Escorado na janela observo o sol se esconder entre a lagoa refletindo suas cores em todo lugar, olho para pátio e me vejo admirado pelas lindas flores brancas que agora se misturavam em tons de laranja e vermelho, percebo uma mulher já de mais idade entrar naquele mar de flores, ela ficava cheirando e admirando-as. Quando escuto uma batida em minha porta, Vou até a porta ver quem seria
-A senhora Monique o espera no jardim para um passeio- Fala o empregado ruivo que havia me recebido, me aguardando para que possa me acompanhar até o jardim.
Sem dizer uma palavra sigo o empregado, olhando com mais atenção para sala havia um sofá branco, uma peça de muita beleza, que permanecia em bons cuidados, transmitia um ar de limpeza, tinha uma mesinha de centro em vidro com algumas peças de cerâmica em sua superfície, mas ainda mantinha aquela mesma atmosfera sombria. Saindo da mansão desço os três degraus ao jardim, o empregado vira para o lado direito e depois o faz mais uma vez me deixando perdido. Monique nos aguardava sentada em uma das fontes do jardim, ao notar nossa presença a mesma olha em nossa direção porem não esboça qualquer reação, logo cobrimos a distância entre nós
-Você já pode ir Joseph- Ela fala em um tom autoritário
-Olá senhora Fournier, agradeço por sua hospitalidade- Faço uma reverência em forma de gratidão
Monique se levanta e anda pelo jardim arrastando seu vestido preto em meio as flores brancas, enraizando sua melancolia pelo caminho, ando por seus rastros, tudo seguia em extremo silencio, um tanto quanto constrangedor e estranho, chegamos a uma estátua de cúpido que estava prestes a lançar a sua flecha do amor, Monique para em frente a estátua, fico ao seu lado, Monique transparecia menosprezo, ela vira pra mim
- Não agradeça, não estava de acordo com a sua vinda, quando soube que víria reprovava essa ideia mas pensei no que meu marido faria, ele nunca negaria tal pedido, por isso mudei minha decisão
Como poderia responder tal afirmação, nunca esperei ser bem querido em minha chegada, mas a fala de Monique me fez sentir um verdadeiro invasor
-Não sabia que minha presença a incomodava, espero não fazer a senhora se arrepender de sua decisão- Tento contornar a situação
-Mesmo com uma resposta tão modesta os olhos arrogantes que você herdou de sua mãe falam mais alto!
Inevitavelmente sinto um aperto em meu coração, ser rude não parecia fazer sentido, viro minhas costas deixando Monique e algumas lágrimas para trás, assim que passaria meus dias? Tento voltar o mais rápido possível para meus aposentos, no meio do caminho esbarro no empregado ruivo que estava em frente aos degraus
-Licença!- Caminho cegamente em frente, me embolando nos degraus
Ao cair o empregado estende a mão para me ajudar a levantar, seu semblante é de preocupação, o sorriso que marcava seu bom humor não estava mais aparente
-Está bem? Se o senhor não se importa irei acompanhá-lo até seu quarto, terão mais degraus pela frente- Fala debochando do ocorrido.
Envergonhado não recuso sua oferta apenas aceno com a cabeça, entramos na mansão
- Qual o seu nome? Pergunto tentando desviar a atenção de mim
- Me chamo Joseph senhor- Fala como se tivesse recebido uma ordem
- Pode relaxar um pouco Joseph. Sou Lohan- Digo tentando deixar menos estranha a situação. Ele me olha com um olhar surpreso por ter me apresentado tão de repente. Já estávamos na frente das escadas
-Se o senhor não se importa poderia saber o motivo de suas lágrimas?
-Monique expões suas opiniões sobre mim, as quais não eram tão sutis- Tento não expor o comportamento de Monique para seus empregados e o real contexto de nossa conversa
-Não permita ser abalado pelos comentários da senhoria, assim não perdera seu charme- Com um sutil sorriso em seu rosto
Sua resposta inesperadamente me deixou corado, me intriga Joseph manter seu bom humor mesmo vivendo nessa mansão, ainda bem que já estamos na porta.
-Muito obrigado pela sua companhia Joseph- Vou abrindo minha porta quando sinto uma mão me tocando
- Pode ficar com esse lenço caso volte a chorar, irei busca-lo quando os Fournier estiverem a mesa- Ele fala isso rapidamente e vai descendo as escadas como se não quisesse receber uma resposta
Me jogo na cama e começo a chorar, minhas lágrimas caiam como uma tempestade sem fim, tudo estava passando pela minha mente, porque meus pais me mandaram para cá, porque não me tratavam normalmente, tudo se unificou em um sentimento "Tristeza". Depois de algum tempo chorando me acalmo, uso o lenço de Joseph para recolher minhas lágrimas
Não demora muito e escuto a voz de Joseph me chamando para me juntar a mesa, respiro fundo, conto até dez, abro a porta e acompanho Joseph até a sala de jantar que ficava ao lado da cozinha, todos já se punham em seus respectivos lugares, tinha uma cadeira vazia porém um prato havia sido posto a sua frente, um lugar bem a ponta. Joseph me guiou a um lugar bem ao lado de Alison, me pergunto se estamos esperando mais alguém. Joseph com delicadeza puxa a cadeira e empurra a mesma ao me sentar. A mesa toda de madeira conquistava em seu tamanho, sua distribuição de lugares parecia injusta, entre mim e Alison caberiam mais dois lugares, seus pratos apresentavam uma cerâmica fina com detalhes em ouro que pareciam casar com os talheres, um verdadeiro deslumbre em dourado com detalhes a mão, a frente taças de cristal que reluziam com a luz do lustre que transmitia harmonia ao recinto, o clima não parecia adequado para tal sala de jantar, todos se olhavam interessados em saber qual seria o prato principal.
(Notas do Autor : Obrigado por lerem! Até a próxima.)
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Blooming Flower
RomantizmCom os ideias revolucionárias ganhando força na França, Lohan herdeiro único da família Dumont é obrigado a ir para uma vila ao leste de Remise e lá viver com a família Fournier, parceira de negócios de sua família, em sua estadia conhecerá segredos...