(FUN)NERAL [yoongi centric]

-first & last

Era duas da tarde. Precisamente duas e vinte e cinco, o horário que aconteceria o sepultamento de Min Yoongi, o jovem pálido que era vítima de bullying constante de alguns de seus colegas de classe. Para ser exata, Jewel Nancy e Kim Jongin, seus Nêmesis

Yoongi havia tirado a própria vida em busca de alguma solução para sua dor, era algo que o fazia se sentir pesado, lutando contra aquilo dentro de si. Sozinho. Buscando melhorar mas a cada dia parecia mais longe do final, cada minuto o lugar ficava mais escuro. A última coisa que Yoongi conseguia pensar antes de sentir a falta de ar insuportável por conta da corda em seu pescoço era o completo alívio de saber que aquilo iria acabar em alguns segundos. Finalmente o tormento havia chego ao fim

Yoongi se via vagando pela cidade a alguns dias, ele tinha certeza que outros não poderiam ver-lo ou algo do gênero e sempre pensou que depois da vida, começava a vida após a morte. Como assim você fica andando por aí sozinho? Não tem céu? Nem inferno? Mas tudo ficou claro na cabeça do moreno quando, de repente, uma criatura apareceu ao lado em um banco do parque. O capuz preto, as mãos de ossos e a foice indicavam ser, claramente, a morte

—Bem, entendi que quer me mostrar algo, mas o que? Já andei a cidade toda e acredite, Seul não é tão legal quando parece... —Yoongi caminhava lentamente ao lado da criatura alguns centímetros mais alta

—Você verá aonde vamos! —a voz grossa e feminina disse, era como um sussurro que iria arrepiar Yoongi. Se ele ainda estivesse vivo, claro...

Mais alguns minutos e eles chegaram no local tão desejado, um cemitério bem grande e até bonito, as lápides eram todas iguais e tinham flores sobre o chão para cada uma delas. A morte guiou Yoongi até o salão que tinha no meio do terrenos, aonde ficavam os familiares e amigos dos falecidos antes do sepultamento

—Reconhece esses rostos? —

—Aquela ali é a minha mãe, eu vou sentir muita falta dela. —Yoongi se aproxima da mulher que chorava de forma repentina sobre o cação do seu filho —Não chore mamãe, eu estou bem agora. Sorria! — mesmo que a mulher não pudesse o ver, Yoongi sabia que ela sentia sua presença naquele local

—Mais alguém? —

—Ali está meu pai e meus familiares paternos... Eu nunca me dei bem com a minha família por parte de pai, eles me chamavam de desonra da família apenas por ser bissexual e não ter a mesma opinião política que eles. O que eles estão fazendo aqui? —

—Bem, não são os piores que estão no seu funeral hoje. Olhe ali... —a morte apontou para o outro lado do salão —são seus amigos, não são? —

—Sim mas, — fez uma curta pausa tentando entender a situação —também são Nancy e Jongin, um dos maiores motivos da minha morte. Por que meus pais chamaram eles? —Yoongi correu até aonde o grupo se encontrava

—Eu me sinto péssima por isso, Yoongi não merecia isso. Ele era uma pessoa tão boa e gentil, por que Deus só leva as pessoas boas? —Nancy deixou algumas lágrimas escorrerem mas logo as secou

—Espero que Yoongi esteva bem, tenho certeza que ele está no céu! —Hoseok, seu melhor amigo, pronunciou. Taehyung quase se afogava com suas próprias lágrimas, ele foi confortado por um abraço de Hoseok

—Eu sinto falta dele, hyungs. Yoongi poderia ser rabugento e talvez nem gostasse de mim mas ele era meu melhor amigo. Eu amo ele, Hobi hyung! —Taehyung abraçou mais forte o amigo. Nancy tocou Taehyung nas costas e o garoto de cabelos vermelhos logo virou para a mesma —A culpa é sua, sua vadia! Sua e desse idiota que machucaram meu amigo até ele não conseguir mais aguentar! —

—O que? Taehyung, você está nos acusando da morte de Yoongi? Eu sei que não éramos exatamente próximos mas crescemos juntos, somos vizinhos desde os dois anos, quantas vezes já brinquei com Yoongi quando nossas mães se encontravam. Você não sabe o que está falando! —Jongin finalmente disse

—Desculpem o Taehyung, ele está muito abalado com tudo que está acontecendo. Venha, Tae, vamos tomar uma água— Jungkook pegou a mão do amigo mais velho e o levou até o bebedouro que tinha a alguns metros de distância

—Como eles ousam aparecer no meu funeral e dizer isso? Não fomos amigos, Jongin roubava meus brinquedos, Nancy já pediu para um de seus namorados me darem uma surra em troca de vinte dólares. Tem como você tirar essa vagabunda daqui? Aproveita e levar Jongin também! —Yoongi pediu a morte, mas ela apenas riu do menino enfurecido

—É divertido, não é? Ver o quanto as pessoas que nunca se importaram com você choram pela sua perda no seu funeral —ele apontou para Nancy que chorava sem parar, se lamentando se algum dia te fez chorar

—Se fosse para ver essa cena horrível, eu preferia não ter morrido! —

—Não tem como voltar atrás, senhor Min. Agora vamos, irei te levar ao lugar aonde pertence —a morte estendeu a mão para o moreno

—Espera, eu sou bissexual, não sou religioso e cometi suicídio. Eu vou para o inferno? —Yoongi questiona quando ambos saíram do salão, logo na frente haviam dos carros de época: um preto, as janelas fumê e um chofer de preto e o outro branco com as janelas abertas e o mesmo chofer mas de roupas brancas

—Você entra naquele—a morte aponta para o carro branco

—Você vem comigo? —

—Não, não seria bem-vinda no lugar aonde você vai. Mas espero que tenha aprendido uma lição, espero que se lembre disso na sua próxima vida, enquanto você chora eles sorriem mas quando você sorri eles irão chorar. Tenha uma boa viagem! —

—Pra você também —e então Yoongi entrou no carro branco em busca de sua paz, ele iria para aonde sempre desejou e saberia finalmente o que realmente era a felicidade

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Plot by: hansolights

03/08/20