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Na busca de um coração apaixonado, encontrei em você uma amizade para toda vida.

💔

Eram quase três da manhã quando eu ouvi um barulho vindo da janela, a princípio pensei que fosse o vento, em alguns momentos ele costumava ser bem forte.

O clima entre mim e Nicolas ficou um pouco tenso depois que Denise foi embora. Talvez ela tenha razão e o jeito protetor de Nicolas esteja saindo do controle.

Me levanto devagar, pois ainda sentia dores no pé da barriga. Abro as cortinas e vejo ninguém menos que Bruno, me assusto ao vê-lo parando ali.

Abro a janela.

- Tá fazendo o que aqui seu louco? - pergunto.

- Eu precisava conversar com você Bea, por favor eu não vou demorar. - diz.

- Não, Nicolas pode voltar e ver você aqui.

- Por favor Beatriz. - pede. Apenas concordo e dou passagem para que ele pudesse entrar. 

Nicolas havia saído logo cedo, precisava resolver algumas coisas na empresa. Ele queria chamar Fernada ou Clystoff para passarem a noite comigo, porém eu não queria incomodar e nem via a necessidade disse.

- Você tá linda. - diz olhando para todos os lados, Bruno se senta na cadeira, passa suas mãos pelos cabelos e os bagunça.

- Quer ir direto ao assunto?! - Não queria ser grossa, mas não queria que Nicolas ou os seguranças notassem que ele estar aqui.

- Não fiz tudo que fiz por ódio, eu já havia deixado isso no passado. - ele começa - Nicolas mandou pegarem a minha irmã e eu não tive escolha, a não fazer aquela palhaçada na igreja. Peço perdão por isso, eu não queria e nunca quis que você vinhesse parar no hospital.

- Como assim?? O que ele ganharia com isso? - ando de um lado para o outro não acreditando. Nicolas era um amor comigo, não tem explicação para esse circo que ele armou.

- Ele ganharia eu bem longe de você e o seu amor. - se levanta e se aproxima de mim, ficando na minha frente. - acredite em mim pelo menos uma vez, Nicolas não presta. Só quer sair de bom moço na história.. - Bruno confessa olhando bem nos meus olhos, e de alguma forma eu sabia que ele estava dizendo a verdade. Sempre que Bruno mentia ele não conseguia olhar nos olhos da gente sem rir. - eu estava me arrumando para ir ao seu casamento quando minha mãe chegou desesperada, e no mesmo instante uma ligação de um número privado, era o seu pai do outro lado. Ele explicou o que eu teria que fazer e se eu obedecesse... Ele soltaria minha irmã.

- Mais a sua mãe e todos estavam no casamento. - respondo.

- Menos a Bianca, todos nós precisávamos agir normalmente. - nego com a cabeça, não acredito que Nicolas foi capaz de tudo isso. E o pior, olhar na minha cara como se fosse inocente. Quase perdi a minha filha por causa dele e quase culpei o Bruno por uma coisa que ele simplesmente não tinha culpa.

- Me desculpa, me desculpa. - começo a chorar. Bruno me abraça e eu soluço me sentindo uma idiota.

- Não chora, não quero que piore seu estado por minha causa. - diz e limpa minhas lágrimas.

- Me desculpa Bruno.

- Tá tudo bem Beatriz. - diz.

Ficamos em silêncio, e só o que dava para se ouvir era meu choro e o barulho do lado de fora da porta. Bruno mais uma vez limpa minhas lágrimas e se levanta.

- Eu preciso ir.

- Não me deixa aqui, por favor. Me leva com você. - digo desesperada e sentindo medo do Nicolas.

- Eiii - segura em meu rosto com as duas mãos. - enquanto ele achar que você não sabe de nada, nada vai te acontecer. - Bruno sorrir de lado e em seguida deposita um beijo em minha testa.  - eu vou voltar, eu sempre volto pra você. Mesmo destruído e acabado, sempre volto.

O abraço mais uma vez.

- Preciso ir antes que Nicolas volte, eu venho amanhã nesse mesmo horário, ok?

- Ok!

E Bruno se foi, me deixando novamente sozinha naquele maldito quarto de hospital. Não consegui pregar os olhos, pensei em tudo que ele me disse e pensei na cara de pau de Nicolas. Algumas coisas ainda não fazem sentido, pensei em perguntar, pra ver se ele me contava a verdade. Seria óbvio demais.

Meus Deus, como eu fui burra. Esse tempo todo, ele foi um sinico comigo. Burra, burra, burra, ahhhh mil vezes burra.

Será que tudo que ele diz sentir por mim é verdade? Agora eu só consigo sentir nojo dele e de tudo que abrir mão por ele. Denise tinha razão, somos faria do mesmo saco.
Nojo de mim e da pessoa que me tornei com ele, fui feita de estúpida esse tempo todo. Ele é igualzinho ao meu pai.

Eram oito horas da manhã, e dormir parecia ser uma ideia distante para mim. Meu irmão chegou ao quarto acompanhado de minha mãe, comecei a chorar no momento que os vi.

- O que foi filha. - mamãe joga sua bolsa no sofá e vem até mim.

- Do nada ela começa a chorar. - Clystoff fala sorrindo.

- Vocês precisam saber de algo. - choro no ombro da minha mãe.

- Lá vem história. - Clystoff exclama.


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