from drink to pleasure ;; tododeku

.único.

espero que gostem!

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Da Bebida ao Prazer

Todoroki abriu a porta do estabelecimento, chamando a atenção de algumas poucas pessoas assim que o pequeno sino acima da porta denunciou sua chegada. Entrou, suspirando, e se dirigiu até o pequeno bar. Sentou-se em um dos bancos ali dispostos e aguardou que o barman viesse lhe atender.

Cansado, esfregou as duas mãos no rosto. Geralmente, após um longo dia de trabalho, o que a maioria das pessoas faria é ir direto para casa, tomar um longo banho e se jogar na cama. Mas Todoroki já não podia considerar sua casa um local aconchegante, portanto, a evitava sempre que possível.

Nas últimas semanas, seu casamento vinha caindo em ruínas. Ele não era ingênuo, sabia que vivia uma vida de mentiras — herdeiro de uma empresa grande, com uma família desestruturada e com um marido que não lhe amava de fato. Mas ele esperava que, no mínimo, Inasa fosse ter algum respeito por ele. Não que fosse traí-lo.

Ouviu uma melodia suave começar a ser tocada, o som do piano ressoando por todo o local. Voltou sua atenção até o instrumento, observando o rapaz de cabelos verdes, com um sorriso pequeno nos lábios e um semblante sereno, enquanto tocava as teclas de forma delicada, do outro lado do bar.

— Boa noite, senhor Todoroki — A voz do barman lhe despertou de seu pequeno transe. Virou a cabeça, olhando para o homem em sua frente num misto de repreensão e deboche.

— Boa noite, Iida. E eu já disse pra não me chamar desse jeito. 

— Ora, mas eu preciso tratar o herdeiro da empresa Todoroki com respeito. — Iida respondeu rindo enquanto secava um copo de vidro recém lavado e o colocava sobre o balcão.

Desde o dia em que Todoroki ficou tão bêbado a ponto de desabafar todos os seus problemas em voz alta, Iida sempre lhe provocava quando podia. Isso porque, Shouto estava tão embriagado aquele dia, que praticamente gritou que devia ser tratado com respeito, pois era o herdeiro de uma empresa super importante. Aquilo foi logo no dia que descobriu que estava sendo traído pelo marido na cara dura, então ele bebeu até desmaiar, o que rendeu muito choro e vergonha alheia.

— Cala a boca, vai — resmungou Todoroki, revirando os olhos —, não vamos falar desse dia. Nunca mais.

— Claro, claro. —Respondeu o outro, sarcástico. — E então, o que vai querer?

— Qualquer coisa forte.

— Você não devia beber tanto — Iida assumiu um semblante sério —, já é a quarta vez nessa semana que você vem pra cá depois do trabalho.

— Você é dono de um bar e está querendo me repreender por beber? — Perguntou, provocativo, apesar de saber que o amigo estava certo. Vinha evitando sua própria casa há quase um mês, não falava com Inasa e nem tomava qualquer atitude para acabar de vez com aquele relacionamento conturbado. Apenas fugia de seus problemas, e fazia isso bebendo no bar de seu amigo praticamente todas as noites.

— Não quer me contar o que está acontecendo? — Perguntou Iida.

— Eu já te disse o quê tinha pra dizer. Eu fui traído. Cada vez que eu olho pra cara do meu marido, eu me lembro de como foi nojento ver ele com outra pessoa — apoiou a cabeça na mão direita, com o cotovelo sobre o balcão —, e de que ele nem fez questão de me pedir desculpas.

Todoroki nem estava triste de fato. Era mais fácil definir o que sentia como um leve incômodo, uma frustração. Também tinha o fato de que sua honra tinha sido praticamente destruída.