E lá estava Yoobin, andando para aquele mesmo bar onde tinha ido outra vez na mesma semana, era terça, estava cansada, suas costas doíam e sua cabeça também, afinal, tantas reuniões em um dia só não era nada fácil.
Ela podia estar cansada o tanto que fosse, os bares quase sempre eram o seu destino no fim das tardes. Yoobin não era uma viciada em bebidas, apenas uma pessoa que afogava seus rancores e tristezas em um copo de whisky, soju ou qualquer outra bebida, mesmo que lhe desse mais dores de cabeça no dia seguinte.
E mais uma vez, ela estava andando pelas ruas, indo para o mesmo lugar, pelos menos motivo. Quando era mais nova achava que o amor só era estranho, porém também o achava bom. Mas ela não sabia que ele poderia ser doloroso, muito doloroso. Doloroso ao ponto de fazer chorar, de sentir que seu coração está despedaçado, doloroso ao ponto de fazer sentir uma dor e um vazio enorme no peito. Doloroso ao ponto de ter que passar a noite bebendo para esquecer tais sentimentos.
Lee Yoobin era uma mulher que estava quase em seus trinta anos, mas ainda tinha sua aparência jovial. Detalhe este que ainda a fazia ter que comprovar sua identidade quando ia aos shows, ou quando era pega bebendo, coisa que sempre adorou. Seus cabelos lisos num tom amarelado soltos, a pele pálida, o nariz arrebitado e o olhar cauteloso, somados à maquiagem retrô-gótica em um roxo suave ao redor dos olhos e um batom da mesma cor, davam-lhe um aspecto etéreo e infantil, ao mesmo tempo, sério e sexy.
Enquanto caminhava, lembrava-se da primeira vez em que entrou o bar, em uma situação não muito diferente de agora. Caminhando pelas ruas chorando, mesmo já sabendo da verdade isso doía, ela sentia-se sem forças. Por sorte ou penas ironia do destino, olhou para o lado onde havia um beco escuro, mesmo com toda a escuridão era possível ver um bar, sendo iluminado com luzes roxas na parte de fora, porém com os vidros totalmente escuros. É como se ele a chamasse. Por que não ir? Ela se perguntava.
Entrou no lugar, vendo que o mesmo e pouco iluminado como sempre, mas mesmo assim aconchegante e com várias pessoas em suas mesas. Parando de olhar ao redor, foi até as cadeiras que ficavam em frente ao balcão, e ali sentou-se.
ㅡ O que a bela moça vai querer? ㅡ A garota do outro lado do balcão perguntou.
ㅡ O que tiver de mais forte ㅡ Respondeu sem nem ao menos a olhar.
ㅡ Se eu fosse você não começaria com algo tão forte, irei lhe trazer uma mais fraca ㅡ Ela disse já virando-se.
ㅡ E quem você pensa que é pra decidir o que eu vou beber? ㅡ Yoobin retrucou num resmungo fazendo a garota rir.
ㅡ Prazer, Lee Siyeon.
Yoobin era um contraste completo de Lee Siyeon, cuja aparência exalava a rebeldia punk da juventude atual. A tatuagem com o desenho de flores no torço do corpo, essa que começava abaixo de seu pescoço e acabava em sua cintura, sem contar os inúmeros piercings que perfuravam as orelhas. A pele num ébano claro, sempre reluzente, como se estivesse com uma camada de óleo corporal. E os cabelos bagunçados e entrelaçados em um azul reluzente e chamativo, como se gritasse a procura de atenção.
A de cabelos azulados colocou então o copo à frente da loira, servindo a bebida mais forte que havia em seu bar. Fechou então a garrafa e, um pouco mais afastada, continuou a observar a única que estava sentada naqueles bancos.
ㅡ Irá continuar me observando ou vou ter que pedir que pare? ㅡ Yoobin resmungou olhando para a garota de canto de olho.
ㅡ Primeiro, você está começando com as bebidas erradas ㅡ Os seus passos apressados afastaram-se do balcão de forma tão rápida quanto a trouxeram de volta, agora com uma garrafa de vidro em mãos, que foram colocadas sobre o material escuro do balcão.
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Purple kiss 「singbin」
FanfictionPurple kiss - Beijo roxo ❝Quando nossa mente está constantemente a mil por hora, precisamos de um freio. Uma quebra da realidade. Uma chave que tranque nossas preocupações por um tempo. E para a maioria das pessoas essa chave é a bebida, e para Yoo...