Notas do autor :
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Boa leitura❣❣"Não sabia até quando eu aguentaria continuar a nadar. Ansiei pela ajuda de algum herói desconhecido. Tinha a absoluta certeza de que a qualquer momento iria afundar tanto naquele mar profundo de águas quanto de devaneios, pensamentos beirando a loucura e afins. Em meio a um céu e a um oceano que dividiam um mesmo tom de azul, azul-fantasma, observei a única diferença possível de enxergar entre ambos : a grande luminosidade irradiada pela Lua e pelas estrelas. Esta era a única coisa boa em que eu podia pensar no momento. As forças de meu corpo estavam se esvaindo. As vezes, me lembrava de que me fora ensinado a reconhecer tudo isto como irreal, mas não podia negar os arrepios que a água gelada me proporcionava, nem muito menos a sensação dolorosa que sentia quando a água temperada de sais minerais estancava o sangramento de minhas feridas causadas por ataques repentinos daquele ser não identificado totalmente por mim. Eu não sou tão facilmente assustada, mas apenas a existência daquele tipo de peixe me incomodava, era algo alguns metros maior que um ser humano comum, possuía algum tipo de cabelo, se é que é possível. Como uma luz no fim do túnel surge aos olhos do observador, um pedaço de terra em meio ao mar, surge aos meus olhos dissipando parte da escuridão presente na calada da noite. Havia algo naquele lugar que emitia uma luz própria de cor dourada, então era isso que dava um leve e suave brilho àquela terra isolada do restante do mundo. Apressei-me em nadar mais rápido, pois o ser que mais parecia uma sereia - fato perceptível graças a minha proximidade em relação a ilha, que me fornecia uma pequena claridade para enxergar as coisas ao redor - estava aumentando a velocidade com que utilizava para me alcançar. Ao meu ver, esse monstro que me perseguia estava tentando evitar que eu obtivesse contato com o objeto da ilha, eu até podia sentir uma aura de medo vindo de dentro daquela coisa selvagem. Quando eu já estava chegando perto das margens da praia, onde as ondas já estão se formando e se quebrando - o que me ajudava a chegar mais rápido ao meu destino - arrisquei uma olhadela para trás e obtive uma percepção mais nítida da "sereia" enorme. Ela estava com os cabelos soltos pela água, eram lisos e faziam movimentos singelos - contrariando a sua suposta índole - sua pele era de cor acinzentada e aparentava ser um pouco oleosa, graças a presença de um certo muco - como na maioria dos peixes - e sua extensão corporal era alguns metros maior que a minha, o que me apavorava bastante, seus olhos eram invadidos por um branco bem luminoso. Não posso deixar de mencionar os inúmeros dentes afiados que pelo seu grande tamanho salientavam-se da boca do ser. À essa altura, eu já conseguia colocar os pés no chão graças a pouca profundidade da água. Arrisquei nadar até que a palma da minha mão esquerda tocasse a areia que se encontrava plena no fundo do mar, onde apenas um ligeiro e sutil movimento da água a retirava de sua paz, para confirmar minha presunção sobre a profundidade da água no local em que eu me encontrava. Quando concluí que ela não passaria do meu pescoço, continuei a nadar, e quando não resistia ao cansaço, utilizava minhas pernas para obter um impulso que me concedesse uma pequena vantagem, mesmo que por poucos segundos. Foi quando de repente senti uma corrente de água de intensidade crescente me puxando para trás, me parecendo isso premeditado, chequei a feição do monstro - que havia posto seu rosto para fora da água - para confirmar minha hipótese. Logo, notei um sorriso de canto se sobressaindo no rosto da criatura, mas não permiti que isso me abalasse, pois já estava chegando na areia seca e fina da praia. Após alguns ferimentos ainda ardendo, como um caçador que machuca o quanto puder sua presa, a mulher metade peixe quando teve a chance de me atacar, agarrou a minha perna direita com a "mão" esquerda e com a sua destra adicionou três cortes finos em minha panturrilha, profundos o suficiente para me fazer emergir e soltar um grito tão estrondoso que me fez sentir gosto de sangue pela garganta. Farta de tanto ilogismo, aproveito-me do pouco conhecimento da física que tenho aprendido na escola, e aplico a 3° Lei de Newton, "toda ação tem uma reação", dando um chute com quase todo o restante de minhas forças na face da sereia, o que me fez vislumbrar um pigmento púrpura que conforme vazava do nariz da minha quase assassina, se dissipava pelo oceano. Após minha defesa, consegui, cambaleando, chegar a praia, onde caí primeiramente de joelhos e em seguida com todo o resto do corpo. Depois, me virei para a lua, pois eu havia deitado de bruços. Permiti-me fechar os olhos por um momento de descanso, daí me veio um pensamento :
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Layla
RandomNascida do ouro e renascida sob a radiante luz da lua e o desmanchar das ondas da praia...Layla.