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Nunca esqueça que você é a pessoa mais importante da sua vida e que não há amor maior do que o amor-próprio.


- Nick, a gente precisa conversar. - digo.

Já estava de manhã, Nicolas me ajudava a arrumar a mala. Ele merecia uma explicação e eu também precisava saber a verdade, por mais que a história de Bruno seja muito bem falada. Não era justo com o pai da minha filha.

- Você forçou o Bruno a fazer aquele circo na igreja ?

- Não, quer dizer.. Isaías me procurou e deu a ideia. Porém eu recusei. - fico em silêncio. - Acha que eu seria capaz Beatriz?

- Eu não sei em quem acreditar.  Em quem é o mocinho ou vilão.

- Você como sempre acreditou na versão do Bruno, o que mais ele disse?

- Que você mandou pegarem a Bianca pra ele andar na linha.

Nicolas cai na gargalhada, o mesmo fingi que acabei de contar algo hilário.

- Beatriz, acredita em mim pelo menos uma vez. - limpa as falsas lágrimas de risos.

- Não sei em quem acreditar. E não estou entendendo nada. - Não faço ideia sobre qual dos dois estava falando a verdade e sinceramente não iria ficar no meio disso. - Nick, eu preciso de um tempo.

- Tempo? - pergunta.

- É, preciso pensar e com você ao meu lado isso é quase impossível. - digo.

Talvez eu esteja sendo precipitada.

Tô cansada de ficar entre Nicolas e Bruno.

- Tempo pra mim é o mesmo que terminar. - Nicolas para de arrumar as malas e me olha sério. - significa que você acreditou no Bruno e quer de alguma forma ficar com ele. - se aproxima. - e eu jamais vou permitir que outro homem crie a minha filha como pai.  - agarra meu braço com força.

- Tá me machucando. - tento tirar suas mãos de meu braço. - para Nicolas.

- Para você que começou com essa ideia de tempo. - finalmente me solta. - eu amo você e a Lua demais pra permitir que o Bruno fique com tudo que é meu.

- Lua e eu não somos sua propriedade.

- Prefiro morrer do que ver você com o Bruno outra vez. - responde.

E foi aí que eu vi uma versão do Nicolas que me deixou ainda mais assustada. Ele nunca tinha falado ou me apertado desse jeito, e vê-lo falar assim, só mostra que ele mudou.

- Eu quero ir pra casa da minha mãe. - falo com lágrimas nos olhos.

- Voltar pra casa da sua mãe não é mais uma opção, você agora é a minha mulher. A mulher que eu escolhi pra passar o resto da minha vida. - fecha a mala e a coloca sobre o chão. - quer que eu seja o vilão? Ótimo, serei o vilão! Porque eu cansei dos seus joguinhos Beatriz, agora quem da as cartas sou eu.

- Você ficou louco? - pergunto.

- Fiquei. Cansei de tratar você bem, e te dar todo amor que eu nunca pensei que eu fosse ter. Pra que? Pra você sempre escolher o Bruno. Na primeira oportunidade sabe o que ele fez? Se mandou por dois anos.

Agora eu estou chorando e escutando tudo que Nicolas estar derramando em mim com raiva.

- Você nunca me amou né, você achou que me amava. Enquanto ele estava fora tava tudo bem, quando voltou mexeu com essa porcaria que chama de sentimentos. - Nicolas abre a porta do quarto. - pois agora você, Bruno e os caralho todo vai dançar conforme a minha música. Ah, limpa essas lágrimas que eu não quero que vejam que você está chorando. - e sai me deixando sozinha.

Ok, o que foi que eu perdir?

Nicolas não é assim, não é o garoto doce pelo qual eu me apaixonei e larguei tudo por ele.

Bruno e eu somos apenas amigos e não sei se iria querer voltar com ele como antes outra vez. Nicolas ficou completamente louco ao pensar assim.


No caminho pra casa eu tentei pensar em outras coisas para não ter que chorar outra vez. Nicolas se mantia atento no volante que nem se quer me olhou, o observo rapidamente e vejo que ele estava triste.

Acho que eu poderia escutá-lo pelo menos uma vez, eu acreditei de primeira no que o Bruno me disse, e se ele estiver mentindo? A única pessoa que poderia me responder seria Bianca, Mas como eu iria sair sem Nicolas notar?

Nicolas para o carro em frente à nossa casa.

- Me dá seu celular. - pede e faz o gestão com a mão pedindo.

- Pra que? - pergunto abrindo minha bolsa e o entregando.

- Pra evitar que você fale com aquele mala. - e na mesma hora entorta meu celular, o quebrando com as mãos. - aqui - me devolve. - o que sobrou dele.

Que merda ele estava fazendo. Agindo como um idiota, sei que ficou com raiva pelo tempo que pedi, porém não precisava agir assim. Quero ir embora, preciso da ajuda de Denise ou de qualquer outra pessoa.

- Foi por amor o que fiz agora a pouco. - diz.

Não! Isso literalmente não é amor. É possessão! E eu não quero ficar aqui pra sofrer nas mãos dele. No que o Nicolas se tornou.




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