《0.4》

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Mais um dia cansativo se iniciava para a loira, dizer que estava exausta era um eufemismo. Agradeceu por não ter que olhar para Troy naquele início de manhã, seria capaz de piorar seu humor em um nível bem alto.

Tomou seu café na maior calma possível, ao terminar, pegou sua bolsa e se dirigiu ao lado de fora, esperando seu motorista.

- Bom dia, senhorita Brooke. - Ele sorriu.

- Bom dia! - Respondeu, lhe mostrando um sorriso contido.

- Me desculpe, mas devo dizer que a senhorita está linda hoje! - Elogiou ao fechar a porta e se sentar no banco do motorista.

- Obrigada, Simon. - Pegou seu celular para checar alguns e-mails, tinha Evie para isso, mas alguns deles preferia ver por conta própria.

Demorou cerca de quarenta minutos para chegar a empresa, Simon a deixou no estacionamento e antes que a chefe pudesse sair do veículo, deu a volta e abriu a porta para a mesma.

- Tenha um bom dia, senhorita.

- Você também. - Disse já caminhando em direção ao elevador, mas parou assim que se lembrou de algo e se virou para o homem, que já estava voltando para o carro. - Ah, Simon! Você pode, por favor, levar a minha mãe até o médico dela? Hoje ela tem consulta marcada, mas se você estiver ocupado ou indisposto, eu mando um táxi, sem problemas.

- Será um prazer acompanhá-la. - Simon era um bom funcionário, mesmo sendo um senhor de idade bem avançada, sempre estava disposto a atender os desejos da chefe a todo custo, mesmo que para isso precisasse se desdobrar. - Posso ajudar em mais alguma coisa?

- Oh, não. Obrigada. Se minha mãe não alugá-lo até tarde, depois que for para casa com ela, pode tirar o fim do dia de folga, certo?

- Mas eu preciso buscar a senhorita no fim do dia.

- Não precisa, eu pego um táxi, sem problemas, mas o senhor precisa de um tempo para si mesmo, não acha? - Outro sorriso lhe foi presenteado e ela enfim pôde subir para o andar da presidência.

De alguma forma, aquele pouco tempo que havia dedicado a ter uma pequena conversa com Simon, lhe deixou de bom humor.

Esperou a caixa metálica se abrir em seu andar, quando aconteceu, saiu do mesmo, passando por todos os que trabalhavam ali.

- Bom dia, senhorita Brooke. - Um dos funcionários disse. Ally direcionou um olhar curto em direção a pessoa e acenou, cumprimentando de volta.

- Bom dia, chefe! - Disse Evie, se pondo em frente a loira. - Quer um café? Chá? Água? Talvez um calmante? - Sussurrou a última parte, Ally ouviu, mas preferiu ignorar.

- Não, não quero nada. Evie, ligue para nossa filial em Seattle, eu quero saber como andam as coisas por lá, faz tempo que não tenho notícias.

- Sim senhora! - Ally entrou em sua sala, fechando a porta logo em seguida.

[...]

A pouco mais de meia hora dali, Lauren acordava com uma baita dor de cabeça. Consequência da ressaca. O gosto amargo da bebiba ainda estava presente em sua língua, seus olhos ardiam e sua cabeça parecia pesar mil toneladas.

Levantou contra a vontade, indo para o banheiro, com a intenção de tomar um banho. Assim que sentiu a água gelada entrar em contato com o seu corpo, todo o seu corpo se arrepiou, tanto pela temperatura, como por suas costas arderem como o inferno.

O que diabos aconteceu? Não, ela não se lembrava de quase nada da noite passada, não sabia o que havia feito ou não.

Se vestiu, arrumando seu cabelo de uma forma que ficasse ao menos apresentável para sair de casa e tomar café da manhã na padaria da esquina, mesmo que já passasse das duas da tarde.

Assim que chegou a sala de seu apartamento, se obrigou a olhar na direção da cozinha ao ver uma silhueta feminina.

- Uh, você acordou! Pensei que fosse dormir por mais tempo. - Disse lhe servindo uma caneca de café. - Como está a dor de cabeça?

Lauren a encarava, tentando forçar sua memória a lembrar de onde a garota havia surgido e qual era ao menos o nome dela.

- Já... Já passou. - Murmurou, ainda a olhando e tentando se lembrar. Será que ela havia feito aquele estrago em suas costas?

A resposta veio assim que ela deu a volta no balcão da cozinha e Lauren notou que a mulher estava nua da cintura para baixo. Foi impossível não a encarar de cima a baixo.

- Bom, acho que já está na hora de eu ir embora, certo? - Soltou uma risada gostosa ao ver a careta de confusão de Lauren. - Okay, nós nos conhecemos ontem a noite na boate em que você estava com as suas amigas, você me chamou para dançar e depois para vir ao seu apartamento.

E num passe de mágica, tudo o que a linda morena misteriosa acabara de lhe contar, voltou a sua mente, como um filme reprisado.

- Uh, é verdade. - Sorriu amarelo. - Me desculpe. E qual o seu nome mesmo?

- Oh, é verdade! Que burrice a minha! - Bateu na própria testa e estendeu a mão a ela. - Eu sou a Demi. - Lauren respondeu ao cumprimento.

- Bom, com certeza foi ótimo estar com você, mesmo que eu não me lembre, já que você fez uma linda obra de arte nas minhas costas, mas eu preciso ir! Tenho um treino muito importante. - Se levantou, mais uma vez não pôde deixar de encarar o corpo da mulher.

- Bom, é uma pena que você já tenha que ir. - Disse, enquanto enlaçava seus braços ao redor do pescoço da de olhos verdes. - Eu ia sugerir uma segunda rodada, sabe? - Piscou para ela, de modo sugestivo.

- Eu não sei, talvez não seja uma boa ideia. - Disse, se fazendo de difícil.

- Você acha? - Perguntou, enquanto pegava uma de suas mãos e a guiava até o meio de suas pernas. - Eu quero você, Lauren... De novo. - Sussurrou rebolando contra seus dedos.

Jauregui mordeu o lábio inferior ao sentir o sexo quente, molhado e livre de qualquer peça, se esfregar em seus dedos.

Demi soltou um gemido manhoso ao pé de seu ouvido e isso foi o suficiente para que Lauren mandasse seu auto controle para o inferno. Se ela iria se atrasar, que fosse por estar fazendo algo bom.

Na Curva Do Seu SorrisoOnde histórias criam vida. Descubra agora