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Encaro a estátua quebrada de Ben com pesar. Por que não conseguimos ficar sem quebrar o que amamos? Qual o problema dessa maldita família?

Só percebo que estou chorando quando o primeiro soluço escapa. Seco rapidamente as lágrimas e vou até a cozinha em passos firmes, decidida a deixar esse assunto de lado por hoje. Tudo o que eu não preciso é ficar agitada antes de dormir. Então tomo um chá rapidamente e vou me recolher.

No caminho do meu quarto, vejo mamãe saindo do escritório de papai com pressa. Estranho. Decido entrar lá e ver se algo está acontecendo. Me surpreendo com sua estante de livros movida.

— Ah! — arfo ao ver uma passagem secreta.

Sigo até o final com rapidez, me deparando com uma porta aberta. Há uma sala, mais ou menos do tamanho da sala de estar. Parece uma casa em um cômodo só. Em um canto aparelhos para exercícios físicos, em outro uma cozinha básica, em outro um box transparente com um biombo provavelmente escondendo a privada, uma cama no centro e a sala de estar, uma TV, um sofá e duas poltronas. Alguns objetos decorativos aqui e ali.

Paraliso ao perceber que não estou sozinha.

— Olá? — um homem sussurra, virando-se para mim. Eu nunca havia visto ele na minha vida. Eu com certeza lembraria se tivesse.

Ele parece ter a minha idade, com um porte físico de atleta e muito bonito

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Ele parece ter a minha idade, com um porte físico de atleta e muito bonito. Está todo suado, claramente estava se exercitando.

— Olá — sussurro de volta, sem saber exatamente o que fazer.

Ele me não diz mais nada, apenas me encara. Não consigo decifrar o que sua expressão quer dizer.

— Quem é você? — pergunto, quebrando o silêncio.

— Zero — ele se aproxima, estendendo a mão — ou Adonis.

— Oito. Mare — aperto sua mão. Seu aperto é firme e breve.

— Mare — ele repete com um sorriso que faz meu estômago se agitar — minha mãe contou sobre você.

— Grace? — pergunto, algumas peças se encaixando na minha mente.

— Ela me contou de todos. O mestre sempre evitou falar sobre vocês, mas um dia ele disse que eu iria sair e conhecê-los  — Adonis conta, esperançoso — você veio me avisar que eu posso sair?

— Sair? — não consigo evitar de repetir confusa.

— Ele disse que um dia eu poderia sair — repete, sua expressão se tornando magoada — você não está aqui por isso, não é? Por que ele te deixou vir, então?

— Oh, Adonis — coloco a mão na boca, tentando evitar o choro. Que crueldade, meu Deus.

— O quê? O que é? — ele se aproxima mais.

— Mamãe não te contou? O que aconteceu com papai — tento ser delicada.

— Aconteceu algo?

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⏰ Última atualização: Aug 24, 2020 ⏰

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