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Eu vi que mandou mensagem e diz não ter saudade. Orgulho e vaidade.

- Cheguei. - no momento exato que eu ia começar a falar Nicolas chega, talvez tenha sido um sinal pra eu fechar a minha boca. - Tá chorando por que amor?

- Nada. - respondo limpando minhas lágrimas e tentando fazer a cara mais séria possível.

Nicolas vem até mim e me dá um selinho.

- Em breve a gente vai pra casa. - ele diz.

- E minha gravidez de risco? - pergunto.

- Contratei enfermeiros. A gente vai voltar pra casa amanhã, feliz? - tento mostrar toda a felicidade possível. - você vai amar o quarto da Lua, tô ansioso que veja.

Por mais que parecesse legal, não queria voltar a dividir o mesmo teto que ele. Não quero voltar a ficar sozinha com Nicolas, embora eu necessitasse de uma explicação.

- Quero ir pra casa da minha mãe. - digo. - o quarto da Lua pode esperar.

- Tem certeza? - pergunta segurando minha mão. - ainda não está totalmente pronto, faltam muitos detalhes.

- Eu sei.

- Certeza meu amor? - mamãe pergunta. - a nossa casa tá passando por umas reformas, não sei se a poeira faria bem pra você.

Olho lentamente para minha mãe com os olhos mais arregalados possíveis, e digo que não tem problemas e que eu amava a poeira de casa em reforma.

- Você odeia poeira Bea! - Clystoff resolve abrir a boca. - uma vez Isaías reformou a sala, ela passou uma semana na casa da Fernanda para não ter que ver toda a bagunça.

- Mais agora eu amo e não tenho mais essas frescuras.

- O que deu em você? - Clystoff volta a falar.

- Você vai para a nossa casa e ponto final. - Nicolas diz por fim.

Ótimo.

Obrigada Clystoff e mamãe por abrirem o bico.

Quando chegou o fim do horário de visitas, implorei para que minha mãe ou Clystoff passassem a noite comigo. Mamãe disse que seria impossível, por conta da casa e não poderia deixá-la sozinha com os pedreiros.

Olho para Clystoff e pisco meus olhos várias vezes afim de que ele dissesse sim.

- Não olha pra mim, eu tenho compromisso. - explica.

- Cancela! - digo simplesmente.

- Amor, não se preocupe. Eu passo a noite com você, sou eu que passo desde que você ficou internada. - Nicolas diz.

- Queria passar com meu irmão Nick. - bufo. - mas tudo bem, entendo que todos vocês tem uma vida.

- E além do mais, eu trouxe alguns jogos pra nos distrair. - Nicolas fala.

Tive que aceitar que iria passar a noite com ele, queria que Clystoff tivesse entendido meu sinal. Porém ele é tão lerdo quanto eu.
E pensando por outro lado, não seria justo que ele desmarcasse seu compromisso, seja lá com quem for.

E Bruno tinha razão.

Enquanto Nicolas achasse que eu não sei de nada, eu estaria segura. Mas sei que ele jamais me machucaria, se for real o que diz sentir por mim.

Nicolas e eu jogamos por horas. E quando enjoei, fingi estar com dor de cabeça para não ter que jogar mais. Ele guardou tudo e veio se deitar ao meu lado, como sempre fazia todas as noites.

- Quero dormir sozinha se não se importa. - digo e viro de costas para ele. Fecho meus olhos e rezo mentalmente para que ele não dissesse nada e apenas concordasse.

- O que você tem Beatriz? - pergunta. - eu fiz alguma coisa pra você? Me conta!

- Nada, só estou cansada. - falo e volto a fingir que queria dormir.

- Você é uma péssima mentirosa. - continua. Me sento na cama, e espero dessa vez falar algo que o convença.

- Só estou cansada, não é nada com você.

- Jura?

- Eu juro. - digo. - agora vem aqui. - ele vem até mim e eu deposito um beijo rápido em seus lábios.

- Eu te amo. - ele diz.

- Eu também. - respondo.

Eu o amava, porém tudo tem limites. E eu não queria ser usada por mais ninguém.




Ainda amo você Onde histórias criam vida. Descubra agora