Capítulo XII - Nota sete pela criatividade

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Após uma análise da ilha que foi encontrada, foi suposto que estava desabitada, portanto foi também decidido que deveríamos passar a noite ali, já que o sol logo iria se pôr

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Após uma análise da ilha que foi encontrada, foi suposto que estava desabitada, portanto foi também decidido que deveríamos passar a noite ali, já que o sol logo iria se pôr. Felizmente, aprendemos que não se deve desbravar lugares desconhecidos em que há chances de ter pessoas mal intencionadas, por isso ficamos na praia mesmo, na companhia dos mosquitos e das estrelas. Os mosquitos especialmente chatos.

Observo o céu estrelado em silêncio, ouvindo os roncos da tripulação e principalmente de Jonathan. Esse garoto parece um trator quando dorme!

— Elle? — ouço Lúcia chamar baixinho e me viro para a ruiva, ficando de lado.

— Oi. — eu respondo, vendo ela ficar de lado também, a alguns centímetros da minha "cama".

— Por que não usou seu poder para prever o que aconteceria nas Ilhas Solitárias? — a ruiva pergunta, parecendo curiosa.

— Porque nada sai de um jeito bom se tento interferir, e eu tentaria. — eu respondo e ela me olha questionadora, então conto: — Há três anos, eu sonhei com um bombardeio, na época ainda não controlava meus poderes. Fiquei alerta por dias, mas nada aconteceu. No entanto, eu ainda não queria que ninguém fosse muito longe de casa, para o caso de não haver abrigo onde estivessem. Quando o ataque ocorreu, estávamos todos seguros no abrigo, então fiquei tranquila nos outros dias. Acontece que minha mãe saiu para trabalhar alguns dias depois e não voltou mais. Latrocínio.

— Latrocínio... — a garota parece confusa, então arregala os olhos. — Oh, sinto muito, Elle.

Lúcia estende a mão e aperta a minha, fazendo-me sorrir fracamente.

— Aprendi há alguns anos que onde há morte, sempre haverá morte*. O que tiver de acontecer, irá. Não adianta o que eu faça. — eu digo, lembrando-me de Tiknick e dos outros narnianos que morreram quando impedi o ataque ao castelo. — Entende agora? Eu não posso fazer nada além de assistir as pessoas morrerem. Não se pode enganar o destino.

Deixamos o silêncio pairar, pois não há o que dizer. Pelo menos não de minha parte.

— Você- você acha que terá de escolher entre sua família e Caspian? — a Pevensie pergunta, hesitante, após um tempo.

Eu suspiro e volto a ficar de barriga para cima, observando as estrelas.

— Não sei, mas espero que não. — eu respondo.

Ficamos alguns segundos em silêncio, as duas observando o céu.

— Se tiver, faz alguma ideia de quem vai escolher? — ela pergunta e nós duas nos olhamos.

— Nem passa pela minha cabeça. — eu respondo com sinceridade.

— Não precisa passar por isso sozinha, ok? — ela me lembra, estendendo a mão e segurando a minha novamente.

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