Capítulo 24

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Ron veio ter com eles cinco minutos mais tarde completamente furioso

- Sabem o que aquele...- (chamou Snape um nome que fez a Hermione exclamar: Ron!)- me vai obrigar a fazer? Vou ter de esfregar as arrasteiras da enfermaria sem usar magia!- respirava com dificuldade, com os punhos fechados- Porque não se escondeu o Black no gabinete do Snape? Podia nos ter feito o favor de acabar com ele.

Na manhã seguinte, Joana acordou extremamente cedo. Era o dia do seu primeiro jogo de Quidditch. Estava nervosa mas animada também, se levantou da cama e se vestiu tentando não fazer barulho e não acordar as outras colegas e então reparou que Angelina já não lá estava, já devia ter ido.
Pegou na sua vassoura e saiu do dormitório.
Ao descer pelas escadas deu de caras com Harry sentado numa poltrona com Crookshanks.

- Bom dia!- comprimentou Joana

- Bom dia. Quer ir já para o Salão tomar o café da manhã?

- Sim vamos, assim não nos atrasamos.

Ao passarem pelo retrato, sir Cadogan gritou

- Se levantem e lutem, seus covardes!

- Oh! Cala a boca.- respondeu Joana revirando os olhos.

Foram para o Salão. Ao chegar lá se sentaram na mesa ao lado de Fred e George.

- Bom dia, já souberam?- disse Fred

- Do quê?- perguntou Joana curiosa.

- O Theodore Nott, dos Slytherin, foi para à enfermaria.- contou George

Joana arregalou os olhos

- Como?- perguntou tentando esconder um sorriso.

- Parece que ele e o Malfoy estiveram brigando os dois e saíram no soco.- explicou Fred

- Pois é! Você tem um namorado muito estressado, Joana.- zoou George.

Joana sorriu fracamente enquanto tentava entender o que levou Draco bater assim em alguém. Ele nunca fora agressivo assim antes. Será que foi pelo que ela lhe contou no outro dia? Ela iria obviamente falar com ele mas só podia depois do jogo.

- Vai ser um jogo difícil.- resmungou Wood se aproximando.

- Deixe de estar preocupado, Oliver-. disse Katie Bell aligeirando as coisas.- Nós não nos assustamos com uma chuvazinha.

Mas era bastante mais do que uma chuvazinha. A popularidade do Quidditch era tal que a escola em peso apareceu para ver o jogo como de costume, correndo pelos relvados fora, até ao estádio tinha de se defender do vento feroz com os guarda-chuvas a serem lhes arrancados das mãos pelo caminho.

A equipa vestiu os seus fatos escarlate e esperou pelo habitual discurso que Wood sempre os obrigava a ouvir, mas, dessa vez, isso não aconteceu. Wood tentou por várias vezes falar, mas fez um ruído estranho, abanou a cabeça, desalentado, e lhes fez sinal para que o seguissem.
Antes de sair, Joana tirou os óculos e os guardou. Felizmente conseguia ver sem eles, só precisava deles especialmente para as aulas, para escrever ou ler. Já Harry não conseguia ver nada sem eles por isso não os tirou.

O vento estava tão forte que eles eram levados de lado, enquanto avançavam para o campo. Se a multidão aplaudia, não conseguiam ouvir nada com o barulho dos trovões.

Os Hufflepuff se aproximavam, vindos do outro extremo do campo, com os seus fatos amarelo-canário. Os capitães avançaram um para o outro e apertaram as mãos. Diggory sorriu a Wood mas esse tinha os maxilares cerrados e se limitou a fazer um aceno. Joana viu os lábios de Madam Hooch formarem as palavras

- Montem nas vassouras.

Joana montou na sua vassoura com os nervos em alta e o coração a mil. Mas respirou fundo, levantou vôo e o jogo começou. Cinco minutos depois, estava ensopada e gelada, mas se manteve firme. Começou voando tentando tirar a bola a um dos Hufflepuff e depois de uns minutos tentando conseguiu. Vôo em direção à baliza adversária. Se desiquilibrou um pouco mas rapidamente se endireitou continuando.

Segurou a bola com toda a força e quando estava próxima da baliza adversária atirou com toda a força e...

ACERTOU!
Conseguiu ouvir ruídos de animação vindo das bancadas dos Gryffindor.

- Muito bem, Joana!- ouviu Oliver e Harry dizerem ao mesmo tempo

E o jogo continuou. Joana perdera a noção do tempo enquanto jogava. Viu toda a equipa descer para o chão, então ela fez o mesmo.

Todos se abrigaram numa das extremidades do campo, debaixo de um grande guarda-chuva.

- Qual é a pontuação?- perguntou Harry

- Temos cinquenta pontos de vantagens- informou Wood.- Mas se não apanhar a snitch rapidamente, vamos ficar jogando pela noite.

- Eu não consigo ver nada com esses óculos.- se queixou Harry, exasperado.

Neste momento, Hermione apareceu ao lado dele.

- Tive uma ideia. Harry, me dá os seus óculos, depressa!

Ele olhos entregou e, enquanto a equipa a observava, espantada, ela tocou nos óculos com a varinha

- Impervius! Já está!- disse voltando a entregar-lhos. - A partir de agora vão repelir a água.

Wood tinha vontade de beijá-la com a excitação.

- Magnífico!- exclamou com a voz rouca, enquanto ela desaparecia no meio da multidão- Pronto, vamos a isso!

Quando todos ficaram prontos, o jogo retomou. Se ouviu um novo trovão, seguido de uma série de raios. As coisas estavam se tornando cada vez mais perigosas.

Depois algo estranho estava começando a acontecer. Joana notou um silêncio arrepiante se instalar no estádio. O vento apesar de continuar mais forte do que nunca, se esquecera de uivar. Era como se alguém tivesse desligado o som, como se Joana tivesse ficado subitamente surda. O que é que se passava?

E então uma onda de frio que lhe era familiar a envolveu por fora e por dentro e começou vendo movimento na direção do estádio.

Pelo menos uma centena de Dementors se avistavam com os seus rostos ocultos virados para cima. E foi então que ouviu alguma coisa. Era uma voz de um homem.

- Onde está ela? Diz, onde está ela?

- Nunca te direi. Ela não tem culpa, por favor tenha piedade.- ela ouviu outra voz masculina a falar.

- Não seja idiota! Sabes que não irei desistir, por isso me diz onde ela está?!

- NÃO!

- Parece que vamos fazer da forma mais difícil então... CRUCIO!

O cérebro de Joana estava entorpecido, girando numa neblina branca... O que estava ela fazendo? Porque voava? Era preciso ajudá-lo... Ele podia morrer... Podia ser assassinado...
Uma voz estridente ria. E isso foi a última coisa que Joana pôde perceber antes de tudo ficar escuro e ela cair da vassoura.

✩Joana Frost✩ [3]Onde histórias criam vida. Descubra agora