copycat.

prólogo - kindergarten.

Nunca consegui me expressar em palavras, ou até mesmo na escrita, e sinto que sou insuficiente para todo mundo ao meu redor. Às vezes acho que o mundo está contra mim.

Geralmente eu não sabia de muita coisa, minha mãe me privava delas. Acho que eu me sentia triste por muito tempo

Ao longo dos anos fui em diversos terapeutas, sendo eles a mesma coisa... Todos homens ricos, olhos claros, com uma família tradicional e estável mentalmente, na qual ele trai sua esposa, seu filho é um viciado em drogas com péssimas notas na escola, e sua esposa chora todas as noites esperando ele voltar, mas com medo dele ser agressivo e tentar machucá-la

8, março. 2014

Estávamos indo mais uma vez para outra consulta. Eu estava exausta para cacete.

- Por que temos que ir para outro? Eu gostava do Sr. Melton. - Deitei minha cabeça sobre a janela do carro, gostava de observar a estrada, as árvores e os animais. -

- Eu quero o melhor para você, minha filha. Você é tão importante. - Acariciava meus braços com os olhos vidrados para frente. -

- As pessoas acham que eu sou maluca?. - Virei meu rosto para ela. Segurava forte em meus jeans, tentava controlar o nervosismo. -

- Claro que não, querida! Quem disse isso?. - Parecia estar preocupada, me dava breves olhadas. -

- Ninguém. Só pensei nisso. - Encostei minha cabeça no banco. -

Apenas uma pessoa me fazia acreditar que tudo ficaria bem, Julie. Era a única terapeuta em que realmente me sentia confortável, mas de repente minha mãe me proibiu de vê-la, hoje, descobri que ela morreu de overdose semanas depois de começarmos a nos encontrar, patético.

24, março. 2014

- Boa tarde, minha querida, sinta-se a vontade. - proferiu a minha mais nova terapeuta enquanto me observava com um leve sorriso estampado em seus lábios - Vejamos aqui... Você se chama Ally Drew, correto? Sua mãe conversou comigo e explicou sua situação mas não deixando muito claro o que se passa com você.

Balancei a minha cabeça em confirmação à primeira pergunta da psicóloga e coloquei minhas mãos sob meu colo, começando a batucar meus dedos ali. Parei de prestar atenção em tudo na qual ela dizia por conta do meu nervosismo e mordo meu lábio levemente, sentindo meu corpo tremer.
Senti a mão dela tocar gentilmente meu ombro e assim que a olhei, a vi dar um novo sorriso, que por incrível que pareça me reconfortou.

- Ally... Nesse momento não falo com você como sua psicóloga, mas sim como uma amiga. Quando te vejo me espelho em você e assim me lembro de quando era mais nova. Eu era tímida e não gostava de me abrir com ninguém, tinha problemas para me relacionar com outras pessoas e talvez isso até tenha sido o motivo de eu querer tanto exercer minha profissão. - ouvi atentamente tudo que ela falava - Eu quero muito te ajudar! Mas para isso ocorrer você precisa confiar em mim, tudo bem?

Minha mãe não é uma das mais normais pessoas do mundo, então ela não se importava muito com as coisas, e eu gostava disso, fazia eu me sentir independente.

Odiava entrar no quarto, e vê-la chorando pela morte do meu pai. Ele morreu quando eu tinha 8 anos... Foi quando eu realmente me isolei do resto do mundo, e ninguém poderia me tirar de lá.

Ela nunca viu muito em mim, ou pelo menos esperava alguma coisa. Ela me deu esse livro, cujo escrevo nesse momento, para escrever tudo o que ocorresse comigo a partir de hoje.

Gosto de me deitar na grama, e observar o céu, ele fica mais cinza à cada dia. Me faz acreditar que eu deveria apreciar os pequenos detalhes, mas sempre me pergunto porquê insisto nessa merda.