1.4|•Farol•

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– AI MEU DEUS DO CÉU!!

– Você não é religioso. – Eva repreendia o amigo.

– E daí? Estamos a 20 bilhões de nanômetros do chão, em cima de um telhado de farol. – Dizia assustado olhando para baixo.

– É só pular, não nos machucamos aqui dentro. – Disse simples.

– Está brincando!? É praticamente uma queda livre! Não dá para ficar aqui. Não dá para sair... Droga, eu odeio quando isso acontece. – Dizia fazendo drama, deixando a doutora ainda mais extressada. – Eu juro se este lugar... – Essas foram suas últimas palavras antes de que Eva o empurasse do alto do farol em direção ao chão.

Fresco... – Resmungou Rosalene, antes de se jogar logo após a queda do amigo.

[. . .]

– Por que abandonariam ela assim? – Questionava Heyoon olhando para o farol.

– Deve ter perdido a ultilidade. – Disse Josh se aproximando da amada.

– Perdido a ultilidade...?

– Para os navios, quero dizer. – Disse consertando sua resposta. – Sabe como é; hoje em dia se tem GPS e tudo mais, nossos filhos já nos ensinaram como isso funciona.

  Por instantes ela continuou encarando o farol, naquele belo fim de tarde, vendo no céu o lindo contraste de vermelho e amarelo, que compunham suas cores naquele momento.
  Heyoon sentia o aperto em seu coração por ter que acabar deixando a coisa que havia sido mais importante em sua vida, por conta de uma simples "falta de ultilidade".

– Yoon, olhe... – Disse se aproximando pegando o papel, que estava na porta  em mãos. – Este lugar também é importante para mim. Então estive pensando... Na nossa situação atual as coisas estão bem estáveis, se economizarmos, daqui alguns anos, poderemos construir uma casa aqui em cima, vai ser apertado, mas...

– Vamos poder vê-la da janela! – Dizia Heyoon empolgada. – De manhã, de noite, sempre estaremos por perto. E poderemos vir aqui a qualquer momento. Ela nunca mais ficará sozinha, Josh! Poderei cuidar dela todo o dia. – Disse abraçando o marido.

– Sim, poderemos. – Disse aconchegando a mesma em um abraço caloroso.

[. . .]

– Fico feliz por eles. – Eva diz os olhando com os olhos brilhando.

– Só pode estar brincando. – Respondeu Neil, cortando o clima. – Esqueceu o que acontecia depois, é? É como assistir uma batida de trens.

– O final não é mais importante que nenhum dos momentos que levam à ele. – Disse Eva, ainda, sem tirar os olhos do velho casal. – O que importa é que aqui... eles estão felizes. Agora vamos continuar.

– Espera ai! – Neil dizia aparando por alguns instantes. – Eles estavam chamando o farol de "Anya", não estavam?

– Acredito que sim. – Respondeu Eva.

– Então, a Heyoon... Ela recusou o tratamento por causa de um farol? – Dizia incrédulo. – Isso não é um pouco radical?

– Acho que já vi coisas mais estranhas trabalhando nessa ramo. – Eva dizia, parecendo não se preocupar tanto com o tal assunto.

– Eu também, mas nossa... Isso não entra na minha cabeça.

– Não é da nossa conta de qualquer forma. Ela não é a nossa cliente.

Anotação: "Anya" foi adicionada

  Explorando mais um pouco pelo terreno atrás de mais memórias, era possível encontrar o casal subindo a pequena colina, entre brincadeirinhas e músicas cantadas pela jovem. Eles de fato estavam felizes, como se o mundo estivesse congelado apenas naquele momneto entre os dois.
  A mulher começava a fazer gracinhas, enquanto o moço ia atrás dela para fazer cócegas, correndo em direção a mesma que soltava altas gargalhadas. Como um típico casal adolescente.
  Mais a frente encontravamos um coelho de papel, ao lado do carro estacionado, que pareceia ter caido do mesmo, no chão, chegando a conclusão que ali estava a passagem para a próxima memória.

To The Moon|•Heyosh•Onde histórias criam vida. Descubra agora