Ally estava mais do que impaciente, motivo? Hoje ela iria assistir a um treino de Lauren e a mesma estava mais do que atrasada. Brooke não entendia qual a necessidade da morena de sempre se atrasar quando era algo relacionado a sua carreira.
Batia as longas unhas na cadeira de forma impaciente, já estava na cabine que dava visão de quase toda a pista, se sentia um peixe fora d'água no meio daqueles homens.
Revirou os olhos pela enésima vez dentro de um intervalo de cinco minutos, checou o horário em seu relógio de pulso, mais uma vez para constatar que a morena estava a mais de uma hora atrasada.
Bufou impaciente e se levantou, arrumando sua roupa social e pegando seu celular.
- Eu vou embora! - Anunciou, já fazendo menção a sair dali.
- Ela já está vindo! Espere só mais um pouco. - O assessor da morena disse, não queria que Lauren perdesse um patrocínio tão bom e disputado como o de Ally.
- Você me disse a mesma coisa há uma hora atrás! Eu não tenho todo o tempo do mundo para essa corredora desleixada! - Ralhou. - Quando ela se tornar uma atleta seria e comprometida, talvez eu possa pensar no caso dela. - Disse, indo em direção a porta, mas parou ao ver uma Lauren ofegante chegar na cabine.
- Me desculpem o atraso, tive um contratempo. - Sorriu amarelo, foi impossível que os olhos da loira não notassem de qual contratempo ela falava.
- Então, senhorita Jauregui, acha que sexo é mais importante do que sua carreira? - Lauren arregalou os olhos com aquilo. Afinal, como ela sabia?
- O-o quê..?
- Da próxima vez, diga para o seu namorado não deixar seu pescoço marcado. Vamos logo, já perdi muito tempo com baboseiras! - Ordenou e assim eles fizeram.
[...]
Lauren fez um tempo ótimo na pista, era uma das favoritas na próxima corrida. Se vencesse, levaria um lindo troféu para casa, além do prêmio em dinheiro para ajudar a mãe e sem falar do reconhecimento.
- Bom, eu volto já. - Disse a morena, se afastando de sua equipe.
Se aproximou cautelosamente da loira, que conversava distraída ao telefone.
- Mas como está minha filha, uh? - Ela perguntou, fazendo uma pausa para ouvir a resposta. - Estou morrendo de saudades dela, quando eu chegar em casa, não vou soltá-la tão cedo.
Como assim ela tinha uma filha? Não sabia que Ally era mãe e nem ao menos passou essa possibilidade por sua cabeça.
- Hm... Hey? - Chamou a atenção da loira, que se virou com o dedo indicador elevado, indicando silêncio.
- Certo. Bom, eu preciso desligar. - Mais uma pausa. - Sim, você pode pedir comida japonesa para o jantar. Okay, beijos! - Lauren não estava gostando disso, não era confortável ouvir a conversa da loira com o namorado. - Eu também te amo, mãe! - Sentiu um estranho alívio em seu peito. Ally esligou e se virou para ela. - No que posso ajudar?
- Eu queria me desculpar pelo atraso, foi uma bobeira minha e eu não deveria deixar que isso afetasse o meu treino. Muito menos tomar o seu tempo atoa.
- Que isso não se repita, senhorita Jauregui e da próxima vez, diga ao seu namorado para esperar até a sua volta. - Disse, já fazendo menção a sair dali.
- Eu não tenho namorada. - Deu de ombros. Ally a encarou por um segundo, mas logo deu de ombros.
- Então diga a sua... Companheira do dia, que você precisa ser alguém na vida. - Disse, saindo dali.
Lauren não pôde conter o sorriso ao vê-la se afastar. Foi uma cena fofa, assumia, mas nunca diria isso a loira.
Deu de ombros com tal pensamento e saiu dali, precisava voltar ao seu apartamento o mais rápido possível e passar o resto do dia jogada na frente de seu videogame.
[...]
Assim que Ally abriu a porta de casa, já sentiu uma pequena bolinha de pelos se arrastar em suas pernas. Sorriu, pegando a felina no colo, lhe deixando um beijo na cabeça.
- Ally? Chegou?! - Sua mãe gritou da cozinha, mas Brooke logo pôde vê-la vir em sua direção, secando a mão em um pano de prato. - Oi, minha filha! - Beijou a testa e o topo da cabeça da filha. - Como foi o seu dia?
- Por que não falamos sobre qualquer outra coisa, menos algo que me faça lembrar que eu fui obrigada e ficar mais de duas horas esperando uma corredora irresponsável?
- Bom, vá tomar um banho e vamos jantar. - Ally acenou positivamente e foi para o andar de cima.
Não demorou muito no banho, muito menos se deu ao trabalho de arrumar suas madeixas rebeldes, apenas as prendeu em um coque frouxo e vestindo apenas um pijama de moletom e pantufas, foi de encontro a mãe.
- Eu estava morrendo de saudades da senhora, mamãe. - Comentou sorrindo.
- Eu também, você anda muito sem tempo para me ver ultimamente, mas assim que puder, vamos recompensar esse tempo longe. - A mais velha sorriu, orgulhosa da mulher que sua filha havia se tornado.
- Hum... - Chamou a atenção da mãe, enquanto mastigava. - Como foi a sua consulta? Está tudo bem?
- Perfeitamente, foi só uma consulta de rotina, nada de anormal. - Deu de ombros. - Mas o médico era bonitão!
- Mamãe! - Ally riu, sua mãe era uma figura mesmo.
[...]
Ao terminarem o jantar, guardaram tudo e decidiram assistir a um filme qualquer na sala. Ally se deitou no colo da mãe, como fazia quando era criança. Não sabia explicar, mas era ali que ela se sentia segura, era no colo da mãe que ela recarregava as energias.
Escolheram assistir "Como eu era antes de você", foi impossível para Patrícia não comparar o personagem cadeirante com Ally, pois o mesmo era fechado e muito rígido com as coisas, mas bastou encontrar o amor da pessoa certa, que tudo isso mudou. Era assim que ela queria que as coisas acontecessem para Ally.
Já quase no final do filme, a porta foi aberta por um Troy, que carregava flores, chocolates e uma cara de cachorro que caiu da mudança.
Brooke ficou curiosa para saber qual seria a mentira da vez, ou a desculpa que o homem daria.
- Oi. - Ele sussurrou tão baixo, que se Ally não estivesse perto, não teria escutado. - Eu trouxe isso para você. - Lhe estendeu as flores e os chocolates.
- Bem. - Ela pegou os presentes, os deixando sobre a mesinha de centro. - Vamos lá, qual a mentira da vez, uh? - Perguntou, cruzando os braços.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Na Curva Do Seu Sorriso
Fiksi Penggemar"Você tem o veneno e a cura. Você é a curva mais perigosa da minha estrada. Você é o fogo que me consome. Sim, você é meu delírio, é o perigo gritando meu nome!" 《Daiana Calixto》 E eu, que estava mais que habitu...