One Shot

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Lá estava eu na cantina da escola, a almoçar com o meu grupo de amigas, elas costumavam falar de toda a gente, menos eu, era a mais calada do grupo, só andava com elas, por causa da minha melhor amiga e tinha a ideia que se tivesse com elas, conseguia-me integrar, mas nesta hora de almoço, o que eu gostava mesmo de fazer era observar o rapaz que se sentava na mesa do canto, sozinho, ele tinha os dois braços todos tatuados, eu gostava de olhar para as tatuagens e desenhá-las no meu caderno, não era para me gabar, mas acho que tenho bastante jeito. Quando estava distraída a olhar para ele, quando a minha amiga diz:

- Estás muito calada. Participa, Anna. - Incentivando-me como sempre.

- Ok, ok. - Digo acordando da vista dos meus sonhos.

- O que vocês acham daquele ali? Aposto que é um rapaz armado em rufia, que se acha o rebelde da escola, no entanto deve ser só um antissocial. – Diz a Jennifer, a líder do grupo e que tem o nariz demasiado empinado para o meu gosto. Põe-se todas a comentarem, a falarem mal dele, como se soubessem dalguma coisa da vida dele e claro todas concordam com a Jennifer.

- Acho que ele já foi expulso de três escolas antes de vir para aqui. – Diz Tiffany, o braço direito da Jennifer, que arranja todas as informações, sabe-se lá de onde.

- Como sabes isso? Vocês só sabem falar mal das pessoas. Ele pode ser uma boa pessoa. – Agarrei-me à coragem toda que tinha e conseguia dizer tudo, levantei-me da mesa e tinha falado em alto e bom som.

- O quê?! O que é que ela acabou dizer? – Diz a Jennifer chateada e irritada, por não conseguir controlar todas do seu grupo.

- Anna, volta. – Disse a Chloe triste por eu ter-me ido embora. Comecei andar, para saída da cantina e vou contra o tal rapaz misterioso, deixo cair as minhas coisas no chão, assim como o meu caderno de desenhos, que se abre nas páginas onde tinha desenhado as tatuagens dele, ele levanta o caderno do chão, vê e sorri para mim, olha para mim com os seus olhos azuis como duas safiras.

- Desculpa. – É a única palavra que consigo dizer, estava demasiado nervosa e paralisada.

- Não há crise. – Dá-me o caderno e vai-se embora.

Na sexta-feira dessa semana, fui com a Chloe e o resto, ela pediu desculpas por mim ao grupo, porque eu de certeza que não ia pedir, acho que ela não consegue ficar sem a minha companhia, fomos todas à nova discoteca, mas ficava num sítio que se pode dizer, um pouco perigoso, entramos, só que eu não gostava muito daquilo, era apertado e abafado, não sabia como as pessoas conseguiam divertir-se ali dentro, então resolvi vir cá para fora, para o beco ao lado da discoteca, estava fresco e escuro, mas não me importava, comecei a ouvir assobiar vinha um rapaz de cada lado, pareciam um pouco bêbedos, resolvi entrar, mas quando me dirigi para a porta, apareceu outro a minha frente:

- Não, não. Tu vais–te diverti connosco, vais ver. - Diz sorrindo e com um bafo a bebida alcoólica.

- Deixa-me passar, por favor. – Estava a ficar assustada, ele estava a fazer-me recuar, estava rodeada pelos três, não conseguia sair dali, ainda tentei dar um pontapé a um e fugir, mas os outros a agarram-me. – Socorro, ajudem-me! - Gritei com a máxima força que tinha.

- Eles não te ouvem. - Diz esfregando as mãos.

- Mas eu ouço. – Aparece do nada, um encapuçado, dirige a um deles com gás pimenta. – Fecha os olhos. – Gritou para mim. Deitou-lhes para as caras, começou a dar-lhes murros, pontapés e etc, só sabia que parecia uma cena de um filme de ação, eu não me conseguia mexer, estava paralisada e um pouco a tremer, uns minutos depois e estava um no chão e os outros a fugir magoados, ele dirige-se a mim e eu recuo ainda com medo, ele tira o capuz:

For Beyond Your Eyes (One Shot)Onde histórias criam vida. Descubra agora