Lembro-me de quando era bem pequena...Tão pequena que mal podia ver em cima da janela.
Havia uma casa abandonada...Eu me lembro do cão que morava na casa.Ficava sozinho lá dentro e eu sentia pena dele.
Me lembro de ganhar uma câmera no meu aniversário.Era incrivel a forma que a foto captava um momento antes dele sumir.Oque eu queria ser quando crescesse: Uma fotografa da vida selvagem.Mas, por enquanto, precisava me contentar com a Agnes Tarking.
Estranhamente, as lembranças me acompanhavam.Me lembro de ir com meu pai a uma sucata.Me fascina a forma com que a terra pode engolir todas as coisas.É me lembro da garota que morava ali, Susie Petit. As crianças diziam que ela era estranha, mas agora sei que ela vê coisas que os outros não podem.
Eu é minha familia não estavamos entre aquelas pessoas, as pessoas azaradas, no qual coisas ruins acontecem sem motivos. Um dia previram que eu teria uma vida longa e feliz, porque era uma menina boa e gentil.Como de costume, eles estavão errados.
Meu nome é Collin,como a escuridão.Primeiro nome,Julliet.Tinha 14 anos quando fui assassinada em 12 de Dezembro de 1973.
Isso foi antes de crianças perdidas estamparem as caixas de leite, ou manchetes de noticiarios.
Foi na época em que as pessoas acreditavam que coisas assim não aconteciam.Elas estavam muito enganadas.
Meus pais sempre me falavam que eu esta segura.Eu não estava segura.Um homem do meu bairro me observava.Se eu não estivesse tão distraida,teria percebido que algo estava errado.
Meu assassino era um homem do nosso bairro.Certa vez,o fotografei enquanto ele falava com meus pais sobre floração.Queria fotografar as rosas,mas ele estava no caminho.Apareceu derrepente e arruinou a foto.Arruinou muitas coisas.
Tudo ocorreu em uma quarta-feira, em um milharal que fica logo atrás da minha escola.Nesse dia eu tive cineclube estudamos sobre Otelo. Sai atrasada da escola eu estava super ansiosa e feliz pois George havia me convidado para sair. Assim que passei pelo milharal já estava escurecendo é estava muito frio, um papel que George havia colocado em meu livro saiu voando, não consegui pegar mas assim que me levantei lá estava ele, meu assassino esperando o momento certo para jogar a carta final. Ele havia criado um mini club abaixo do milharal e me pediu para que desse minha opnião, eu estava atrasada e com medo mas ao mesmo tempo estava curiosa .Era incrivel havia de tudo ursos de pelucias, anjos de porcelana,gibis e jogos tudo muito arrumado.Eu já estava ficando tensa, ele me olhava de um jeito estranho eu estava assustada eu queria sair dali mas ele não deixou, me ofereceu um refrigerante e me mandou ser educada. Eu falei que precisava ir embora mas ele não me falou que não queria que eu fosse embora que não iria me machucar.Eu tentei sair dali, tentei correr mas ele me puxou de volta, já era tarde de mais.
Eu estava dormindo.Foi oque senti,a vida estava me abandonando.Mas não tive medo.Então me lembrei.Havia algo para eu fazer.Eu deveria estar em um lugar.Foi ai que me lembrei de George, que deviria me encontrar com ele na praça do shopping.
Me afundo em um lago, um lago estranho havia uma casa e uma cama.Acordo em um coreto em uma floresta seca.Uma carta estava jogada no coreto :
''Se eu pudesse comprar uma hora de amor, daria tudo oque foi me dado.Uma hora de amor nessa terra e eu daria todo meu amor para você. O mouro.''
A carta era de George, era uma poesia.
Havia uma outra garota na floresta seu nome era Lottie. Lottie Golightly. Não parece um nome verdadeiro.É não era, ela havia pegado emprestado.Pode-se fazer isso aqui em cima.Ela quiria dizer aqui em cima no céu.Mas lá não era o céu, eu ainda não havia chegado lá.Eu queria saber que lugar era aquele. Não era realmente um lugar, mas tambem não é o outro.Era um pouco de ambos.Lottie disse que há um paraíso imenso,além de tudo que sabemos.Onde não há milharais,nem lembranças ou mortes.Mas mesmo que olhasse além dele ainda continuava olhando para trás.Você não pode voltar.Acabou eu tenho que ir.Eu preciso deixar a terra.Eu estou morta, preciso ir.Não, eu preciso ir pra casa.Minha familia estava arrasada com o que aconteceu, não sabiam o que aconteceu.Daqui de cima dava para ver todo o sofrimento da minha mãe e do meu pai, dava pra ver o desespero no olhar deles.Meu assassino começou a se sentir seguro.Ele sabia que as pessoas teriam que seguir em frente.Que precisariam esquecer.Assegurou-se de que ninguem estava olhando.Assim ninguem preocuraria ele.Mas havia uma coisa que meu assassino não entendia.Ele não conseguiu entender o tanto que um pai pode amar sua filha.
Tudo certo! Vai ficar tudo bem. Meu pai sabe que estou aqui.Eu estou com ele.
Eu não estava congelada, perdida ou morta. Estava mais viva do que nunca.Viva no meu mundo perfeito.
Eu vo o horizonte azul entre a terra e o céu.Os dias não tiverão alterações...e a cada noite sonho o mesmo sonho.Os cheiros das flores silvestres...os gritos que ninguem ouviu...o som do bater do meu coração...como se fosse um martelo contra o prego.E sempre os ouço chamando,as vozes dos mortos. Eu queria segui-los ate encontrar a saida.Mas eu sempre volto para a mesma porta.Eu estava com medo.Sabia que se eu entrasse ali...Nunca mais sairia.
Meu assassino pode viver o mesmo momento por muito tempo.Ele pode se alimentar de lembranças várias e várias vezes.Ele é um animal, sem rosto, vazio.Mas então senti o vazio voltando.E ele sentia a necessidade retornando.
O verão chegou,ele notou os jovens correndo pelo milharal.Então ele começou a segui-los e a observa-los.
O casamento de meus pais havia acabado.Minha mãe havia fugindo para o mais longe que pôde.Ela conseguiu um trabalho em um pequeno pomar,fora de onde moravamos.O trabalho era pesado,mas ela não se importa.É se alguem perguntasse, ela dizia ter duas filhas.E minha irmã que sempre falava em não acreditar no amor.O encontrou mesmo assim.E lá estava...o momento que nunca pude ter.Minha querida irmãnzinha havia me superado.Ela havia crescido.
Eu sempre observava George. Eu sempre estarei no ar em volta dele...
Eu estarei nas manhãs geladas de inverno que ele passava com Susie Petit.Aquela garota que todas as crianças a acham estranha,a garota de outro mundo...Que aceitou a presença dos mortos facilmente entre os vivos.E as vezes, George pensava em mim,mas sempre se perguntava se era hora dessa lembrança desaparecer.Que ja era hora de me deixar partir.
Meu assassino ja estava refinando seus instintos.Ele ja percebeu que minha irmã se perguntava sobre o fato dele ser o homem solitario que mora na casa verde.Ela estava determinada a pressiona-lo.E ele sentia isso.Ele começou a sentir um desejo muito familiar.
Assassinatos mudam tudo.Quando eu era viva nunca odiei ninguem,mas a unica coisa que me sobrou foi o odio. Eu o quero ver morto !
Eu o quero congelado,morto e sem circulaçao sanguinea nas veias !
Olha pra mim ! Olhe oque ele me fez !
O que eu sou agora ? A garota morta ?
Eu não sou nada! Eu fui tão estupida !
Ele não é meu dono.Eu posso me libertar dele. Mas não irei conseguir desta forma.Aquele homem tirou minha vida ! Todo mundo morre.Percebi o que fiz.Eu gostaria de tentar impedir.Gostaria de voltar atrás.
Tudo ao meu redor estava se desmoronando. Um buraco negro se tinha feito diante de tudo o que aconteceu.Eu sempre soube que ele nunca desistiria de mim.Nunca me iria considerar uma das mortas.Eu era sua filha.Ele era meu pai.Me ama o quanto pôde.Eu preciso deixa-lo livre.
Meu assassino era esperto muitas garotas, muitas delas da minha idade ja sofreram nas mãos dele...
Evelyn, 7 anos, Pensilvânia, assassinada em 2 de Dezembro de 1973... ele so queria toca-la mas ela gritou.
Leslye, 14 anos, Pensilvânia, assassinada em 3 de Dezembro de 1972...ela estava voltando da escola quando ele a ofereceu uma carona de carro ate sua casa.
Lindsay, mas gosta de ser chamada de Lottie Golightly, 14 anos, Pensilvânia, assassinada em 4 de Dezembro de 1973...estava sentada em frente a uma loja enquanto esperava seu pai.
Essas são algumas das garotas, é por fim...
Julliet Collin, 14 anos, Pensilvânia, assassinada em 12 de Dezembro de 1973...morta em um quarto criado abaixo de um milharal...
Esses são os ossos adorados. Que crescem em minha ausência.
As conexões, ás vezes tênues...
Feitas com muito sacrificio...Mas, muitas vezes, incriveis.
Meu nome é Collin,como a escuridão.Primeiro nome,Julliet.Tinha 14 anos quando fui assassinada em 12 de Dezembro de 1973.
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JULLIET
SpiritualJulliet Collin era uma jovem de 14 anos que tinha uma vida alegre,ate que , um dia foi estuprada e assassinada brutalmente.