Capítulo 4

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Jerry POV's

-Adianta logo, senão eu pego teu dinheiro e vou sozinho. –Meu pé batia freneticamente contra o chão enquanto ao mesmo tempo meu punho socava a porta do quarto da minha irmã. Caramba, por que demora tanto?

-Espera, Jerry! Eu já to acabando. –Gritou e em seguida a ouço derrubando algo. Ah merda.

-Cinco minutos, ou eu vou pedir o combo de pipoca mais caro. –Ao finalizar a frase a porta é aberta bruscamente.

-Não começa, combinamos o mais barato, eu não sou rica, sabe?

-Pensei que o cabaré que você trabalha pagasse bem.

-Não é um cabaré, animal. É uma boate.

-Claro, nem perto de ser um cabaré, desculpa. –Entramos no Uber que nos esperava na frente de casa já esperando a moça oferecer uma bala.

-Nem. Peça. –Sussurrou Nancy já sabendo da minha mania.

-É um uber de doze reais, c' acha mesmo que eu não vou exigir um doce? –Murmurei em resposta talvez um pouco alto demais, já que a motorista abre o porta luvas pegando três balas de iogurte me oferecendo. Aceitei e sorri descaradamente pra minha irmã que parecia soltar fogo pelos olhos, ela detestava que eu aceitasse bala de estranhos.

Até a metade do caminho fui me atualizando nos stories apenas pra dizer que minha trouxa irmã iria me bancar o resto da noite e eu ia sem piedade, sendo interrompido poucos minutos depois.

-Jerry... preciso te contar uma coisa. –Seu tom de voz ficou meio sério então fiz questão de baixar o celular e encarar seu rosto. –Ahm, pode ser que eu tenha convidado o Jô pra vir com a gente. –Seu olhar desviou pra janela do carro e eu me perguntava se aquilo deveria ser algo ruim.

-Então você e meu melhor amigo tão saindo?

-Mais ou menos, eu só achei que chamar ele era uma boa ideia.

-Hm, tudo bem. Eu não me importo, de verdade. –Sorri tentando passar confiança pra ela. É claro que eu não queria ter que dividir meu melhor amigo e muito menos minha irmã, só que a felicidade deles é mais importante.

Ceci sorri em resposta e quando eu ia pegar meu celular pra desbloquear, ela coloca sua mão por cima da minha abaixando o aparelho novamente.

-Jerry... –Nancy não conseguia me encarar nos olhos, o que mais ela tinha pra dizer? Que eles já estavam namorando há meses e só eu não sabia disso? –E... você acharia ruim se aquele amigo dele viesse junto? –Ela franziu a testa esperando uma bronca, e com razão.

-Tom? –Confirmou ainda receosa. –Espera, Nancy. Tá tentando me jogar pra cima dele? –Ela desviou o olhar, era o que fazia quando mentia. Desgraçada.

-O que? –Sua voz falhou por um curto período de tempo e ela percebeu, voltando com ela ao normal. –Eu não faria isso...

-Nancy! Já te disse pra parar com isso, que saco. –Joguei o corpo pra trás me afastando dela cruzando os braços. –É a ultima vez que saio com você.

-Poxa, Jerry. Eu só tô tentando te ajudar.

-Eu não preciso de ajuda, ok? Se eu quisesse arranjar alguém, já teria feito isso. Já deu de se intrometer, sério mesmo. –Ela percebeu que isso me chateou e parou de insistir.

-É que eu pensei que gostasse dele... –Respondeu depois de um longo suspiro. –Depois do que me falou eu pensei que era isso que tinha que fazer. –Eu havia me esquecido da mensagem que mandei pra ela, devia ter imaginado que algo assim aconteceria. –Isso não vai mais se repetir.

Metade de uma peçaOnde histórias criam vida. Descubra agora