Acabei enrolando no cursinho fazendo uns exercícios de revisão e ainda dei carona pra Carol. Cheguei em casa por volta das 19:30 e ao entrar, me deparei com o Felipe na sala. Comecei a subir as escadas fingindo que não tinha notado a presença dele, mas sem sucesso. Ele me cumprimentou e eu só acenei com a cabeça, de longe. Entrei no meu quarto, tranquei a porta e fui tomar um banho. Coloquei um pijama e deitei na cama pra ouvir música. Uma meia hora depois, ouço batidas na porta.
— Luísa, vai querer jantar? — ele diz com a voz firme.
— Não, valeu. — respondo e volto a mexer no celular. Passei a noite conversando com a MariANA sobre as novidades, ela me contou tudo da vida, me atualizou sobre um garoto que eu pegava, que tinha acabado de ficar solteiro. E eu contei tudo pra ela sobre o Felipe. As situações que já tinham acontecido, tudo que eu estava sentindo e pedi a ajuda dela.
* WHATSAPP ON *
Mari: Amiga, eu sei o quanto deve estar sendo complicada toda essa situação, mas o que você tem botar na sua cabeça é que ele NÃO é seu irmão. Pode até parecer estranho, mas tenta pensar que vocês são, sei lá, colegas de quarto, ou primos de terceiro grau (kkkkkkk). Não sei como tu se segurou até agora pra não dar uns pegas nele. Só pelas fotos que você mandou dá pra ver que ele é um gostoso.
Lu: Retardada kkkkkkkk, miga, mas a situação é bem pior do que parece. O pai dele tá me tratando como filha mesmo, pagando o cursinho e tudo. Esses dias ele até me chamou de filha e me deu um beijo na testa. Fora minha mãe que insiste em falar que nós somos irmãos. Vai ser o fim do mundo se eles descobrirem isso... Ah, sem contar o fato que ele trouxe uma mina aqui ontem pra transar.
(...)
A Mari me deu vários conselhos, parece até que nossos papéis tinham se invertido. Ela que sempre teve problemas amorosos, relacionamentos conturbados, e eu era super desligada com essas coisas e curtia uma coisa mais leve, tanto que namorei sério uma única vez, com o Rodrigo, um carinha de Santos (o que tinha acabado de ficar solteiro), com quem perdi minha virgindade, e com quem eu sempre acabava ficando de tempos em tempos, e esse nosso rolo já fazia anos. Ah, ele é o cara do moletom surrado que eu sempre usava. Ainda dava pra sentir o cheiro do perfume dele. CH Men, o meu favorito. Lembranças...
Peguei no sono cedo, mas acordei no meio da noite com sede. Resolvi levantar e ir buscar uma garrafa d'água na cozinha. Eu estava só de blusa e calcinha, mas como o Felipe estava dormindo, desci assim mesmo. Na ponta dos pés pra não fazer barulho, peguei a água na geladeira lentamente, tomei um pouco e levei uma garrafinha comigo, pra caso acordasse. Quando estava saindo da cozinha, trombei com o Felipe, que estava coçando os olhos, como se tivesse acabado de acordar também, e me fez derrubar o copo todo em cima de mim.
— Olha por onde anda! — exclamei, nervosa porque molhei toda minha camiseta.
— Olha você, o que você tá fazendo acordada essa hora? — ele perguntou, pegando um pano de prato que estava na bancada.
— Insônia. — respondi, fazendo cara feia e abaixando a cabeça. Comecei a limpar a blusa, olhei pra frente, e ele estava me encarando, ou melhor, encarando minha blusa, que estava colada no meu corpo e deixando meus seios quase a mostra. Ele deu um passo pra frente, de um jeito que dava pra sentir a respiração dele. E deu mais um passo em minha direção.
— Luísa... — eu dei um passo pra trás. Meu corpo todo tremia, eu não conseguia mais esconder o que eu estava sentindo. Era uma vontade louca de sentir ele, o beijo, o corpo, o toque. O jeito que ele me olhava já me levava a loucura. Quando fui responder, ele me puxou.
Ele me agarrou com força, e começou a me beijar de um jeito tão intenso, que eu mal conseguia acompanhar. A língua dele era quente, e percorria o céu da minha boca na velocidade certo. Ele mordia meus lábios e puxava meu cabelo com firmeza. O beijo foi esquentando ainda mais, e ele me levantou, me sentou em cima da bancada, fazendo com que ficássemos da mesma altura, e eu entrelacei minhas pernas na cintura dele. Meu corpo queimava. Eu arranhava as costas dele com força enquanto ele chupava meu pescoço, me fazendo revirar os olhos. Ele sussurrava algumas coisas no meu ouvido sobre como eu era gostosa e o quanto ele me desejava, e eu puxava ele pela nuca, querendo mais. Depois de alguns minutos, perdemos o fôlego e ficamos nos encarando, sem dizer uma palavra, enquanto a única luz acesa era a de um poste na rua, que iluminava bem pouco a cozinha e os nossos corpos.
(...)
Acordei no outro dia sem acreditar no que tinha acontecido. Queria que alguém me dissesse que era um sonho, mas ainda conseguia sentir o cheiro do perfume dele grudado em mim. Depois do beijo, eu subi correndo pro quarto e me tranquei, sem deixar que ele viesse atrás ou falasse mais nada. Me arrumei rápido e fui pro curso, mas fiquei o dia inteiro com aquilo na cabeça, sem conseguir prestar atenção em nada, e com uma mistura de sentimentos que me dominavam, sem saber o que ia acontecer dali pra frente.
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DESEJO PROIBIDO
RomanceAté onde você iria pelo amor você sente por alguém? Ultrapassaria os limites aceitáveis e quebraria as regras para se arriscar por uma paixão? Às vezes o amor nasce nos lugares mais inimagináveis. Ou talvez até comece com um desejo proibido.