Vítima dos próprios desejos, escravos dos próprios prazeres - Gossip girl.
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Algumas semanas se passaram e com ela a certeza de que eu quero ir embora. Nicolas não me deixa sair para lugar algum, ele redobrou a segurança aqui em casa. Não falo e nem vejo mais ninguém, além dele e dos empregados.
Clystoff tentou vim aqui em casa, porém foi barrado pelos seguranças e pelo próprio Nicolas. Ele não queria que eu visse ninguém. Acha que qualquer um dos meus amigos, ou família pode trazer alguma informação do Bruno. Ficou completamente louco.
Passo a maior parte do dia dentro do quarto, não tenho ânimo pra nada, nem pra comer, tento comer pela minha filha. Confesso que em alguns momentos eu fracasso.Nicolas mudou da água para o vinho.
- Vamos acordar bela adormecida. - Nicolas adentra ao quarto e começa a abrir as cortinas. Fecho meus olhos rapidamente por conta da luz e os abro quando a mesma não incomoda tanto assim. - você tem que comer. - diz e coloca a bandeja de comida sobre a cama.
- Não tô com fome. - respondo sem ao menos me mexer.
- Amanhã você tem o pré natal, não posso te levar sem que você se alimente.
- Como se você estivesse preocupado comigo. - Nicolas se senta ao meu lado, tenta tocar em meu rosto. - Não encosta em mim.
- Você é muito mal agradecida sabia?! - se levanta.
- Me deixa sair daqui por favor! - choro. - eu não aguento mais.
- Eu também não. E é por isso, que semana que vem nós vamos embora do país.
- Agora você quer me sequestrar? - pergunto tentando ficar sentada sobre a cama. Me sentia muito fraca e Lua cada vez mais desinquieta em minha barriga.
- Podemos recomeçar em outro lugar meu amor, não tá animada? - pergunta.
- Nick - finalmente fico de pé. - por favor, me deixa sair. Isso não é amor.
- É amor suficiente pra saber que não quero mais ninguém em minha vida. - se aproxima de mim e agarra minha cintura. - um dia tudo isso vai passar de uma piada pra você.
No dia que eu estiver bem louca.
Não digo mais nada, apenas caminho de volta para a cama e me deito. Não o reconheço mais, não é o mesmo Nicolas.
Preciso tentar ligar para alguém e pedi ajuda.
☆
No meio da noite. Tentei me levantar da cama silenciosamente, quando mais tento fazer o mínimo de barulho possível, mais barulho eu faço. Incrível.
Abro a porta e olho para os dois lados do corredor. Não havia ninguém, provavelmente estão dormindo, assim como o maluco do Nicolas.
Tento correr até a cozinha a procura do telefone fixado na parede, mas o mesmo estava com os fios cortados. Ao chegar na sala de estar tive a mesma decepção, mais fios cortados.Passo minhas mãos sobre o cabelo e os puxo frustrada, merda!
A caminho de volta para o quarto tive uma ideia meio louca, eu poderia ir até o quarto de Nicolas, distraí-lo e pegar o seu celular. O único problema é que não sou boa atriz, talvez ele perceba.
Bato na porta do quarto de Nicolas três vezes, o mesmo demorou um pouco para abrir. E quando finalmente abre, vejo sua cara amassada de sono.
- Posso dormir com você? - pergunto já entrando para dentro do quarto. O quarto de Nicolas continuava o mesmo, arrumado, mas sempre com a escrivaninha bagunçada pelos livros. - Não consigo dormir. - continuo.
Nicolas fecha a porta e concorda.
- Tudo bem. - diz.
- Eu estive pensado, seria uma boa irmos embora. - me sento na cama. - recomeçar seria ótimo.
- Sabia que iria gostar da ideia, podemos ir pra qualquer país que você quiser. - se senta ao meu lado, Nicolas pega minha mão e a beija.
Senti meu estômago embrulhar.
Ainda me sentia muito fraca, e minhas pernas estavam quase não me respondendo mais.- Eu te amo tanto Beatriz. - deposita mais um beijo. - Você, eu e a nossa filha ainda seremos muito felizes.
Sorrir forçado, concordando.
- Podemos dormir? Estou cansada. - digo.
- Claro que sim meu amor. - sorriu de volta.
Me deito sobre a cama, Nicolas faz o mesmo. Fico de costas e ele me abraçou por trá, reviro os olhos e fiquei contando mentalmente os minutos até ele finalmente adormecer.
Quando tive a certeza que ele estava mesmo dormindo, tirei suas mãos lentamente de minha cintura e me levantei. Olhei as gavetas do criado mudo e nenhum sinal do maldito celular, olhei em baixo da cama, na escrivaninha bagunçada e nada.
Subo num banquinho para olhar as prateleiras e não o encontro.Maldito.
Desgraçado.
Ridículo.
Xingo Nicolas de todos os nomes possíveis.
Observo Nicolas dormir, e vejo uma pequena luz se acender e apagar.
Não, ele não fez isso. O celular se encontrava dentro da fronha do travesseiro, como eu iria pegar sem conseguir acordá-lo?
Me aproximo da cama, e enfio de uma vez a mão por dentro do travesseiro. Nicolas abre os olhos e com o celular em mãos corro até o banheiro e tranco a porta desesperada.Minhas mãos tremiam e eu tentava discar o número de Bruno. Nicolas batia na porta feito louco.
- Vamos lá, atende, atende Bruno. - digo para mim mesma.
- BEATRIZ ABRE ESSA PORTA OU EU VOU ARROMBAR. - Nicolas gritava do outro lado da porta.
- VAI SE FODER!!! - grito de volta.
"O número que você ligou não atende no momento e não possui caixa postal."
Tento ligar de novo. E quando a ligação estava quase caindo novamente, Bruno finalmente atende.
- Alô? - sua voz estava pesada.
- Bruno Socorro! - digo.
- BEATRIZ? - Nicolas continuava a gritar.
- Bea, bea. O que houve? - Bruno pergunta do outro lado da linha.
- Não tenho muito tempo, por favor me ajude. - choro. - Nicolas não me deixa ver ou falar com ninguém, e quer me levar embora.
- Embora pra onde? - pergunta.
Nicolas finalmente consegue abrir a porta, tira o celular de minhas mãos e desliga a ligação.
- QUE MERDA VOCÊ ACABOU DE FAZER? - Pergunta. Nicolas agarra meus cabelos e me arrasta para fora do banheiro.
- Ai, tá me machucando.
- AGORA TEREMOS QUE ADIANTAR NOSSA VIAGEM. - solta meus cabelos e eu Caio deitada no chão.
◇
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Ainda amo você
Teen FictionDepois que Bruno foi embora, Beatriz tenta seguir com sua vida. Feliz e noiva do homem que enfim ela acha ser o certo. Dois anos depois, Bruno retornar a cidade onde nunca devia ter saído e todos os sentimentos que Beatriz achou que havia esquecido...