14. Like That

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     Acordo com o ruído barulhento do ventilador e resmungo irritada enfiando o rosto no travesseiro, Amália puxa mais o cobertor para si e suspira profundamente ainda dormindo e olhando em volta percebo que estamos sozinhas no quarto

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Acordo com o ruído barulhento do ventilador e resmungo irritada enfiando o rosto no travesseiro, Amália puxa mais o cobertor para si e suspira profundamente ainda dormindo e olhando em volta percebo que estamos sozinhas no quarto. Quando chegamos nos esquecemos de decidir a divisão dos quartos, mas aparentemente Amália e eu reivindicamos o nosso primeiro, tremendo de frio resmungo me encolhendo mais na cama e sentindo o vento extremamente gelado do começo de manhã invadindo o quarto. É óbvio que esquecemos de fechar a janela e as cortinas, sem conseguir continuar a dormir me levanto lentamente sentindo minha cabeça doer e girar como se estivesse com milhares de agulhas me cutucando, o cansaço terrível e a sede absurda me consomem até a última célula do corpo e com movimentos silenciosos, ou o mais silencioso que uma pessoa de ressaca pode ser, caminho até a porta e encaro minhas pernas nuas antes de sair do quarto.

Bem, aparentemente estou sem calças? Visto uma calça de moletom de Amália jogada num canto do quarto e o meu moletom jogado por cima de uma mochila, que não é nossa, visto-o e abro a porta com todo cuidado ou o máximo que se pode ter em uma cabana velha onde todas as portas tem no mínimo 10 anos de idade e rangem feito casas mal assombradas.

Sinto o impacto de um travesseiro com força nas minhas costas e sou jogada contra a porta com o impacto, me viro mau humorada pra trás com uma carranca e encaro furiosamente Amália que levanta a cabeça em meio a um monte de cabelos emaranhados e me mostra o dedo do meio, reviro os olhos e atiro o travesseiro de volta, saindo do quarto sem fechar a porta e ouvindo um palavrão alto de Amália.

Coloco o capuz do moletom e desço as escadas com passos leves tentando não acordar a casa inteira com os degraus rangendo como velhas, desço do último degrau e sorrio sentindo o cheiro de café recém feito impregnando toda a casa, olhando pelas janelas e vejo a chuva fina batendo contra o vidro com o som reconfortante, mais uma vez me pergunto o que faço acordada tão cedo com um tempo tão bom como esse.

Puxo uma xícara excepcionalmente grande e viro grande parte do café nela, fazendo uma nota mental de me lembrar de fazer mais café pro resto do pessoal, tomo um longo gole e sinto o calor familiar me acordando aos poucos, com o ombro empurro a porta de frente com o ombro e sorrio sentindo o cheiro familiar de grama molhada e o som reconfortante da chuva se misturando ao lago.

Céus, se realmente existe um paraíso ele com certeza é assim, fecho os olhos e sinto o vento frio e alguns chuviscos baterem no meu rosto. Me sento em um dos bancos da varanda e encolho as pernas contra o peito, segurando a xícara com as duas mãos e soprando um pouco do vapor quente, o vento ainda soprava frio e eu continuava me perguntando o motivo de ainda estar de pé quando poderia passar o dia aconchegada na cama aproveitando o silêncio absoluto.

A porta da varanda é aberta novamente e meu olhar de imediato encontra o de Jack, o cabelo molhado desleixadamente arrumado e o nariz vermelho, usava meias altas e um chinelo. Ele me encara e se encosta na cerca do outro lado da varanda, apoia a xícara no cercado e acende um cigarro, ignorando por completo minha presença enquanto olha em volta cada detalhe de cada arvore ao nosso redor.

Cora ✧ Jack GilinskyOnde histórias criam vida. Descubra agora