O invasor de Hogwarts.

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        Antes mesmo que a mão de Rose tocasse na porta, essa se abriu num movimento contido, que foi interrompido quando quem o fazia espiou pela fresta. A pessoa, então, abriu a porta por completo, vendo que não tinha para onde ir. Estranhamente, lá estava Victoire Weasley com seus cabelos presos e semblante inquieto.

        — Prima? O que faz aqui? — manifestou-se Tiago, o primeiro a encontrar as palavras.

        — O que eu fazia, você quer dizer. Apenas um chá, visitando meu velho amigo... Não é isso que vocês vieram fazer? Com licença, tenho que ir. ­— Vick abriu caminho entre eles e voltou ao castelo sem olhar para trás. Quem já conhecia Victoire sabia que havia algo de errado com a prima. Por isso, Rose disse:

        — Acho que encontramos uma primeira pergunta a ser feita aqui dentro. — Rose tinha ares importantes e animados. — Vamos lá.

        Entraram na cabana de Hagrid. Encontraram-no preparando mais chá e cantarolando baixinho. O meio-gigante levantou os olhos negros e cheios de vida para o grupo, que estava desconfortavelmente parado à porta. Vendo que Hagrid limpara a cabana, os mais novos integrantes do time de Quadribol se sentiram envergonhados: os seus uniformes vermelhos estavam rotos e com os cheiros mais estranhos.

        — Alvo, Rose, Lia! E até você, Tiago? — exclamou Hagrid, que continuou de forma encabulada: — Para ser honesto, não pensei realmente que você viria.

        "Nem eu." Ele murmurou para apenas Rose ouvir, a qual lhe deu uma cotovelada nas costelas.

        Eles apresentaram Jean a Hagrid, que o acolheu calorosamente. Em breves instantes, todos estavam acomodados ao redor de sua enorme mesa, com seus biscoitos caseiros e xícaras também enormes de chá. Rose comentou rapidamente sobre as aulas e professores, o que deixava claro que não era sobre o que ela queria conversar. Então, Lia tomou a palavra, mal se aguentando de animação:

        — Você tinha que ter visto, Hagrid! Eu tapeava todo mundo naquele teste. O melhor foi no final. Eu fingi ter visto o Pomo indo bem para o chão mesmo, sabe? Aí aquela multidão toda ía pra baixo e pra baixo e pra baixo, todos me seguindo... No último segundo: vupt! Eu mudei a direção da vassoura e se espatifaram de cara no chão! Foi lindo!

        A menina contava sua história cheia dos mais diversos gestos expansivos e dos olhos arregalados. Após rir, contente, pela conquista de Lia, Hagrid pronunciou-se:

        — Infelizmente, não se esqueçam de que vocês não podem se demorar muito, já está tarde. Se tivessem chegado mais cedo como Victoire, vocês poderiam... ­— Hagrid se interrompeu, talvez percebendo que se aproximava de um solo perigoso.

        — Vimos que Victoire estava aqui... Já que ela chegou cedo, qual foi a conversa longa que vocês tiveram? — questionou Rose com falso desinteresse. Alvo e Lia se encararam, pois não podiam acreditar na paranoia daquela garota. Porém, o descontentamento não durou muito. A cabana de Hagrid era muito agradável; o cheiro de biscoito queimado dava um toque extra de aconchego. Como se não bastasse, o fogo crepitando deixava as crianças sonolentas e felizes. Mesmo um humor difícil como o de Marcus teria sido domado pelo lugar.

        — Hm... nada, nada importante... — Vendo Hagrid titubear, disfarçando sua falta de resposta com goles generosos de chá, os olhos de Rose brilharam. O meio-gigante pareceu perceber, portanto abaixou a xícara e continuou com mais firmeza: — É segredo. Talvez, quando estiverem no sétimo ano, voltemos a conversar sobre isso.

        A postura do grupo mudou. Até mesmo Alvo e Lia tiveram que admitir espanto. Será que havia alguma coisa séria e secreta acontecendo? Será que Rose estivera certa esse tempo todo? Alvo sentiu os ombros abaixarem em desânimo. Se a prima estava certa, ela ficaria insuportável. Os "Eu avisei!" de Rose seriam capazes de arrancar sangue dos ouvidos de Alvo.

O Invasor de Hogwarts - ano 1Onde histórias criam vida. Descubra agora