As lagrimas nao se vao com a chuva

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Ele demorou para voltar, iriam fazer 30 minutos desde que ele havia me mandado uma mensagem avisando que estava voltando, mas nada.

seu expediente não era tão distante então porque demorava tanto?
Sua alegria contagiante fazia falta no ambiente monótono que se tornava quando ficava só, era como se tudo fosse cinza, e ele trouxesse um pouco mais de cor, sendo uma palheta de cores quentes, sentia sua falta.

Mais 15 minutos se passaram e começara a se preocupar mais do que o normal, poderia ser pela chuva que caía ao lado de fora, mesmo não sendo tão forte assim.

Depois de um tempo esperando, já estava ficando impaciente, decido pegar meu guarda-chuva em seu devido lugar, atrás da porta da sala que também condizia com a de saída

ao sair olhei o céu, sempre tão imenso trazendo consigo suas constelações que sempre me faziam lembrar dos melhores momentos e a maioria deles ele estava lá.

Mas dessa vez o céu parecia querer mostrar toda sua dor já que as estrelas não se faziam presentes, mas sim a leve chuva e algumas nuvens impedindo a luz da lua, logo me fazendo pensar que algo ruim estava acontecendo

Com esses pensamentos em minha mente aperto meus passos em direção a nenhum lugar sentindo um péssimo pressentimento acompanhado de um aperto no peito

A cada passo que eu dava o ar parecia mais rarefeito me fazendo correr como se minha vida estivesse por um fio de desabar

Apenas parando quando escuto as sirenes de uma ambulância em meio a uma das ruas principais do bairro

Que também era cominho de volta dele, prometi a mim mesmo naquele momento que voltaria para casa e não iria interferir

Mas maldito senso de ajuda não me deixaria ir embora sem oferecer suporte aos profissionais

E no segundo que cheguei perto senti meu mundo cair e o tempo parar, meus joelhos fraquejaram e inconscientes lagrimas se formaram no canto dos olhos e minha mão largar o guarda-chuva me fazendo molhar com a mesma

Um acidente de carro. O sangue vermelho como rosas recém cultivadas em um belo jardim manchava o corpo já pálido caído no asfalto gélido

Assim como as lágrimas que insistiam em sair cada vez mais depressa se misturando com as gotas da fraca garoa, tornando minha respiração descompassada querendo me fazer gritar

Corro mesmo tremulo em direção ao corpo, sendo socorrido pelos paramédicos, que tentavam em vão me parar para que não me aproximasse

Ao chegar de encontro à estrutura sinto seu corpo álgido

Tento inutilmente sentir o pulsar de seu coração ou único suspiro

Toco em seu rosto desesperadamente esperando que houvesse alguma expressão de sua parte, deixo minhas pernas cederem indo de encontro com o asfalto, ralando meus frágeis joelhos, mas nada comparado a dor que sentia ao ver ele naquele estado partindo naquela maca sabendo que não acordaria por uma eternidade

Talvez as estrelas do céu tivessem ido fazer companhia no universo que partira esta noite, o meu universo

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⏰ Última atualização: Aug 05, 2020 ⏰

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