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Alguns dias depois/ Complexo da Maré
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Veron Lima
Terça
16:35pm


O gostinho da vitória não poderia ser mais gostoso.
Tantos meses planejando e no final tudo saiu melhor do que eu imaginei. Superou as minhas expectativas

Cobra preso, o morro enfraquecido e pronto pra ser invadido novamente, o que não vai demorar muito pra acontecer.

Agora só tenho que me livrar da Vanessinha, porquê agora ela não serve mais e eu não quero ninguém enchendo o meu saco.
Tá pra nascer mina mais emocionada, é só falar meia dúzia de palavras bonitinhas e pronto, ela faz tudo que você pedir.

Mas eu tenho que bater palmas pro trabalho dela, foi perfeito e ninguém desconfiou, ela saiu do Vidigal e ninguém nem impediu.
Seria uma ótima atriz.

Tenho um pouco de pena, na cabecinha fértil dela nós vamos ficar juntos, mas isso é algo que está fora de cogitação, não trocaria a minha mulher por alguém como ela.

Mandei que a chamassem aqui na minha sala, não aguento mais essa maluca no meu pé.

Vanessa chegou toda sorridente, uma pena ter que acabar com essa alegria.

— Senta aí!— apontei para a cadeira à minha frente. Como uma pessoa obediente ela se sentou sem reclamar, talvez isso seja uma qualidade dela.

— Você tá muito sério, nunca me chama aqui.— falou receosa, é uma menina inteligente, mas se envolveu nessa vida muito nova.

— Vou mandar logo a real, não gosto de enrolar.— ela ficou tensa pelo meu tom de voz e me olhava sem entender.— Eu não vou cumprir a minha parte do acordo.—  seus olhos se arregalaram.

— Como assim? Você me prometeu.— levantou a voz.

— E daí? Eu prometo várias coisas todos os dias.— fiz pouco caso.— você já é grandinha, Vanessa, já devia ter aprendido que não se deve acreditar em tudo que te prometem.

— E daí?— gritou indignada e eu estava sem paciência pra showzinho.— Eu entrei nessa merda por você, porquê você prometeu que ia ficar comigo.

— Vanessa, você é ingênua de mais, eu não vou largar a minha mulher por alguém como você. Tu é criança de mais ainda, precisa crescer e parar de acreditar em tudo que te prometem.— falei calmo o que a deixou ainda mais nervosa.

— Você não pode fazer isso comigo, não pode! Você disse que me amava.— levantou da cadeira ainda mais alterada ameaçando vir pra cima de mim.

— Se eu te amasse não ia te mandar pro meio deles, sabendo que se te descobrissem poderiam te matar. Acorda pra vida Vanessinha, eu só te usei.—  esclareço quase desenhando pra ver se a informação entra na  cabeça oca dela.

— Mas eu te amo, você não pode me deixar. Ontem... ontem lá em casa, você disse que íamos ficar juntos, você disse.— blá blá blá, já estava me cansando essa historinha.

— Sua voz me irrita.— Puxei a minha Glock apontando pra ela

— Você não tem coragem.— falou convicta, até ri dessa.

Luz em todo morroOnde histórias criam vida. Descubra agora