Sexta-feira, 17 de setembro
Rio fica no estacionamento da escola. Ele dá uma longa tragada lenta no cigarro e olha para o painel – 11: 03. Apenas mais dois minutos e o sinal tocará, e no tumulto dos estudantes saindo pelas portas duplas na frente da escola para almoçar fora do campus, ele poderá entrar sem que os coordenadores o flagrem após abandonar o local. Ele perdeu todas as aulas, a manhã inteira.
Claro, havia uma boa chance de eles perceberem, uma vez que não deu presença na escola durante o quinto período. Provavelmente o arrastariam até a coordenação e o presenteariam com a detenção, mas às vezes ele tinha sorte. Às vezes, eles estavam ocupados ou tinham assuntos mais urgentes para tratar, e Rio podia escapar pelas rachaduras de um sistema falho de ensino.
O sinal toca, Rio abre a porta e apaga o cigarro antes de entrar no prédio. Ele acena para alguns rostos familiares, mas evita a maioria dos outros.
Quando ele está do outro lado do estacionamento, ele ignora um grupo de atletas idiotas se trocando e contando piadas a caminho de se amontoar em uma das caçambas de suas caminhonetes, mas um dos meninos o vê.
— Ei! — Um cara alto e desajeitado o chama. Rio o reconhece da aula de matemática, mas a frequenta com pouca assiduidade, então ele não consegue se lembrar do nome, mesmo que o tenha vendido tanto bebida quanto maconha pelo menos uma ou duas vezes antes. —Ei, espere!
O cara corre para Rio, que espera pacientemente, mas não se preocupa em ir em direção do mesmo. Os amigos do jogador de futebol ficam para trás, trocando olhares como se estivessem intimidados pela reputação do Rio. O garoto rebelde não se sente intimidado — o que diz menos sobre sua bravura do que sobre sua inteligência. Rio absorve essa informação.
— E aí?
O cara olha em volta e Rio quer revirar os olhos. —Há uma festa hoje à noite. Depois do jogo. Você pode nos fornecer?
Rio finge considerar, depois assente com a cabeça bruscamente uma vez. — Sim. O que você precisa?
O garoto detalha o que quer, o Rio estabelece um preço e o garoto faz uma careta. — Sério? Você poderia, tipo, parcelar ou algo assim?
Rio dá uma risada e arqueia uma sobrancelha. — O que, cara, você acha que eu aceito cupons?
O garoto coça a orelha. — Eu não sei. Não há algum tipo de ... amigos e desconto para a família?
— Qual deles você pensa que é? — Rio o encara inexpressivamente, recusando-se a quebrar o contato visual. O cara tem um centímetros ou dois maior que Rio, mas ele ainda treme sob o olhar do mesmo.
— Tudo bem, tudo bem —, o garoto diz apressadamente. — Vou levar o dinheiro para você no próximo período, ok? Tenho que ir ao caixa eletrônico durante o almoço.
— Tudo bem —, diz Rio, e ele dá um tapa na mão do cara para selar o acordo.
— A propósito —, diz o cara, caminhando para trás do Rio. —Você perdeu um teste de matemática hoje, então talvez queira passar pela sala do Sr. Stewart.
Rio assente, e o garoto gira no local para correr de volta para seus amigos. Ele está vestindo sua camisa de futebol, então, quando ele se vira, o Rio vê BOLAND escrita nas costas em grandes letras maiúsculas.
Ele terá que se lembrar disso. O cara cedeu com tanta facilidade ao ser pressionado que o Rio não se importaria de tê-lo como cliente regular.
***
Quando Rio vira no corredor para a sala de aula de Stewart, leva um momento para registrar que está interrompendo alguma coisa.
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🥤𝐃𝐄𝐋𝐈𝐍𝐐𝐔𝐄𝐍𝐓𝐒 ─ 𖥻brio
Teen Fiction❝Segundo ano. 1993. Beth Marks é inteligente, mas acaba ficando para trás na escola quando as responsabilidades em casa se tornam demais. Rio Hidalgo é brilhante, mas preguiçoso e faz apenas o suficiente para sobreviver. Quando o professor de matemá...