Sublime Amor [M] ✓

Capítulo 23

S O L A N G E  A G U I R R E

Cidade de Deus, Rio de Janeiro.

— Eu falei pra você não empinar caralho. — desço da moto com as pernas tremendo, enquanto o otario ria da minha cara. — Você é um babaca. — lhe entrego o capacete.

— Foi só um grauzinho Sol. — fala debochado e eu reviro os olhos. — Bora entrar, vou te levar até a Yas. — sai me puxando pela mão.

Não questiono pelo seu ato apenas o sigo para dentro da quadra onde o som estava alto, pessoas dançando, bebendo e se pegando, os olhares caem sobre nós e cochichos começam a rolar pelo local. Eu sabia que ninguém havia esquecido o ocorrido ainda.

— Relaxa. — sussurra e aperta minha mão, tento fazer o que ele diz mas é impossível quando um comentário chamou a minha atenção.

— Bem que a Natascha disse que a puta ia querer pagar de fiel. — uma garota comenta com as amigas e elas caem na risada.

Solto minha mão do Russo com brutalidade e caminho até a garota que falou isso.

— Repete. — aumento o tom da minha voz e o seu sorriso debochado some de seus lábios. — Vai caralho, repete a merda que você disse ai. Não é a boazona pra falar pra amiga? Fala na minha cara agora. — elas permanecem em silêncio. — Da próxima vez que eu pegar tu falando essas merda, não vou querer papo antes de descer a mão na sua cara. — dou um sorriso falso, giro meus pés e caminho até o Russo que me encrava atentamente. — Quem é Natascha?

— Foi só um boato Sol, esquece isso. — me puxa pelo braço e eu rio sem humor.

— Só um boato? É porque não foi você que recebeu comentários horríveis em sua  foto, não foi você que quando andava pela rua ouvia um "vem ser minha puta também gostosa". — me solto dele. — Você é um idiota e eu não me canso de falar isso, você só pensa em si mesmo e se tivesse pelo menos um pingo de compaixão já teria avisado todo mundo que eu sou apenas a sobrinha da sua madrastra e teria desmentido faz tempo sobre esse boato, mas nem isso você fez.

Me afasto dele sem dar tempo para ele me responder, meu choro está preso na garganta mas eu não vou chorar, não aqui. Procuro Yasmin pelo local e assim que a encontro caminho até ela, pegando o copo de bebida de sua mão e virando em um gole só.

— Vai com calma ai gata.

— Eu quero encher a cara e rebolar a bunda até o chão.

— O que aconteceu pra você mudar de ideia do nada? — arqueia a sobrancelha e eu dou de ombros.

— Podemos beber? — ela assente desconfiada e prepara um copo de bebida para mim e outro para ela. — Quem é Natascha?

— Uma biscate que meu irmão transa, por que? — me entrega o copo de vodca com energético.

— Foi ela que espalhou os boatos sobre mim, se eu ver ela na minha frente, eu juro que não penso duas vezes antes de bater nela. — dou um gole na bebida.