Parte 01
Lívia Ferreira
Primeiro dia de trabalho, eu estava como? Nervosa, era impossível não ficar nervosa. Ainda mais porque aquele era o meu primeiro emprego.
Meu nome é Lívia, tenho 24 anos, sou morena e baixa. Aos 13 anos, fui diagnosticada com vitiligo (Eu sei, não é comum você ouvir falar sobre pessoas como eu por aí, no entanto, não ouvir sobre, não quer dizer que não existamos), isso me atrapalha muito a conseguir um emprego.
Eu sei da minha capacidade, sempre fui uma pessoa esforçada, mas nas entrevistas de emprego sempre me olham de cima a baixo e dizem que não tem uma vaga para mim.
Já chegaram a dizer que pessoas como eu não fazia o perfil da empresa. Bom... esse dia eu fiquei muito irritada, chamei a moça que estava fazendo a entrevista de preconceituosa e fui atrás de meus direitos, no entanto, preconceito no Brasil parece não existir, não deu em nada.
Você deve estar se perguntando: você, Lívia, se sente bem da forma que é? Sim, atualmente sim, mas foi um longo processo, pois ser diferente no nosso mundo parece que é errado e a gente acaba crescendo com esse pensamento. Por muito tempo, eu me senti mal por ser como sou.
— Lívia, assim você vai se atrasar – Minha mãe falou do outro lado da porta.
— Estou indo, mãe— Peguei o meu celular para me certificar das horas e realmente ela estava certa.
Recolhi minhas coisas e sai rapidamente. Ao passar pela sala dei um beijo em meus pais e acenei para minha gata, Sininho.
Moro com meus pais, desde sempre. Sininho é a mais nova integrante da família. Encontrei ela abandonada em uma caixa na rua, pois é, com certeza algum sem coração fez isso.
Faz 2 anos que ela mora em casa. É como se fosse alguém da família. Quando ela sumiu uma vez, choramos por dias até ela aparecer. Resolvemos castrá-la após esse episódio. Bom... pois com certeza, ela estava saindo para namorar.
Falando sobre namoros, eu sou solteira, desde sempre também. Nunca tive um relacionamento sério com alguém. As moças com quem eu ficava, nunca queria algo mais sério (Sim, eu sou lésbica e assumidíssima). Bom... elas tinham vergonha de mim. Gostavam do meu jeito, mas minha aparência fazia elas terem receio. Isso fez eu perceber que muita gente se importa mais com a aparência do que com o caráter das pessoas.
Fica uma dica para você que eu tive que aprender na marra: Se a pessoa se incomoda com sua aparência, essa pessoa não merece você. Quem gosta realmente, aceita o outro do jeito que é.
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Amor à primeira vista - CONCLUÍDO
RomanceLívia é uma jovem de 24 anos. Diariamente, ela tem que lidar com o preconceito das pessoas. Isso a fez pensar que o mundo havia ficado ruim, pois a maior parte das pessoas que havia conhecido levava mais em conta a aparência do que o que havia no in...