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— Não adianta fingir, eu sei que você não dormiu ontem — A sensei dizia, apoiada na batente da porta do quarto de Arisa quando chegou ali e viu a garota se esconder de baixo dos cobertores — Eu também fiquei ansiosa no meu primeiro dia de academia ninja, não se preocupe, vai ser legal.
Arisa descobriu apenas seus olhos e fitou a ninja morena de longe, fez uma cara de sofrimento bem fingida quando se deparou com os olhos amarelos de Orihime semicerrados. Ela admirava a capacidade de Orihime de acordar cedo todos os dias, essa era a disciplina de uma jounin de elite, coisa que a pequena princesa perdida deveria almejar já que pretendia ser uma ninja habilidosa como sua mestra, mas provavelmente ainda não eram nem oito da manhã e a sensei já estava acordada a muito tempo.
Desde que chegou em Konoha, quando era apenas uma pirralha minúscula e com grande potencial, Arisa foi prometida de que um dia entraria na academia ninja como qualquer outra garota normal, então seria atribuída a um sensei para formar um time, e a partir disso iniciaria seu treinamento como uma ninja de verdade.
Apesar de ter o nivel das crianças da academia, ela nunca nem pisou lá durante a formação deles por ser considerada de nivel genin desde os oito anos... Estava apenas esperando que a classe de sua idade se formasse para poder entrar num time, no entanto Arisa não parecia muito confiante de suas habilidades.
— E se eu não for boa o suficiente? — Ela começou o drama, tinha a voz abafada por causa do cobertor a cobrindo, agia como se aquilo fosse impedir a sensei de expulsa-la da cama — E se todo mundo me odiar?! E... Ah Ori-Sensei, eu não quero ir hoje.
A mais velha atravessou o quarto balançando os guizos que prendiam seu cabelo.
Orihine Sarutobi, a Loba dos AMBU de Konoha, era uma ninja assassina, conhecida por seus guizos que costumavam causar medo em suas vitimas. O tilintar dos sinos presos em seu cabelo sempre anunciavam sua chegada, todos sabiam que esse costumava ser um som que precedia violência e morte... Mas para Arisa, esse era apenas o som irritante que geralmente significava que ela estava encrencada.
— Pare com isso — Orihime respondeu enquanto abria as cortinas do quarto escuro permitindo que o sol iluminasse o cômodo, fazendo com que a menor se enfiasse ainda mais fundo entre as cobertas — Katara-Sama não te trouxe para Konoha atoa, vamos logo, você tem que tomar café da manhã.
A pequena ninja fez um barulho parecido com um grunhido de desaprovação mas levantou afastando os cobertores, seus olhos reclamaram quando foram de encontro com a luz do sol e ela os protegeu com uma mão enquanto caminhava pelo quarto. Hoje seria um longo dia, finalmente iria conhecer ninjas da idade dela, finalmente conheceria pessoas que não fossem jounins de patente alta, assassinos da AMBU ou sannins lendárias que moram em montes gelados rodeados de aves de rapina...
