Capítulo XI - A cabine, o sofá-cama e a calmaria

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Observo Jonathan aprendendo a lutar com Ripchip, que realmente está gostando de dar aulas

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Observo Jonathan aprendendo a lutar com Ripchip, que realmente está gostando de dar aulas.

Seis dias se passaram desde que deixamos as Ilhas Solitárias e as coisas realmente estão indo bem, felizmente.

Dou um sorriso ao ver Jonathan ser derrubado pela milésima vez, e me assusto um pouco quando Caspian me abraça por trás, apoiando sua cabeça na minha. Mesmo que ele tenha feito isso várias vezes durante esses dias, é meio esquisito e novo, mas bom.

— Sabe que é maldade rir do seu irmão assim, né? — ele pergunta e eu dou risada, passando as mãos por cima de seus braços ao redor de minha barriga.

— Nada deixa alguém mais humilde do que levar umas rasteiras. — eu respondo e é a vez dele de rir. — Sabe, eu estava pensando aqui, você tem muita sorte que não foi Simon que veio junto comigo.

Viro-me para Caspian, que ergue uma sobrancelha, voltando a abraçá-lo em seguida e ele faz o mesmo comigo.

— Ah, é? Por quê? — ele pergunta, dando um sorriso bem-humorado.

— Porque Simon é um ciumento irritante. Ele ia ficar no nosso pé o tempo todo. — eu respondo, sorrindo também. — Harry também é ciumento, mas é mais calmo.

— Se passaram quantos anos no seu mundo? — Caspian pergunta-me, parecendo preocupado repentinamente.

— Quatro também. — eu digo e ele suspira de alívio, fazendo-me rir.

— Seria esquisito você ir sendo mais nova que eu, e voltar sendo mais velha. Ou imagine que não se passou nem um ano pra você? — ele pergunta e arregala os olhos. — Nem poderíamos namorar.

— Ia ser conhecido como o rei pedófilo. — eu faço piada e sorrio, vendo Caspian me olhar feio. — Só estou brincando, relaxe. Eu tenho 20 anos e você 21, está tudo certo. 

— É estranho ser adulto, oficialmente. — meu namorado comenta com uma careta, e eu ergo as sobrancelhas. — Digo, você nunca passou por um momento em que pensou: "tenho que chamar um adulto", então se tocou que você é a adulta?

— Ah o tempo todo. — eu respondo, dando risada. — Ano passado o Jonathan quebrou a perna andando de bicicleta, e eu só consegui rir e pensar: tenho que chamar alguém mais velho pra resolver isso.

— É estranho pensar que somos responsáveis por Lúcia, Eustáquio e Jonathan. — ele faz uma careta e olha para o chão, contemplativo.

— Falando em Lúcia, eu e ela temos uma cabine só pra nós. Onde você está dormindo? — eu pergunto, erguendo uma sobrancelha.

— No escritório de Drinian. — Caspian responde, dando de ombros. — Lá tem um sofá-cama, pedi para colocarem, porque sabia que você poderia vir pra cá e não te deixaria dormir em qualquer lugar além de minha cabine.

— Por que eu acho que seus planos não incluíam eu dormir com Lúcia? — eu pergunto e vejo o telmarino corar.

— Não é isso que você está pensando, ok? — ele diz e eu comprimo os lábios assentindo, deixando clara a minha vontade de rir alto. — Eu queria só dormir com você, abraçado. Achei que, dependendo de quanto tempo houvesse passado, poderíamos fazer isso. Mas isso.

— Você é tão adorável. — eu digo sorrindo e reviro os olhos, tirando meus braços de sua cintura e abraço seu pescoço. — E eu achando que não podia ficar mais apaixonada por você.

— Digo o mesmo, querida. — ele me diz, sorrindo.

Então, meu namorado colocou sua mão em minha nuca e puxou-me para um beijo lento, com ternura transbordando de nós dois.

Honestamente? Eu não sei dizer o quanto estou apaixonada por Caspian, pois o sentimento é profundo e está enraizado em mim. Tenho medo de ter de escolher entre ele e minha família em algum momento e não conseguir escolher, porque ambos os lados são importantes.

Encerramos o beijo e ficamos pertinho um do outro, apenas nos olhando. Sinto vontade de dizer que acho que o amo, mas decido que ainda não é a hora, então apenas sussurro:

— O que acha de namorar um pouco na sua cabine? Não acho legal ficarmos nos beijando na frente do meu irmão. 

Desse modo, fomos para o escritório/cabine de Caspian e ficamos conversando e namorando por algum tempo, até que caímos no sono em seu sofá-cama, no modo sofá mesmo, comigo confortavelmente em cima de meu namorado, sendo abraçada por ele.

— Majestades? — Drinian chama um pouco alto demais e eu dou um grito de susto, quase caindo do sofá. Felizmente consigo pôr a mão no chão antes da queda.

— Elle? — Caspian pergunta e então me puxa pra cima, vendo que quase caí do sofá. — Você tá bem?

— Tô sim, meu bem. — eu respondo e levanto-me. — Drinian apenas me assustou.

Rapidamente Caspian levanta do sofá, notando o capitão nos observando, e arruma sua roupa e o cabelo, pigarreando.

— O que houve, Drinian? — o rei pergunta e eu arrumo meu cabelo, prendendo-o novamente em um rabo de cavalo decente.

— Terra à vista, majestade. — o capitão responde e eu troco um olhar com Caspian.

Drinian sai da cabine e meu namorado faz isso em seguida, logo após me dar um beijo na testa.

Espreguiço-me e saio da cabine, vendo Edmundo e Houston, um dos tripulantes, conversando.

— Olhe só o que temos aqui. — Houston me olha, com um sorriso zombeteiro, e Edmundo dá risada.

— Calado. — eu mando, sorrindo levemente. — E Jonathan?

— Ocupado demais paquerando minha irmã para notar seu sumiço. — Edmundo responde, cruzando os braços. — Mas dissemos que estava mostrando as coisas para Gael, de qualquer forma.

— Quem? — eu franzo a testa, estranhando o nome, e ignoro o claro ciúme de Edmundo em relação ao meu irmão e Lúcia.

— Uma garotinha, majestade. Ela veio atrás do pai e passou todos esses dias escondida. — Houston responde e eu assinto.

— Bem, não precisavam mentir para meu irmão, mas obrigada mesmo assim. — eu digo e dou de ombros. — Vou ir conhecer Gael, agora.

Os dois acenam para mim e voltam a conversar quando me viro e afasto-me deles, indo até a cabine que divido com Lúcia.

Gael é a filha do homem que juntou-se à nós nas Ilhas Solitárias. É uma garotinha gentil e fofa e imediatamente notei que ela e Lúcia têm a mesma relação que eu e a ruiva cultivamos no início, o que aqueceu meu coração. É estranhamente bom ver Lúcia crescida e madura, ajudando os outros. Antes ela era a criança que me admirava, hoje somos melhores amigas e nos admiramos mutuamente. Nossa relação mudou, é como se agora fôssemos mais próximas por ela ter crescido, e é incrível ver sua evolução de pertinho.

°°°°°

Espero que tenham gostado.

Comecei a trabalhar, por isso a demora pra postar. Gente, que dor nas costas da desgrama euem.

Enfim, até a próxima.

09/10/2020.

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