Capítulo VIII

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- Katherine, não sei como mas está tudo certo aqui.- Ela abaixa a máscara e retira minhas pernas do objeto que a mantinha levantada.- Sua virgindade se mantém intacta.

- Sério?- Digo sentando e cruzando os braços.

- Sim, não tem nada errado, seja lá o que aconteceu, você deu muita sorte se alguém te salvou ou você acabou andando sozinha e não lembra, foi um grande livramento.

Ela se retira novamente para eu poder me vestir.
Me sinto tão aliviada, não é como se eu não quisesse mais saber o que realmente aconteceu, quem me levou para casa, mas estou mais tranquila.
Termino o que preciso fazer e saio da sala.

Gabriel está na recepção e a médica conversando com a recepcionista.

- Tudo certo? Podemos ir?- Ele se levanta e estica sua blusa se dirigindo a porta.

- Vamos sim. Obrigada, doutora.- Ela sorri e encara o garoto que desvia o olhar e sai do estabelecimento.

Porque será que o clima entre eles dois é tão pesado, com certo ressentimento talvez?
Saio também do consultório e ele se mantém ao lado da porta me esperando.

- Tudo bem? Você e aquela médica pareciam intensos demais.- Digo e ele enfia as mãos no bolso e vira a cara.

- Não se preocupa, tá. Então, eu to morto de fome e você?- Sua expressão volta ao normal, descontraído sorridente.

- Comeria até mesmo um elefante.

- Esse é o espírito.- Ele diz e quando saímos do prédio Gabriel me leva até um Mcdonalds próximo .- São quatro promoções. Duas de Cheddar e dois Big Mac, por favor.

- Mas porque tanta comida?- Puxo a manga dele.

- Estamos com muita fome não é?- Ele paga e esperamos na fila ao lado.- Você tem muita sorte de estar em Nova York com parentes ricos, não precisa fazer muita coisa para se dar bem, por outro lado você só sabe atrair confusão.

- Nossa, muito obrigada, Gabriel. Nem tudo mundo tem a sorte de nascer o típico homem macho gato.

Ele abaixa a cabeça, como se estivesse mal com o que eu falei, mas após uns segundos o silêncio é quebrado pela moça que nos chama para pegar o lanche.
O garoto senta na mesa e eu sento a sua frente e começamos a comer.

- Quer dizer que você me acha gato?.- Eu engasgo e começo a tossir.- Se acalma, caipira era brincadeira, entendi o que você quis dizer.

- Que bom porque você é muito feio pra mim, na real, é pior que um ogro.- Ele ri e morde seu hambúrguer.

- Não precisa esconder sua paixonite por mim, mas saiba que você não faz meu tipo porque não tem classe, sua caipira.

- Nem você, seu loiro oxigenado.- Ele finge se ofender levando a mão ao peito e fazendo uma expressão surpresa.

- Saiba que é natural, sua invejosa. Mas mudando de assunto, antes de te darem um boa noite Cinderela como foi?

- Eu conheci um cara loiro bem bonito, forte e interessante.

- Eu não conta, Katherine.- Ele parte para o segundo hambúrguer enquanto eu termino o primeiro.

- Não é você bobo, ele pegou uma garrafa d'água para mim.

- Bom, tem muita gente que iria se interessar em você mas vi você conversando com o capitão do time de beisebol.

- Não sei quem é, mas ele disse que conhecia você.

- Nossa que romântico, ele te deu água. Bem, pode ser o Josh era o único que se encaixa nisso aí, ele é muito bonito realmente e bem popular entre as garotas. Não que só tenha ele de loiro bonito mas tem mais chance porque eu vi, sabe.

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