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Quando eu estava com ele, o tempo e o espaço eram tão escorregadios que eu acabava perdendo a noção dos dois - Crepúsculo.

Último capítulo

Enquanto eu fazia força, rezei e repensei sobre ter ido pra guerra sem colete. Nunca mais quero sentir essa dor insuportável na minha vida.

Fechei meus olhos por um momento não aguentando mais, sinto alguém tocar a minha testa e pegar na minha mão esquerda. Abro meus olhos e vejo Bruno, com máscara, aquela touca e a roupa especial. Ele estava lindo, ririamos disso mais tarde quando tudo isso passar.

- Você veio. - Digo com lágrimas nos olhos.

- Mas é claro, não iria perder o parto da minha afilhada. - era impossível ver qualquer coisa que ele fizesse por baixo da máscara, porém de alguma forma eu soube que ele estava sorrindo. - Beatriz, você precisa fazer força. Ou você e a Lua poderão morrer. - diz. - vamos lá, vou contar até três e no três você solta toda sua força. - concordo. - um, dois, três.

Faço força.

Não sei por quantos minutos fiquei fazendo isso, mas só parei quando eu ouvir um fino choro.

Lua nasceu.

Chorei e Bruno também.

O médico a trouxe para junto de mim, ela tinha praticamente todos os traços do Nicolas. O nariz perfeitamente igual ao dele. Choro ainda mais, pois eu queria que ele estivesse aqui para ver o nascimento da nossa filha. Ele teria se emocionado tanto quanto eu.

Bruno tira uma foto nossa e em seguida a de nós três. Lua nasceu com quase quatro kg.

Depois de todo caos, nos encontramos agora tranquilas em nosso quarto. Lua agora estava mamando, e confesso que me lembrei sobre o que Denise falou meses atrás sobre os seus seios, me deu até um pouco de medo.

As pessoas chegaram de uma vez para ver a minha filha, minhas amigas, minha mãe, meu irmão e até a família de Bruno estavam aqui.

- AIII MEU DEUS. - Denise exclama entregando Cláudio ao meu irmão e vindo até mim. - ela é muito linda amiga, toda cabeludinha. - pega no pezinho de Lua.

- Parabéns minha filha, minha neta é linda. - mamãe diz admirada.

- Eu posso pegar? - Bianca pergunta se aproximando.

- Acho melhor não Bi, Lua pode ficar dolorida. - Bruno diz.

- Sei mais sobre criança do que você idiota. - Bianca faz beicinho, mas não protesta.

- Gente, obrigada por terem vindo. De verdade. - agradeço.

- Agora só falta seu irmão me dá um neto. - mamãe diz.

- A propósito. - Fernanda olha para Clystoff e passa a mão sobre a barriga. - Eu estou grávida.

Meu irmão se engasga.

- O QUE??? - Pergunta assustado.

- Tô brincando. - ela diz e todos nós rimos. 

Com o decorrer dos dias eu tentei procurar por Nicolas e dizer que a nossa filha nasceu e era linda. Ele não foi preso, pagou uma fiança e foi embora. Mandei e-mails, deixei recados, até tentei ligar para o seu número. Mas ele não atendeu e nem respondeu nenhum dos recados. Parecia que nunca tinha existido.

E eu fiquei triste. Queria que o mesmo reconhecesse Lua como a sua filha, ele não havia morrido e poderia muito bem fazer isso.

Bruno me ajuda em tudo, e entende que por enquanto é melhor deixar essa história de registrar a Lua como sua filha um pouco de lado.
Lua era um pouco chorona, culpa do meu amigo que vivia com ela nos braços vinte quatro horas. É engraçado pensar em tudo que me aconteceu nesses dois anos. Nicolas poderia ser chato algumas vezes, mas sempre esteve comigo e se animou quando soube que eu estava grávida

Ainda amo você Onde histórias criam vida. Descubra agora