prólogo.

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Meu nome é Verônica Addams. Sim, ''Addams'' igual ao da família gótica. Eu até que gosto do meu sobrenome, dá um ar de importante. 

Se você me visse pessoalmente, talvez não conseguiria descobrir a minha vida e algumas dificuldades que eu passo diariamente. Minha vida seria perfeita se eu não tivesse perdido meus pais oito anos atrás deixando eu e meus quatro irmãos órfãos. 

Como aconteceu? Acidente de barco. 

Nós estávamos indo tirar férias em Miami, e em um dia da viagem resolvemos alugar uma lancha e dar uma volta no píer. A previsão era de sol e calor, porém aconteceu tudo ao contrário. 

Aquele deve ter sido o pior dia de toda a minha vida. Já começou com uma Verônica de 17 anos ansiosa pra se formar na escola, brigando feio com a mãe e indo brigadas para o barco. Ficamos o passeio inteiro sem se falar e com cara fechada uma para outra. 

Minha mãe era Lorraine Addams, uma linda mulher com olhos claros, loira e muito alta. Ela era uma estilista de sucesso e trabalhava com o meu tio Joshua. Minha mãe estava sempre acompanhada de um belo sorriso e um batom vermelho. 

Meu pai, Andrew Addams, era o palhaço. Só de lembrar dele eu já começo a rir. Ele fazia piada com quase tudo na vida e fazia a gente rir independente se tava tudo ruim. Ele tinha barba feita, cabelo grisalho e era muito forte. Trabalhava como redator em uma revista de negócios. 

Uma forte tempestade assolou o mar aquele dia e começamos a balançar dentro do barco. Eu escorreguei e fiquei na beirada, quase caindo na água. Minha mãe foi me salvar e na mesma hora que me tirou da ponta, uma onda enorme chocou com o barco e minha mãe caiu na água. Meu pai, desesperado, pulou atrás dela e não voltou mais. 

Me lembro de abraçar meus quatro irmãos e dizer pra eles de que ia ficar tudo bem e que jamais iria soltá-los. E assim fiz. A tempestade parou e ficamos dentro do barco com todos eles dormindo no meu colo. 

Meus pais morreram aquele dia. Eu estava completamente sem chão. Como eu iria cuidar de quatro crianças dali pra frente? Minha sorte na época foi o dinheiro de emergência que minha mãe tinha dado para mim no seu testamento que dizia que deveria ser usado em caso de extrema urgência. 

Com o dinheiro, fui para Londres onde estava toda a minha família. Já que meus dois pais eram  ingleses acabaram se conhecendo nos Estados Unidos e fazendo sua família lá. Minha ideia era procurar pessoas para cuidar dessas crianças. A única pessoa mais próxima disso foi uma mulher chamada Kristen Hattie. Uma velha com nariz pontudo e cabelos castanhos que queria por todo o jeito os meus irmãos no orfanato dela. O orfanato dela era realmente muito estranho e ela também. Ela dizia tudo de um jeito que parecia que queira ter os meus irmãos pra ela e pra mais ninguém. 

Sem achar ninguém em Londres, e sem o apoio da minha família, resolvi alugar um apartamento muito pequeno e criar essas crianças sozinha. Atingi minha maioridade e arrumei um bico em uma loja de roupas no shopping e comecei a ganhar um dinheiro. Depois de dois anos lá, voltei para os Estados Unidos. Mais precisamente para Sacramento, Califórnia.

Inclusive, não apresentei meus irmãos. 

O mais velho, depois de mim, é o Tom de dezessete anos. Chamo ele de Tommy. Ele é uma boa pessoa, tem um coração enorme e sempre ajuda quem precisa. Ele está prestes a se formar no colégio, e aparentemente quer seguir a carreira de cantor. 

Logo depois vem Blake de quinze. Seria como o relaxado da família.  Blake ama preto e praticamente só usa essa cor. Não posso julgar, eu também sempre estou usando essa cor. Ele sempre está com um topete grande em seus cabelos castanhos claros. Ele não tem muitos amigos exceto Miles, o vizinho. Eles são amigos desde crianças e eu acho realmente linda a amizade deles. 

Abrindo a fila dos mais novos, temos Sunny com seus doze anos. A única garota comigo. A pessoa mais doce que eu conheço em todo mundo. Sunny não tem problema em dividir e é bem leal com todas as suas amigas do colégio. Pensar que ela tinha somente quatro anos no dia do acidente é realmente triste. Mas ela é difícil de se abalar, e atualmente leva o assunto dos nossos pais numa boa. 

E o mais novo de todos, Bruce. Eu praticamente devo ser a mãe desse garoto na mente dele. Ele tinha meses de vida no dia do acidente e eu cuidei dele desde tal idade. Ele faz questão de falar dos pais, mesmo que não tenha os conhecido direito. Bruce é a pessoa mais corajosa e ousada da idade dele que eu conheço. Mas também tem uma teimosia para alguém de oito anos que só eu aguento. 

E essa é a minha vida. Pode parecer desinteressante, mas fica aí. Minha vida e da minha família é uma surpresa a cada dia. Pode acreditar. 

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⏰ Última atualização: Aug 10, 2020 ⏰

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