Andy Herrera
Era a segunda vez que Robert me perguntara se confiava nele e em ambas as vezes, confirmei. No entanto desta vez, estava morrendo de medo do que ele estava pensando em fazer. Afinal, não conseguia processar suas intenções em me levar para um lugar, onde deveria estar vestida de branco, que não fosse meu próprio casamento. "Ele não seria louco a esse ponto!" tratei de convencer meu próprio cérebro, mas a dúvida era maior. "Ou seria?". O fato era que havia aceitado ir com ele ao lugar onde ele desejava ir, e não poderia mais voltar atrás com minha palavra. Apesar do medo, meu coração me dizia que não havia a necessidade de me enlouquecer por isso. Era como se eu soubesse, bem lá no fundo, que eu iria adorar o que Robert estava planejando.
Eu estava ansiosa, mas não chegava aos pés da ansiedade de Robert, que me apressava, para sairmos da casa e pegarmos estrada, rumo ao lugar onde me levaria, que quase não consegui ligar para Jack me substituir na estação, com a desculpa de que a saúde de meu pai havia piorado e eu iria ficar para cuidá-lo naquele dia e talvez no outro. Me atentei a informar meu pai sobre a mentira, uma vez que ele poderia ir até a estação e estragar toda a história inventada.
– Papi, como amanheceu?
– Muito bem mi hija. E você?
– Bem também. – engoli em seco para lhe falar a verdade, mas saberia que ele não me desmentiria, apesar de poder ficar um pouco bravo comigo. – Então. Eu te liguei para falar duas coisas.
– Andrea, eu não preciso saber que você teve relações, acho que já ficou nítido, querida. – disse, me cortando e me deixando corada, já no carro, visto que o celular estava no viva-voz.
– Não é isso pai! – o repreendi. – É que eu não vou trabalhar hoje.
– Hmmmm. E onde posso te encontrar?
– Eu não sei ainda, pai. Mas queria muito que, se alguém da estação ligar, você dissesse que está um pouco melhor e que estou com você.
– Um pouco melhor? – começou a compreender minha mentira. – E o que eu supostamente tenho, Andrea?
– Mal estar? – sugeri. – Olha, papi. Eu nunca me atrevi a burlar regras, e eu sei que o senhor já está com raiva de mim, porque minha maior responsabilidade é com a corporação, mas.... porfis? – pedi e um sonido do qual ele pôde quase sentir minha carinha de pedinte fofa e desta maneira, ele não poderia se recusar.
– Está bem! Mas não desapareça Andrea. Responda minhas mensagens, ¿Vale?
– ¡Vale, papi! – respondi contente e no canto dos olhos, vi Robert rir com minha encenação de filha amável.
Seguimos a estrada e eu tentei lhe perguntar sobre o famoso vestido branco longo que teria de usar, mas ele não soltou uma palavra sequer sobre. Apenas me informou que estávamos pegando estrada, em caminho a uma zona rural, quase saindo de Seattle e que quando estivéssemos perto, eu precisaria vendar meus olhos, para não descobrir a surpresa que ele me tinha. Estava começando a ficar mais nervosa do que admitia e, quando começamos andar por uma estrada de terra, ele vendou meus olhos e eu não pude negar me sentir a Annastasia de Cinquenta Tons de Cinza, "Só me falta as algemas, porque já tenho a companhia." ri involuntariamente, com meus pensamentos.
– Por que está rindo, meu amor? – perguntou-me.
– Por nada. – desconversei. – Estamos perto?
– Mais perto do que você imagina. – respondeu, virando numa curva da qual seguimos por cerca de 5 minutos, até que ele parou o carro e com cuidado me tirou para fora.
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A FORÇA DO DESTINO
FanfictionO destino prega peças a todo o tempo nas pessoas? Ou apenas nossas ações são consequência para o que vivemos? Andy e Robert se veem presos um ao outro após uma série de eventos, os levarem para o mesmo lugar e terem de aprender a conviver um com o o...