Meu nome é...

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     P.o. Kisame

   Se você quiser começar uma nova vida você tem que estar disposto a abrir mão de tudo, daqueles que estão no seu coração ou em seus pesadelos, das lembranças dos momentos bons ou ruins, dos sonhos que um dia desejou realizar... seu passado, tinha que ficar no passado. O seu eu tinha que se perder e sua identidade ser esquecida.
   É assim.
   Eu estava preparado pra morrer há algumas horas atrás, realmente estava, por isso não entendo. Morrer não era o bastante? Mesmo depois de fazer tudo o que me mandaram, sem reclamar nem sequer uma vez... por que ainda sim não me deixaram em paz? De verdade, eu não consigo entender, e pensar que tudo isso era culpa daquele que se dizia ser meu pai... era no mínimo revoltante, se eles queriam matar duas pessoas por que não mataram à ele e à mim ao invés das duas únicas pessoas inocentes naquela sala? Minha mãe e irmã menor não tinham culpa de nada mas mesmo assim não foram poupadas, com um sorriso no rosto aquele bandido puxou o gatilho, a primeira na sua mira foi minha mãe que depois de um benq caiu no chão, seus cabelos cumpridos lhe cumpriram a face me impedindo de vê-la, o bastardo ainda teve a cara de pau de nos dizer que aquele foi um ato de bondade sua pois o tiro foi na cabeça então ela não sofreu e, antes que eu pudesse me recuperar daquele choque, outro benq foi ouvido então eu me virei e à vi, seu corpinho estava estirado no chão na entrada da casa, ela havia acabado de chegar da escola e sem saber o que acontecia aqui dentro ela entrou mas um dos bandidos levou um susto com a presença inesperada e por impulso atirou.
   Depois daquilo tudo o que aconteceu a seguir não passaram de borrões na minha memória. Mesmo me esforçando para lembrar como fui parar no hospital nada me vinha a mente, um tempo depois desisti de tentar adivinhar, afinal não importava mais, mais nada importava, deste que tudo o que fiz até hoje foi para mander minha mãe e irmã seguras e agora que ela se foram o que me restava? Exatamente. Nada! Eu não tinha nada, então eu não era ninguém! E quando aquela pergunta veio... sem hesitar respondi.
   __Não sei- e assim continuei respondendo até que o médico que me atendia me diagnosticou com amnésia.
   Agora era isso, eu não poderia mais ser 'Kisame', pois ele tinha uma família, era um adolescente que tinha pai, mãe e irmã, que desistiu da escola e entrou na vida do crime, fazia parte de uma gangue, intimidava e ameaçava os outros e que cometeu vários outros atos desprezíveis, tudo porque ele tinha algo que queria proteger.
   Um mês se passou para que finalmente me dessem alta, essa demora se deve porque minha perna estava fraturada e precisei de algumas sessões de fisioterapia, por sorte não era muito grave então não deixou sequelas além se uma leve cicatriz abaixo do joelho. Sai do hospital desacomphado, já que a única pessoa da minha família que- infelizmente- ainda estava viva era o meu pai, mas ele desapareceu logo depois que fui para no hospital. Antes que pudesse me afastar do sitio, uma das enfermeiras que cuidou de mim me chamou pedindo que eu voltasse pois ela tinha algo para me entregar.
   As coisas aconteciam de formas tão estranhas que chegavam à ser engraçadas, passai o último mês pensando no que iria fazer a partir de agora, eu não podia voltar pra minha 'casa' nem pra gangue que estava uma vez que decidi abandonar meu passado, pensei então em sair da cidade, ir o mais longe que pudesse e nunca mais voltar, mas o problema era, onde eu iria conseguir dinheiro para tal façanha? Eu posso estar fingindo mas as outras pessoas não, a cada lugar que fosse elas iriam ler problema tatuado na minha testa, antes que eu pudesse falar qualquer coisas elas já iriam correr para se esconder de mim, aqueles que me conheciam seria por medo e aqueles que não também porque iriam reconhecer de que gangue eu fui por causa das marcas de cicatriz nas minhas bochechas, aquilo era tipo um cartão de endentidade nossa. Já havia criado mil e uma teorias do que fazer mas nenhuma parecia boa o bastante para ter sucesso, mas, aquele embrulho em minhas mãos me mostrava o quão desnecessários foi cada um de meus pensamentos.
   __Um rapaz me entregou isso e disse que era importante para o senhor- disse a enfermeira e saiu.
   Preso ao pacote embrulhado tinha um carta, eu a peguei comecei a ler.

   Caro Sr. Tubarão Selvagem

   Como esta? Espero que se recupere logo.
   Sr. Tubarão Selvagem consegue adivinhar quem eu sou¿? Uma dica: foi eu quem lhe deu esse apelido!!!
   (Já sei, não se lembra né)

   Realmente não me lembrava, nunca ouvi ninguém me chamando assim, cheguei a pensar que aquilo não era pra mim, mas continuei a ler.

   Mais uma dica: sou loiro dos olhos azuis e um lindo traseiro.
   Sim. A gente já transou.
   (Uma pena que tenha sido uma vez só)
   É, eu sei. Você ainda não se lembrou.

   Não.

   Tudo bem, você estava bêbado mesmo então é compreensível.
   Você pode me chamar de Baby (foi assim que me chamou enquanto metia forte em mim ;)
   Junto dessa carta eu lhe entrei um pacote, dentro dele tem aproximadamente quinze mil reais.
   Antes que você pense que sou uma boa pessoa que dá dinheiro assim pros outros já aviso que é ilusão sua, essa dinheirada toda é sua kkks.
   Sabe porque isso tava comigo? Então, é uma história bem engraçada (mentira, eu fiquei puto com você) foi assim, depois da nossa noite, o senhor, todo bêbado e gostoso, na verdade pensava que eu, esse lindo, e também gostoso, anjo que vaga sobre a terra, era um prostituto!!!!! (Sério, o que ti vez pensar isso?)

   É o que? Desde quando uma prostituta vale tudo isso? Eu tinha que estar bêbado mesmo...

   Então você me deu todo esse dinheiro que só Kami sabe onde é que você estava guardando porque o único volume exuberante que você carregava era esse no meio das suas pernas kkks
   Enfim.
   Estou devolvendo o que é seu (já que eu não preciso, desculpe mas minha família é rica kkks). Por favor faça bom proveito disso.
   Apesar de tudo eu acho você um cara legal, é como dizem 'as crianças e os bêbados nunca vão mentir pra você'.
   Venha me visitar um dia, moro em Konoha (longe né).
   Adeus Sr. Tubarão Selvagem.

Do seu adorável Baby N.

   "Baby N"? Quem poderia ser? E o que ele quis dizer com aquilo dos bêbados nunca mentir? O que foi que aconteceu nessa tal noite que estivemos juntos? Por que ele estava me ajudando? Como poderia encontra-ló com tão pouca informação?
   Todas perguntas sem resposta.
   Mas, como dito por ele, realmente havia dinheiro e muito naquele embrulho.
   __Konoha... hum, talvez seja um bom lugar pra recomeçar.

  

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