O chefe

187 17 2
                                    

     Na manhã seguinte meu chefe liga.
_Bom dia Diana! Como você está? Precisa de alguma coisa?
_Bom dia sr. Jonas! Se disser que estou ótima estaria mentindo. Mas vou conseguir seguir em frente.
Essa se tornou minha resposta padrão. Ele não disse nada, mas podia ouvir seu cérebro me perguntando quando voltaria ao trabalho. Então continuei falando:
_E confesso precisar de algo do senhor, ainda não tenho advogado para resolver os trâmites. O senhor pode me ajudar?
_Claro Diana! Não se preocupe com nada, meu sobrinho é um excelente advogado e vai cuidar de tudo. Apenas forneça a ele os documentos que pedir e não fique aflita com nada disso, certo?!
_Obrigada sr. Jonas.
_E como vão seus filhos?
_Os meninos estão como eu, choramos bastante, porque tudo nos faz lembrar de David. É realmente difícil, mas sabemos que com o tempo vai passar. Deus nos consolará.
_De fato perder um ente querido é sempre doloroso, mas está no caminho certo, o tempo vai se encarregar de cicatrizar essa dor. Chore e viva o luto, ele não é pra sempre. Posso lhe dizer isso com conhecimento de causa, querida.
_Sim eu sei. Mais uma vez obrigada por tudo sr. Jonas. Penso em retornar ao trabalho próxima semana. Preciso ocupar minha mente, e a agitação da editora me ajudará nisso.
_Está certo! Fique bem. Tchau!
_Tchau.

     Falar com meu chefe trouxe um pouco de alívio. Pelo menos não terei que me preocupar com papeladas e burocracias.
Ele é uma boa pessoa, tem um jeito carismático e cuidadoso. É alto, barriguinha saliente, cabelo ralo no meio da cabeça e usa óculos de armação grossa. Perdeu a esposa quando a mesma teve uma parada cardíaca, há dez anos, infelizmente não tiveram filhos.
     Quando comecei trabalhar para ele na editora, há quatro anos, parecia um tanto sisudo, achei que não conseguiria ficar no emprego. Tinha a sensação de nunca o agradar. Até que um dia ele me pegou cantando uma música cristã na copa. Desde então passou a questionar os meus motivos para acreditar em Deus.
     Entramos em algumas batalhas Bíblicas, mas no final delas ele sorria e assentia, depois dizia para eu voltar ao trabalho. Estar ali me fez crescer muito como pessoa e profissional. Ser gerente de alguém exigente mas ao mesmo tempo humano como ele, é uma riqueza.
      
                           Sr. Jonas Barreto

 Jonas Barreto

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
De volta ao (primeiro) amor - COMPLETO 🥇🥇🥈Onde histórias criam vida. Descubra agora