Capítulo 25 ✔

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Eu me olho no espelho do banheiro e simplesmente não há mais do que a metade da menina que um dia fui

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Eu me olho no espelho do banheiro e simplesmente não há mais do que a metade da menina que um dia fui. É um assombrado fantasma pálido que encara-me de volta. Quem é aquele homem que deixei para trás no parque, totalmente quebrado e ao mesmo tempo frio? Quem é o professor Raymond? Oh, meu Deus... como fui tão ingênua em acreditar em amor?

Desde a noite em que feriu-se em seu apartamento por minha causa... tudo tão errado e culposo entre nós dois. Um sempre e cruel vilão espreitando, ameaçando nos separar desde que cedemos ao que sentíamos.

E neste momento, neste exato momento, eu estou completamente entorpecida, enterrada por uma escuridão sem limites, em estilhaços, desligada.

“O seu querido papai me contou algumas coisinhas interessantes a seu respeito, Anna.” Lembro-me bem daquela mulher no final desta tarde, fatal, fuzilando meus feridos pensamentos neste momento desolador. “Eu acho que é justo que saiba algumas coisinhas interessantes sobre o meu agradável sobrinho também...” 

Obviamente, eu não acreditei em nada do que Sarah Reynolds contou-me a respeito do professor Raymond. Casado com uma mulher? Uma perfeita mentira para que houvesse atritos entre Enzo e eu, correto? Não. A maldita amante do papai tinha razão em tudo o que disse. Ele estava apenas enganando-me todo esse tempo em que estávamos juntos. Apaixonado por mim? Uma talhada piada de gosto tão pomposo quanto a sua impressionante mobília em uma das coberturas mais privilegiadas de Dreamland.

Eu alcanço o pálido assoalho do banheiro, encolhida ao pé da imaculada pia de mármore, perdida, ainda entorpecida e amedrontada.

Sinto o salgado gosto das minhas lágrimas, pois estou tentando e falhando em suprimir os soluços que escapolem da minha boca trêmula.

Mais do que fazer o desprezível papel de idiota, fui vítima de um perfeito demônio, oculto por trás de um sorriso tão precioso e angélico. Como pude ser tão burra, sinceramente?

— Me perdoe, Anna. Você é muito mais do que eu posso merecer. Não sou absolutamente nada e, no entanto, você insiste em ficar comigo.

 Enzo acaricia minha bochecha muito suavemente com o polegar e não abandona nem por um segundo os meus silenciosos olhos fascinados.

— Então é verdade.

— O quê é verdade?

Ele pega o meu olhar, prendendo-me, roubando meu fôlego apaixonado.

— Eu te amo. — Enzo sussurra-me entre os lábios, torturado, lindo, apaixonado, respirando-me por inteira.

Amores Proibidos - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora