Entretanto, mesmo depois de todas aquelas bebidas, sua raiva apenas aumentava juntamente com a vontade de quebrar cada pedacinho daquele bar um um odor forte de bebida e gente escrota. Respirou profundamente. Ela não perderia por esperar, assim que saísse das asas daquela amiguinha escrota, arrebentaria cada pedacinho dela.

O moreno se lembrava bem de quando a vira pela primeira vez, quieta, com um copo de algum líquido estranho, que parecia estar super quente, um pouco curvada e com uma expressão de quem queria sair dali o mais rápido possível. Lembrou-se de como seu instinto quis tê-la, a qualquer custo.

Lembrou-se também como, muito diferente das mulheres que ele já ficara, ela não se atirara para cima dele. Seu apelido, tubarão, era justamente sobre isso, sentir o cheiro de sangue de suas presas e as pegá-las de imediato, sem escapatória.

Hermione sempre fora o tipo de garota que ele não sabia lidar, completamente independente, que não vivia atrás dele e que poderia muito bem viver sem ele. Inteligente demais, difícil demais, inalcançável demais. E ele se apaixonara.

Entretanto, seu ciúme o consumia em todas as circunstâncias e com qualquer tipo de relacionamento que a morena tinha, seja com os pais, a amiga, de quem ele odiava, e qualquer pessoa que ousasse encostar um dedo nela.

Viktor se lembrou das diversas ocasiões em que socou homens durante o campus, se lembrou do sangue em suas mãos, dos gritos da multidão que se fazia e do choro de Hermione. Engolindo mais uma das doses que pedira, sorriu. A falta que sentia de sentir aquele tipo de sensação.

Em pouco tempo, ele sabia, ele criara uma certa obsessão por ela. A queria pra sempre e sentia, profundamente, que se ela não fosse dele, não seria de mais ninguém. Afinal, ele a amava.

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O moreno entrou no apartamento às cinco horas da madrugada aos tropeços. Fedia a bebida barata, sujeira e a sangue. Socara alguns caras na saída do bar e isso havia o deixado, momentaneamente, satisfeito. Mal podia esperar para encontrar sua namorada novamente, ela jamais faria aquilo novamente. Nem que matasse aquela sua amiguinha, que soubera, pelo porteiro, que a tinha levado.

Seu apartamento não havia sido limpo desde que a morena o deixara, o que o fazia com que o jovem sentisse ainda mais raiva. Tudo estava puro caos. Precisava de Hermione de volta, ou teria que falar com sua mãe para que ela fizesse aquilo que era seu dever como mulher. Seu pai lhe ensinara bem.

Tirou as roupas sujas de sangue e as jogou em qualquer canto. Entrou no chuveiro e permaneceu lá até que estivesse relaxado, deixando que a água escorresse pelo seu corpo e retirasse todo o odor que possuía. Teria que trabalhar em poucas horas e se aparecesse bêbado novamente com certeza levaria uma bronca de seu chefe.

Cormaco, seu chefe, na verdade era um grande amigo da faculdade. O que o fazia ter diversas regalias dentro da academia em que trabalhavam e o deixava livre para faltar quantas vezes quisesse ou precisasse. Entretanto, diferente de quando decidia sair pra beber, sentia que precisava dar as aulas de boxe e aproveitar o momento para socar os sacos de boxe dispostos no pátio.

Para o moreno, o trabalho se resumia em um tipo de diversão. Ia até lá, praticava um pouco, ensinava alguns caras que estavam lá, ganhava a grana que pagava o apartamento e suas noitadas e, de quebra, pegava alguma qualquer para se divertir. Sorriu e lambeu os lábios só em pensar na última que comera no banheiro da academia.

Balançando a cabeça para afastar as imagens de sua cabeça, desligou o chuveiro e se enrolou na toalha. Deitou em sua cama daquela mesma forma, ainda todo molhado e dormira em menos de dez minutos. Tonto demais, devido toda a bebida, para se secar e procurar uma roupa.

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– E ae cara, ta atrasado de novo. – Gritou Córmaco enquanto ajudava um dos alunos a colocar os pesos de um aparelho.

– Tô no meu horário. – Gritou de volta, tirando a mochila e indo em direção aos armários, já piscando para uma das muitas alunas que frequentavam o local.

Não demorou muito para que o amigo se aproximasse, parando ao lado do armário do moreno.

– Sério cara, já já vou ser obrigado a te demitir por pura pressão dos outros treinadores. – Contou, sério.

– Ué, você não é o chefe? – Perguntou em tom de deboche.

– Eu sou, claro que sou.

– Então acabou. Cê não vai demitir seu parça, né? Você me deve. – Viktor insistia em dizer aquilo, sempre que conseguia. Se lembrava bem de quando Cormaco lhe pedira para acabar com a raça de um carinha qualquer, ainda na faculdade, que quase o expusera diante de toda a roda de amigos dos dois.

– Beleza... – Respondeu em um suspiro cansado. Olhou para os lados rapidamente e, abaixando um pouco o tom, com um sorriso convencido no rosto, apenas soltou. – Encontrei uma pessoa ontem. Uma pessoa que muito lhe agradaria saber quem.

– Quem? Alguma gostosa que eu ainda não peguei? – Debochou, fechando o armário com um baque logo em seguida.

– Hermione.

O moreno apenas paralisara no mesmo lugar em que estava. Suas mãos fecharam instantaneamente e, como em um ato reflexo, o homem socara o armário que acabara de fechar. Começou a rir como se alguém houvesse acabado de lhe contar uma piada. A ânsia de encontrá-la e terminar o que começara semanas antes era tanta que seu estômago revirava.

– E encontrou ela onde? – perguntou, ansioso.

– Numa faculdade que fui convidado a dar uma palestra. Estava lá com um carinha ruivo. Pareciam namorados.

O riso, naquele momento, dera lugar ao fogo do ciúme, a raiva se multiplicava e quase socara seu próprio amigo, ali mesmo, tamanha era a vontade de ver sangue. Ele sabia que toda história que a morena lhe contara tinha a ver com outro macho, sabia, intimamente, que ela o estava o traindo e, naquele momento, tivera a confirmação que precisava.

O loiro continuou falando mais algumas coisas. Entretanto, o moreno nada ouvira. Iria atrás da vagabunda da sua namorada e, quando a encontrasse, não haveriam porteiros, síndicos ou amigas que o impedissem de chegar ao seu objetivo final, como acontecera da última vez. Acabaria com ela e com o tal ruivo.

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