Untitled. •verkwan, jihan, meanie, junhao•

☆•personagens •☆

Jeon Wonwoo, se pudesse se definir em uma palavra ele diria fodido. Sua casa parecia um cenário de um filme de halloween de baixa qualidade, cercado de plantas e com pedras abrindo caminho do portão até as escadas para a porta de entrada. Uma casa de madeira que a noite podia ou não fazer barulho, com um andar e um sótão e talvez um porão (ninguém nunca teve coragem para entrar e descobrir).

Estudava na única escola presente na cidade onde todos os dias tinha que lidar com milhares de piadas sobre sua aparência, sua crença e até sobre sua casa. Alguns alunos diziam que já haviam visto fogo em seus olhos e que não podiam olhar diretamente para o par de olhos negros ou seriam amaldiçoados, e graças a tudo isso era um fodido e sozinho.

Seus pais haviam falecido juntos quando ainda era um bebê e como ninguém o quis para criar o Jeon acabou por se criar sozinho, ganhando de herança dos pais a casa, um gato (que por mais velho que fosse ainda estava vivo) e uma mesada vitalícia que lhe permitia comer, pagar as contas e a futura faculdade.

Esse é o resumo da história deixada no caderno do bar Stonewall assinada por Wonwoo.

Yoon Jeonghan dizia para todos que era um garoto, o problema é que quase ninguém acreditava em si. Constantemente suas asas e sonhos eram cortados por seu pai, o único que sobrou na sua maldita família desestruturada. Jeonghan apesar de ser magrelo e alto era sempre confundido com uma garota, e então com o passar do tempo o garoto deixou que acreditassem ser uma, o que na sua cabecinha cansada seria o fim de seus problemas fora apenas mais uma dor de cabeça.

Jeonghan trabalhava com os navios cargueiros que traziam comida para encher o mercadinho da pequena cidade, era assediado verbalmente e fisicamente pelos homens grandes, grotescos e fedorentos que traziam as comidas mas não podia reclamar pois ele era o único que sustentava a casa que dividia com o patriarca.

Seu sonho era sair daquela cidade sem olhar para trás e nunca mais voltar, talvez mudar seu nome, aparência e ser esquecido por todos que viviam naquele fim de mundo, como ele mesmo chama o lugar que vive.

Xu Minghao era um fracassado, ou pelo menos era isso o que todos diziam para si. Nunca tinham o visto com o rosto em perfeito estado, sempre estava machucado e sempre procurando drogas fortes e que qualquer um em bom estado psicológico passaria longe. Se perguntassem a qualquer um naquela cidade quem era Minghao ninguém saberia dizer uma palavra sobre, o garoto era um completo mistério.

Por algum motivo mais desconhecido ainda Xu ficou conhecido com o apelido The8, o chinês não detestava o apelido, na verdade como a maioria das coisas presentes em sua vida era completamente alheio a qualquer coisa. Talvez a única coisa que sabiam sobre o chinês é que ele vivia mais preso dentro de uma cela do que solto na rua, tinham mais fichas dele do que livros na biblioteca central.

Minghao era sozinho, não tinha ninguém e morava onde desmaiava de bêbado, estudava porque era obrigatório e arrumava confusões para ter um lugar para dormir, era um fracassado.

Hansol Vernon Chwe era alguém comum. Tinha uma família comum, amigos comuns e uma vida comum, a não ser pelo fato que não era coreano o que tornava a sua vida que deveria ser comum um inferno. Em qualquer lugar que fosse era sempre alvo de olhares repreensivos, ou julgadores apenas por não ter os olhos puxados, de vez em quando era empurrado nos ombros por algum idiota na escola ou chamado de nomes ruins e, temia que a irmã mais nova sofresse retaliações assim.

Tinha amigos, claro, afinal era só uma nacionalidade que o separava dos demais. Joshua é seu melhor amigo, o garoto que apenas usa blusas de botões perfeitamente abotoadas até o pescoço, cabelos completamente alinhados e vocabulário culto. Tinha também Chan, o coreano de língua afiada e uma paixão absurda por música pop, ele era o mais sonhador de seu grupo (e o mais briguento também), apesar da baixa estatura sempre estava disposto a defender o amigo, e por último Seokmin, o dono do bar. Este não estudava mais e era o grande ouvinte de histórias verdadeiramente contadas por caras bêbados.

Hansol se achava normal, e de todas as histórias lidas no caderno que Seokmin sempre deixava disposto ele sempre acabava se achando um privilegiado, não tinha machucados no corpo, não era confundido com nada e nem mesmo era temido, mas ainda assim não se sentia bem vindo na sua cidade, não se sentia bem vindo naquele lugar e todos as noites rezava para não acordar.