III - Pedido Desagradável.

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Anne Shirley:

- Amiga, por que você está nervosa desse jeito? - Diana me pergunta. 

- Está tão perceptível assim? - pergunto, guardando algumas coisas dentro de meu armário.

- Claro. Conversei com você desde a manhãzinha e você cagou para tudo o que eu disse.

- Ai, vou ser sincera. Um garoto me chamou para sair. - digo e solto o ar que estava preso nos pulmões, ficando assim menos tensa.  

- Que ótimo! E quem é o sortudo? Porque para sair com Anne Shirley Alves o cara tem que ser muito sortudo. - Diana dá uma risadinha maliciosa. 

- Shiu, não diga esse último sobrenome, você sabe como eu odeio ele. Um rapaz que trabalha na mercearia perto de casa. Ele me chamou para sair e eu queria recusar, mas fiquei com pena dele. O nome dele é Jerry. 

- Olha, não sei aonde vocês vão e nem o que vão fazer, mas só deixo um conselho: usem camisinha, pelo amor de Deus. Porque senão, você vai acabar igual eu. Virei as costas para os meus pais para poder ficar com o Arthur e no fim, ele me abandonou quando soube que eu estava grávida. Agora, é somente eu e Bianca no mundo. - Diana diz enquanto saíamos do serviço e caminhávamos na calçada, rumo a estação de metrô. 

- Ai, Diana, cala a boca! - reviro os olhos. - Eu não vou transar com o Jerry, 'tá' louca? Eu hein. 

- Você diz isso agora, mas quando ver o garoto chegando juntinho do seu cangote, 'cê' vai amarelar. - Diana diz e solta uma risada.

- Ok, se você acha isso, eu tenho uma proposta. 

- Qual? - ela pergunta curiosa. 

- Você vai comigo nesse encontro.

- Há-há-há, nem fodendo

- Diana, por favor. Eu não quero beijar o Jerry, mas ele vai querer, tenho certeza. Você estando comigo, ele não vai querer me beijar porque você vai estar junto. 

- Anne, eu tenho uma casa e uma filha para cuidar, sabia disso? Eu não sou mulher de ficar dando 'rolêzinho' com amiga pra ficar segurando vela pra ela. 

- Leva a Bianca, ela vai amar. - sorrio.

- Levar a Bianca? E o garoto? Vai odiar essa ideia. Você usou drogas?

- Só me tira dessa, pelo amor de Deus. - faço sinal de súplica. 

Diana fica alguns segundos em silêncio, pensando, até que olha para mim.

- Tá, eu vou. - diz, em sinal de rendida.

- Oba! - digo dando pulinhos. 

- Mas, eu vou levar a minha filha e fim de papo. - diz em tom autoritário.

- Sem problemas! - sorrio feliz. 

Chegamos na estação de metrô e Diana diz:

- Vamos passar na 25 de março depois para poder comprar umas roupinhas. Eu não vou toda mulambenta a esse encontro. 

- Hmm, 'tá' interessada no Jerry já? 

- Anne, é você quem vai sair com ele, pelo amor. - ela revira os olhos. 

- Mas, se você quiser ficar com ele, eu até agradeço. 

- Nossa, o garoto deve ser um monstro. Olha o jeito que você fala dele.

- Não, ele é uma pessoa maravilhosa e é bonito, mas eu não quero nada com ninguém mesmo. É por mim mesma, nada contra ele. 

 

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OPQNS - (Shirbert)Onde histórias criam vida. Descubra agora