Como se sente?

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A-- O restante da sua família... quero que mate-os.

Após suas falas todos direcionam seus olhos em minha direção, esperando por uma reposta.
Com um sentimento estranho surgindo dentro de mim não evito sorrir ladino olhando diretamente e, profundamente, nos dourados olhos perversos de Alluka;

T.-- Ah, sim, matarei. Só... saiba que irei fazer isso porque desejo, e não por querer ser aceito por você.

Subo até o quarto de Mikage deixando minhas falas percorrer ao redor deles, com ênfase ao me referir à Alluka.
Deito-me na cama de bruços apenas esperando a presença do platinado. Era fato que ele viria e, não por obrigação, mas acho que devo conversar sobre algumas coisas com ele...

Alluka não quer que eu mate meu progenitor para demonstrar "lealdade", isso era óbvio, pois estava escrito em seu sorriso. Ele quer algo  mais complexo, tenho minhas teorias, entretanto, Vitalle dirá cedo ou tarde.
  –track

M-- Tatsu... vai mesmo matar seu pai?

T.-- É errado? Acha que não devo?

M-- Não é isso... é só que não quero que você se manche.

T.-- .... Mikage, você ficará com medo ou me evitará se eu matar ele?... Sabe, matei aquele homem 13 anos atrás pois ele iria me sequestrar debaixo do nariz do meu pai. Naquela época ele traía minha mãe, ela era uma mulher ocupada e nós estavamos passeando até ele encontrar umas mulheres e me mandar olhar as vitrines, assim fiz. Do nada um homem me puxou discretamente me arrastando para um beco, segundo ele era vingança pois meu pai havia dormido com a sua mulher e filha. Não havia entendido o por quê de ser eu o alvo, fiquei enojado pela forma de como ele me segurava e dizia "não se preocupe", então peguei a faca que ele largou ao meu lado enfiando em seu peito várias vezes...

Falo tudo sem emoção alguma, não importando nenhum pouco pelo que aconteceu no passado.
Mikage parece escolher bem as palavras, mas logo sorri como habitual segurando meu rosto com as duas mãos.

M--  Você é incrível! Obrigado por me contar... E Tatsu, não importa quem ou quantos você mate, eu jamais o verei de outra maneira.

T.-- Ótimo, pois nesse show de atrocidades você irá me acompanhar.

Sorrio ao imaginar várias cenas em diferentes formas que posso fazer para matá-lo.

M-- Tatsu...

Volto minha atenção ao maior percebendo o quão perto ele estava. Nossos olhos se miram intensamente, parecia que ele queria comer minha alma...
Sinto suas mãos descerem lentamente do meu rosto para um aperto leve em minha cintura enquanto nossas respirações se cruzavam.. de certo modo isso me deixa constrangido mas.. se é o Mikage então...
Hãm!? Que tipo de pensamento é esse!?

Suspiro pesado tapando com força o rosto do maior. O mesmo senta ao me lado "cabisbaixo", não sei identificar o certo porque ele estava... sorrindo?

T.-- Você...

M-- Desculpa, me deixei levar, haha. É que você revelar seu passado assim e ficar tão vulnerável comigo meio que me dei–

T.-- Não quero saber!

(...)

A lua estava em um tom avermelhado, perfeita para aquela ocasião. Enquanto todos discutiam sobre quem viriam comigo, eu só sentia meus nervos gritando como loucos para banhar-me em carmesim.

Tsm-- CHEGA!! Mikage, Lost, Vi, Eu e Alluka iremos.

Mek-- Desculpe, mas por que eu não posso ir? Estou realmente interessado no Tatsu.

Foz-- QUE POHA?!? TATSU SEU DESGRAÇADO!! IREI TE MAT

V-- Foz! Iremos todos! Mas deixe apenas meu monstrinho cuidar da presa, entendidos?

Todos concordaram e fomos para minha casa. Meu progenitor não estava então todos ficaram vasculhando o local. Sendo sincero, ter treze canibais em sua casa não é algo que se ver todo dia.

Vou ao quarto da minha mãe sentando-me na cama enquanto todos se escondiam no local. As sombras pareciam oculta-los... é como se fizessem parte deles.
Track

A porta se abre revelando Hiroshi, meu progenitor, que parecia estar bêbado, mas não o suficiente. Ele entra jogando a garrava de bebida no chão e sentando desleixado no pequeno pufe;

– Você finalmente decidiu voltar pra casa?... que foi? Não vai responder não, seu monstro?

Hiroshi levanta do pufe se jogando ao meu lado na cama, suspiro encarando mortalmente aquele verme.

– Ei~ Você não irá me compensar por aquele dia?

Cada palavra, cada respiração, a própria existência dele me causava náuseas. Repugnante...

T.-- Sim.

Mais do que depressa Hiroshi se levanta para me agarrar, e antes que ele me toque, puxo seus cabelos rodeando-os em um impulso para que o mesmo fique de costas e ajoelhado. Levanto seu rosto rumo ao teto e o encaro friamente.
Até o mais idiota saberia em que perigo de situação estava, Hiroshi não foi diferente, seus olhos espantados e molhados dava o perfeito contraste ao seu corpo trêmulo, dizendo para mim suas últimas palavras mudas: "Monstro"

Não evito sorrir pelo elogio, e com toda a satisfação, corto devagar seu pescoço, deixando-o se engasgar com o próprio sangue. Antes de morrer faço o mesmo se olhar no espelho para ver o quão deplorável estava. Como toque final, sussurro em seu ouvido;

—  Como se sente?

Suspiro jogando o cadáver no chão enfrente Alluka, que apenas sorri satisfeito.

Kei-- Kyaaa!! Que belo jeito de matar o pai! Queria poder matar o meu também~!!

H-- Pensei que ele ia se sentir mal... mas parece melhor ainda...

Fk-- Não tem graça se a pessoa se entrega...

T-- Mikage, coma!

A Insanidade no Amor [Pausada]Onde histórias criam vida. Descubra agora