Capítulo 84

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R A F A E L  G A R C I A

Cidade de Deus, Rio de Janeiro.

— Atrapalho alguma coisa? —  pergunta debochada com braços cruzados, respiro fundo.

— Atrapalha sim fofa. — finalmente se afasta de mim e encara a Solange com a sobrancelha arqueada.

— Que pena amor, agora some daqui. — diz séria e a Natascha gargalha debochada, isso não vai dar bom.

— Tu acha que manda em alguma coisa? — da um passo à frente.

— Quer levar outra surra? Acho que aquela que eu te dei não foi o suficiente. — da outro passo à frente.

— Vai me bater só porque estou desenrolando uma foda com o Russo?

— O problema meu bem, é que ele está comigo. — sorri debochada. — Acho bom tu ficar longe dele Natascha, já disse que você não me conhece. — passa esbarrando com tudo na Natascha.

Solange caminha até mim e me puxa pelo braço, me deixo levar e a sigo até um canto mais reservado da quadra, ela me solta e me encara com aquela cara de cu.

— Coé, tá com essa cara aí por que?

— Tu ia foder aquela vagabunda depois de tudo o que ela me fez passar? — pergunta puta e eu respiro fundo. — Em?

— Namoral Solange, eu fodo quem eu quero e isso não é da tua conta não tio.

— Tá brincando comigo né?

— Não to afim de discutir não loira, então vou vazar aí. — tento passar, mas ela segura meu braço me impedindo de sair.

— Não quero tu de papo com a Natascha. — a encaro com a sobrancelha arqueada, ela só pode tá de brincadeira com a minha cara, não é possível.

— Tu não tem que querer nada não Solange. — me solto dela com brutalidade. — Nós não tem nada, lembra? — ela engole em seco. — Namoral mermo, não dá pra te entender e eu já to ficando puto e cansado dessa situação, eu gosto de tu, pra porra e já te falei várias isso, mas tu parece que não se toca, parece que tem medo do que pode sentir por mim. — faço uma pausa. — Tu gosta de mim? Porque se tu gosta admite e esquece essa porra de que o amor não é pra tu e vem viver esse lance comigo, se tu falar que fecha comigo eu vou fechar contigo tá ligado? Mas porra loira, não dá pra continuar desse jeito que nós tá, tu fala que não quer nada mas surta quando me vê com outra, namoral, coé a tua? A gente se dá mo bem, e tu fica nessa, tem medo de se envolver? — calada ela estava e calada ela ficou, apenas sustentando nossos olhares e tentando assimilar tudo o que eu tinha acabado de falar. — Vai ficar calada mermo? — ela permanece em silêncio. — Jaé Solange, vou te deixar em paz então, só não vem dar uma de maluca pra cima de mim depois, porque eu te mandei o papo de que eu te quero e tu ficou nessa, então é isso mermo, fica aí com esse teu conceito de merda. — falo e saio de perto dela todo bolado com essa situação.

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