Uma Grande Mulher

O pior dia da minha vida (Aisha)

Era uma manhã chuvosa, parecia desabar o céu, particularmente estranho para mim, que não havia visto nada igual desde que eu e minha mãe voltamos a França a 20 anos, quando minha mãe deixou meu pai no Brasil pois era espancada, desde muito cedo minha mãe me ensinou a não abaixar a cabeça, porém por ironia nunca a vi manter a dela de pé, ela fez um grande esforço e finalmente eu vi ela reagir me pegar e fugir dele, sei que não é bom guardar rancor, até por que mal me lembro, de como meu pai é, minha mãe tem medo de me deixar vê-lo, e eu sempre vou apoia-la.

*Barulho na porta*

"- Aisha querida o jantar ta na mesa, vamos comer juntas, preciso trabalhar!"

"- Já estou Indo Mãe!"

*Descendo as escadas*

Minha mãe trabalha como faxineira noturna em um salão de balé clássico, mas é formada em enfermagem o problema é que após o término com meu pai, a parte "Divorciada" do currículo, chama mais atenção do que o diploma.

"- Mae?, Hoje não era sua folga?"

"- Desculpe querida mas vou cobrir a Ana, a filha dela está doente, e o marido se recusa a cuidar dela!"

"- está bem, tome cuidado ok."

*Minha mãe acaba de comer e vai trabalhar*

Após alguns minutos que minha mãe saiu fui para sala coloquei um filme e adormeci no sofá.

*Telefone Tocando*

Acordo assustada a procura do telefone que havia caído no vão do sofá e atendi:

"- Alô, você é filha de Alexia Bellarose?"

"- Sim, quem quer falar?"

"- Aqui é do hospital central da França, sua mãe está na Emergência"

"- Estou indo"

Desligo o telefone e corro tomar um banho, oq será que houve, após alguns minutos estava pronta e corri para o hospital, nunca senti tanto medo, quando cheguei me disseram que ela estava morrendo e que não conseguiriam ajudar, e que eu deveria dizer tchau, fui até o quarto e a vi, ela estava tão machucada, e eu que não sabia nem o porque de ela estar ali, agora eu tinha uma ideia...

"- Mãe? - falei chorando, ela que tbm ja chorava me olhou com medo - vai ficar tudo bem, a senhora precisa descansar!"

"-AA" - ela tenta dizer algo.

"- Não, não fala você tem que guardar forças"

"- A.aisha, des.desculpa" - ela chora e fala com dificuldade.

"- Não morre mãe, não me abandona, eu; eu não sei viver sem a senhora " - não consigo mais segurar a desabo no colo dela."

"- Aguenta Firme amor, vai para a casa de seu pai, e nunca, nunca deixe nem um homem te machucar, se.seja forte." - diz acariciando meu cabelo.

"- ta, mãe quem fez isso?" - pergunto pois preciso fazer justiça.

"- Eu não sei, eu estava voltando - ela para e respira - pra casa e quatro homens me cercaram - ela chora desesperada- pedi pra eles pararem, eu juro que não fiz nada, eu eu pedi pra pararem, e então de repente tudo ficou escuro"

E do nada o meu mundo se despedaçou e minha hipótese de roubo foi pelo ralo, minha mãe, minha mãezinha, foi violentada e depois de tamanha covardia, ainda a deixaram neste estado, eu viro de costas e choro, choro muito, foi então que tudo acabou a máquina parou, ela fez o barulho que mais machucou meu ouvido porque eu ouvi aquele som antes na tv, e aquela linha reta, minha mãe morreu, tentei gritar por ajuda mas nada saiu, era um pesadelo, eu tinha perdido ela, questão de horas atrás ela estava na cozinha comendo e falando de como se preocupava com a filha da amiga que ela foi cobrir, de como aquilo era simples que logo estaria em casa, eu não via nada não vi quando os médicos chegaram e tentaram trazê-la de volta, mas ouvi a pior frase do mundo de alguém "Hora do Óbito 04:37 da manhã", e então foi minha vez de ver tudo escurecer.

Para o primeiro cap. Espero que tenham gostado ❤️ Beijinhos de Luz @_@