Capítulo 23 ✔

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De minhas tenebrosas lembranças, eu ouço um perturbador som de disparo fatal

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De minhas tenebrosas lembranças, eu ouço um perturbador som de disparo fatal. Há um inocente rastro de sangue manchando minhas pálidas mãos culpadas.

Uma eternidade depois, eu olho para o meu inconsciente professor. Sob amparo dos paramédicos, ele é conduzido para o exterior, cada vez mais distante e impossível de mim.

A polícia foi pouco acolhedora comigo, guiando-me a delegacia em uma viatura após ser examinada por um paramédico que concluiu que eu não fui ferida naquele trágico momento de profundo horror. Por ser de menor, fui conduzida sob custódia da polícia e ficaria aguardando até que o meu responsável legal viesse me apanhar.

Eu não estava em condições adequadas de prestar o meu precioso depoimento, segundo uma gentil agente da lei, então fui poupada da pressão que o lugar exerce e fiquei muito quieta e silenciosa, esperando meus pais, ansiando com o resto de força que eu tinha que pudessem me confortar, fazer a dor e a culpa desaparecerem de uma única vez, como se tudo não tivesse passado de um sonho muito ruim e de repente, eu acordasse, percebendo que está tudo bem em minha típica vidinha adolescente.

Lúcia Hayes me fez lembrar de uma flor arruinada por um furioso tornado violento. Parecia despedaçada de tanta preocupação e aninhou-me ao peito com profundo alívio, chorando silenciosamente.

Quase me fez acreditar que tudo ia ficar bem, lindo como um sonho bom até buscar meus assustados olhos traumatizados e alinhar-me em sua clara e dolorosa decepção.

— Anna, diz para mim que estão todos loucos e que não esteve voluntariamente com aquele homem, sozinha no apartamento dele, vamos. — Mamãe tinha um amargurado tom de voz para mim como se eu tivesse cometido o pior dos crimes.

Eu tento fugir da dura reprovação em seu olhar, mas mamãe força-me a encará-la. Sinto-me inflamar de culpa e vergonha, ardendo atrás dos meus olhos turvados por muitas das lágrimas que morreram no chão do apartamento do professor Raymond.

— Mãe... — Minha voz é um rouco sussurro de desespero.

— Oh, Anna, como pôde?

— Eu posso explicar, mãe, por favor...

— Vamos embora deste lugar agora mesmo.

Sem escolhas, magoada por ferir o homem que descobri amar, culpada por mentir para minha mãe, eu me deixo ser levada para casa em um longo e dilacerante silêncio.

O percurso de volta para o conforto do lar é longo e torturante, e percebo que estou lutando e falhando em não chorar neste momento devastador.

Mal adentramos a nossa confortável casa e senti que o chão me foi roubado.

— Então tem enganado a mim todo este tempo, minha própria filha?

O desabafo da mamãe magoa-me profundamente.

Amores Proibidos - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora