A moreninha

•∴ Prólogo ∴•

A arte da capa (e do capítulo) pertencem a Zu-Art (tumbrl) deem amorzinho para ela

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Não tinha muitos benefícios em sua vida, se é que um dia teve, era uma escrava mulata e isso por si só resumia boa parte de sua história. Havia sido vendida há anos atrás por aquele que deveria cumprir o papel de pai, mas sendo o homem português jamais faria tal coisa. Não tinha um sobrenome, os escravos eram considerados como um ninguém, tinha uma esperança de dias melhores mesmo sendo quase impossível de se alcançar

Seu dono era um descendente de holandeses, Abel Bijl, ou era holandês? Não é como se isso importasse muito de qualquer forma. Luciana, ou apenas Luci, como já dito era uma escrava deste senhor, tinha por volta de vinte e nove anos, longos cabelos castanhos-escuro  — o que era uma surpresa visto que costumavam cortar  — e de pele morena. Mas nada era fácil, como era comum na época nunca teve a chance de desabafar ou sequer falar sobre o assunto, tinha sido abusada sexualmente e teve um filho, Francisco Bijl, embora o pai da criança não o assuma teve a "sorte" de ser batizado e ter um padrinho de alta patente militar e o mais importante, Abel lhe deu alforria

Bom, como escrava doméstica, e só por isso já se considerava sortuda visto que as condições para si eram melhores do que a de muitos outros, limpava um quarto completamente empoeirado se fazia meses que não era limpo já que Abel tinha ordenado para ninguém sequer chegar perto, mas claramente tinha deixado a sua favorita lá, num quarto mal iluminado, longe dos principais cômodos da casa ... Luciana sabia as intenções dele porém não tinha escolha

E uns instantes depois pode-se ouvir os passos cada vez mas altos aproximando da sala, ao se virar para ver quem era só confirmou sua suspeita de ser seu dono, o homem era alto  — o que era bem estranho já que a maioria costumava ser baixo — de pele branca e curtos cabelos loiros e com um bigode estranhamente bem arrumado. Ele se aproximou e passou suas mãos pelas coxas da morena, a mesma tentava não se importar com aquela situação por mais difícil que fosse

;;— Sei o quanto queres isto, mas esta tarde terei que deixá-la sozinha. E só então durante a noite me aproveitarei de teus belos seios, será uma bela noite e entre os suspiros do vento da noite ao mole frescor, quero viver o momento, e morrer contigo de amor por uma noite. Tão bela mas cheia do azar, se Deus puder fazer você branca no paraíso viveremos para sempre — Disse conforme passava as mãos pelo corpo da mulher em busca de qualquer reação que correspondesse aos seus toques, mas acabou a deixando percebendo que ela estava se forçando a não agradá-lo. Luciana soltou um suspiro aliviada assim que o holandês saiu do cômodo

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Acabando de sair da embarcação olhou para a cidade na qual passava boa parte de sua vida adulta, embora fosse um espanhol-italiano — este último era o que mais tinha orgulho de ser descendente direto — servia a coroa portuguesa, inclusive era um homem de confiança do rei — não é como se seu pai aprovasse —, tinha ido a trabalho, era contratador de diamantes e com simples, e pequenos desvios, conseguia facilmente se enriquecer dos diamantes que pertenciam ao rei. Seu nome era Martín Hernández Vargas, ou senhor Martín como gostava de ser chamado

Mas infelizmente não poderia desfrutar de um simples dia de trabalho teria que visitar, e com certa urgência, Abel Bijl, o mesmo estava devendo diamantes e até ouro para o rei. Bom, sem tempo para perder logo foi andando em direção a sua casa, ficava uns vinte e quatro minutos do porto, e assim que chegou já ordenou que preparassem um cavalo para sua partida, não gostava do "luxo" de andar em uma liteira e rede era extremamente desconfortável 

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Bom, é um prólogo bem curtinho espero que tenham gostado, BrArg só no próximo capítulo queridos :'v