Desde a infância

Aquela lembrança

-Pedro já é a terceira vez, nesse mês,que você arruma confusão e vem parar na minha sala.

Magno, meu diretor já está de saco cheio da minha cara, mas não tenho muito o que fazer diante disso.

-eu não começo as brigas eu só as termino.

-você tem que parar com isso Pedro, essa já é 2 advertência do seu boletim, a próxima é expulsão. Quero falar com seus pais.

-meu pai viaja muito, e minha mãe, bom, ta muito ocupada no além.- até parece que ele não sabe que não tenho pais responsáveis, eu estudo aqui desde meus 5 anos de idade.

-eu sei que ele viaja muito e é um homem super ocupado, mas ele vai ter de arrumar um tempo pra vim aqui falar comigo.

-vou tentar falar com ele.- é óbvio que eu não vou, ele me mataria se soubesse disso, ele aproveita qualquer oportunidade pequena pra falar merda comigo.

-pode se retirar.

Que droga mano o Caio tinha, que começar a brigar com aquele, idiota do Igor, se pelo menos ele tivesse terminado a briga, mas ainda deixou pra mim o bucho  Acho que tenho mais dois turno de aula, não sei. Minha próxima aula é de história, professor fala que é uma beleza, mas é isso

[...]

Ligação on

-Pai o diretor chamou você lá na escola.- falo já esperando o maior sermão que ele consegue dar.

-você sabe muito bem que eu estou viajando, e eu não estou com paciência pra suas briguinhas de escola hoje não. Vou demorar pra voltar pra casa, a empresa vai ter que apresentar um projeto novo.-

Como sempre né? Ele nunca tem tempo pro próprio filho.

-tudo bem.

Minhas conversas com meu pai são sempre assim, quando conversamos, as vezes ele some por meses e aparece de surpresa em casa, dando uma de pai presente. É, realmente é o pai do ano.

As vezes eu lembro de quando a mamãe ainda estava viva, eu meu pai e ela saíamos muito juntos, íamos pra jogos de beisebol, restaurantes, shopping. sinto muito a falta dela, depois que ela se foi meu pai não tem tempo pra nada, ele se afunda no trabalho, mal para em casa.

Teve uma vez, em que a gente estava em um jogo de beisebol, e a bola caiu perto do meu banco e a arremessadora me deu, e eu dei para uma menina que estava sentada atrás da minha cadeira, ainda lembro da expressão da cara da mãe dela, e da minha mãe que ficou orgulhosa de mim, e me chamou de cavalheiro, acho que nunca vou tirar essa memória da minha cabeça.

E as vezes eu me pergunto, onde será que aquela menina está, qual o nome dela,será que ela ainda lembra desse dia

Sou tirado dos meus pensamentos, por meu celular tocando, pego e vejo que é o Caio e atendo.

-O que foi?.

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Eai, estão gostando da história?