Secrets Between Kingdoms

"Prologue"

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Boa leitura!

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- Precisamos contar para ela... - A voz de minha mãe estava baixa, mas mesmo assim conseguia ouvir claramente atrás das duas grossas e enormes portas que nos separavam.

- Ryo, eu já disse que não. - Meu pai respondeu, impaciente. - Ja falei que ela ainda não está preparada para isso.

O que eu não estou pronta para saber? O que eles estão escondendo de mim? Por que eles sempre falam sobre essa mesma coisa?

Minha mente é preenchida por centenas de perguntas que, infelizmente, não iriam ser respondidas tão cedo.

Desço as escadas do enorme castelo e vou até a cozinha onde encontro nossa empregada mais antiga terminando de lavar a louça. Puxo uma cadeira da mesa próxima a ela e sento, sentindo o cheiro gostoso no ar da janta que a mesma estava preparando.

Ao perceber minha presença, ela se vira e me fita com as sobrancelhas arqueadas.

- O que se passa em sua cabeça, criança? - A vejo puxar um pano para terminar de secar os últimos talheres.

- Ouvi eles conversando de novo sobre o mesmo assunto. - Apoio meus braços na mesa, suspirando. - "Ela não está pronta", "no aniversário de 18 anos", mesma coisa de sempre... - Reviro os olhos.

- Min Eundae! Eu já lhe disse que não deve ficar escutando as conversas dos mais velhos, ainda mais atrás de portas. - Me repreende.

- Você sabe de alguma coisa? - A questionei, porém, sua expressão continuava neutra.

- Eu já te disse que não sei, e mesmo se soubesse, não te contaria. - A mais velha da meia volta, indo para a grande sala de jantar me ignorando completamente.

Meus pais escondem algum segredo que nunca me contaram, apenas descobri que as coisas não estavam certas quando os flagrei conversando sobre isso alto demais e, desde esse dia, todos agem estranhamente comigo. Além de tudo isso, todo mundo tem um cuidado muito grande comigo que as vezes é até exagerado demais, o que me deixa levemente curiosa. Um exemplo é eu não poder receber visitas sozinha, tenho sempre que estar acompanhada de alguém, de preferência mais velho.

A mulher vai até ao salão onde meus pais estavam reunidos para anunciar que o jantar estava pronto e logo eles se juntam a mim na mesa espaçosa. Minha mãe senta do lado esquerdo de meu pai e eu ao direito, observando os outros empregados trazendo o banquete à mesa.

- O que você tem, Eundae? - Minha mãe me fita com as sobrancelhas arqueadas, provavelmente percebeu minha inquietação.

- O que vocês tanto escondem de mim? Por que quando eu pergunto, vocês sempre mudam o assunto?

- Porque não tem a idade certa para saber, apenas quando completar a maior idade. - Viro a cabeça para encarar meu pai após ouvir sua voz firme ecoar pelo cômodo. O mesmo pega a taça de vinho e da um belo gole no líquido escuro. - Não quero que estrague o jantar voltando com este papo então, por favor, o assunto encerra aqui.

Como eu disse, é sempre as mesmas coisas.

O meu aniversário de dezoito anos já está próximo, ocorrerá em apenas três semanas. Por um lado estou animada e por outro não, não gosto nenhum pouco de ser o centro das atenções. Porém, eu sou filha de um rei, como posso ser invisível?

- Perdi a fome. Se me dão licença, irei me retirar... - Levanto da cadeira irritada e me afasto da mesa, caminhando apressadamente às grandes escadas. Chego em meu quarto e fecho a porta, a trancando logo em seguida. Olho em volta do grande quarto espaçoso e procuro por algo, qualquer coisa que me faça esquecer e relaxar um pouco dessa história estranha e incógnita. Começo a mexer em minha prateleira e acho um livro um pouco diferente do normal entre os outros infantis que minha mãe havia me dado quando menor. Percebo ser de minha avó por conta de sua caligrafia que jamais irei esquecer, decido abrir e ler algumas páginas. Haviam vários desenhos de tipos diferentes de plantas, escritas estranhas e ervas que são boas para ferimentos e tratamentos de várias doenças.