Quarenta e Seis

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Hermione examinou os destroços ao redor deles, através da poeira e sangue que riscavam sua visão. Os duendes estavam fazendo um excelente trabalho, operando em hordas cruéis que derrubaram boa parte dos inimigos que vieram, e Hermione teve que admitir que, se não fosse por eles, eles teriam perdido um número horrível de pessoas. E, no entanto, eles eram estrategistas tão bem organizados que sua estratégia de espancar e recuar significava que dificilmente eram vitimados.

Harry se juntou a eles na luta que acontecia no saguão de entrada, o diadema de fumar em uma mão e a espada triunfante na outra. Ele imediatamente entregou a Ron, que estava tendo mais facilidade em usá-la em oponentes próximos do que com sua varinha, embora ele tenha mantido a última fora. Ele não era de forma alguma treinado no uso da espada, mas sua altura e braços longos lhe davam uma boa quantidade de alcance para balançar.

No entanto, o corpo de uma corvinal do sétimo ano estava espalhado no chão, na posição desajeitada em que ela foi deixada depois de ter seu pescoço quebrado por um gigante. Outra aluna que Hermione não conhecia estava deitada ao lado dela, tendo sido apanhada de surpresa por uma enorme queda na parede que quase matara Fred. Foi tudo pura sorte para aqueles que ainda estavam de pé: ninguém estava no controle dessa batalha. Era um caos puro, com sangue e escombros, morte, dor e agonia e a quebra da inocência rugindo a cada momento. A noite já estava longe de ser um pesadelo e agora havia mergulhado em algum tipo de horror do qual não se podia despertar nos seus sonhos mais desesperados.

"Harry, a cobra, precisamos da cobra!" Ron gritou, enquanto apontava sua varinha na direção de um gigante que se aproximava, fazendo com que ele soltasse um grito de dor quando o acertou nos olhos. "Precisamos encontrar a cobra e Você-Sabe-Quem - ficar aqui não está fazendo nada!"

"Eu não sei onde ele está-"

E quase como um sonho, o intervalo na luta os agraciou, e parecia que eles estavam presos no olho da tempestade. As brigas aconteciam à sua volta, mas, no momento, não havia mais alvos próximos. Percy, que havia se redimido de maneira admirável apenas alguns momentos atrás, estava ajudando Fred a arrastar George a meio caminho de volta ao Salão Principal com uma perna quebrada, deixando os três sozinhos, exceto por seus compatriotas duendes.

"Harry, você tem que olhar dentro da mente dele!" Hermione disse, meio cambaleando por entre os escombros para chegar até ele. "Ron está certo. Onde está o Lorde das Trevas, sua cobra também estará, e só você pode encontrá-lo."

Harry fechou os olhos, e Hermione e Ron rapidamente o cercaram, varinhas prontas para protegê-lo enquanto ele procurava dentro de si por sua conexão com Voldemort. O caos se espalhou ao redor deles, mas nada os atingiu. Após cerca de um minuto, seus olhos se abriram novamente.

"Ele está na casa dos barcos."

"A casa de barcos?" Ron repetiu, incrédulo.

"A cobra está com ele, mas tem algum tipo de proteção mágica ao seu redor." Harry esfregou sua cicatriz. "Ele acabou de enviar Lucius Malfoy para encontrar Snape."

"Ele nem está brigando?" Hermione gritou, indignada. "E-e o que ele quer c-com Snape?"

"Ele acabou de dizer que exige um serviço dele... algo sobre esse ser o único caminho... eu não sei!" Harry virou-se para olhá-la. "Malfoy está preocupado com o que aconteceu com seu filho, mas você-sabe-quem disse que eu pode procurá-lo no final da noite, então ele não está preocupado..."

Pride of Time by AnubisAnkh- TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora